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Roberto Gomez

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Por:   •  30/8/2014  •  Tese  •  1.907 Palavras (8 Páginas)  •  225 Visualizações

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Era uma vez.....Roberto Gomes nasceu em 08 de outubro 1944, em Blumenau, Santa Catarina. Formado em Filosofia pela Universidade Católica do Paraná, em 1969, trabalhou como escritor, romancista, contista, professor universitário, editor colaborador do jornal Gazeta do Povo de Curitiba, Paraná. Estreou no jornalismo e na literatura, em 1961, com uma crônica publicada no extinto semanário O Combate, de Blumenau, dirigido pelo pai, João Gomes. Em 1964, transferiu-se para Curitiba. No mesmo período, escrevia para A Nação, dos Diários Associados. Desde então, Gomes circulou por vários gêneros literários: romance, conto, literatura infantil, ensaios, e um livro de filosofia. Iniciou a carreira de escritor com uma obra de filosofia Crítica da Razão Tupiniquim, 1977.

Em Crítica da Razão Tupiniquim, o filósofo Roberto Gomes ataca ostensivamente a falta de personalidade e originalidade da Filosofia brasileira, que se mantêm ao longo dos tempos atrelada a modelos de seriedade estrangeiros, fato que reflete não mais que a dependência cultural que há muito nos acompanha e nos coloca diante daquele complexo de vira-lata do brasileiro, já antes mencionado por Nelson Rodrigues que, entre outras coisas, percebia o brasileiro como um Narciso às avessas.

A obra de Roberto Gomes a critica da razão tupiniquim é dividida em onze capítulos que irá tratar da realidade que se encontra a filosofia no Brasil. No primeiro capitulo que se chama “um titulo”, vai buscar o motivo e a interpretação do nome da obra critica da razão tupiniquim; no segundo capitulo “A sério: A seriedade” vai explicitar os vários sentidos para a seriedade; no terceiro capitulo “Uma razão que se expressa” vai trabalhar a razão que se descobre em sua originalidade; no quarto capitulo “Filosofia e negação” afirma que a filosofia é dizer o contrario; no quinto capitulo “O mito da imparcialidade: O ecletismo” que vai retratar o pluralismo cultural do Brasil; no sexto capitulo “O mito da concórdia: O jeito” vai retratar o jeitinho brasileiro; no sétimo capitulo trata da “Originalidade e o jeito”; no oitavo capitulo “A filosofia entre nós”, envolve uma revisão critica de nossas importâncias e urgências; o nono capitulo “ A razão ornamental” conduz a fuga nos modismos e o esquecimento de quem somos; no décimo capitulo “A razão afirmativa” sacralizar o passado e destruir a positividade do dado; no décimo primeiro capitulo e ultimo “Razão independente e negação” vai explanar a colonização cultural de imposição que era feita no Brasil.

O primeiro capítulo que se chama “um titulo” vai tratar do tema do livro, afirmando que é impossível não escrever este livro, e é absurda pretensão de inventar, aqui seu tema, porém uma razão brasileira, não existindo atualmente precisaria ser providenciada. No bolor de nosso pensamento oficial não se encontra qualquer sinal de uma atitude que assuma o Brasil e pretenda pensá-lo em nossos termos.

Além do palavrório aridamente técnico e estéril, das idéias gerais, das teses que antecipadamente sabemos como vão concluir, das idéias bem pensantes nada encontramos que possa denunciar a presença de um pensamento brasileiro entre nossos filósofos atuais, vitimas de um discurso que não pensa, delira.

Este livro inviável começa, pois, com uma serie de advertências, afirmando que a questão de um pensamento brasileiro deverá brotar de uma realidade brasileira e não da realidade e do pensamento formulado pelos paises dominantes. Não se trata de inventar uma razão tupiniquim, mas de propor um projeto, um certo tipo de pretensão.

Já no segundo capitulo Roberto Gomes irá tratar do titulo “A serio: Seriedade”, em que no primeiro caso ele vai tratar da palavra sério, afirmando ao dizer que fulano de tal é um homem que zela pela seriedade das aparências, que respeita as normas e convenções sociais, e seja incapaz de sair da linha.

Na segunda ocorrência, a seriedade em questão remete a outra gama de significações. Levar a serio, seja um trabalho, um lugar ou um amor, não consiste no zelo pela vigência de normas sociais. Se levar a sério, isto é algo que sai de mim em direção ao objeto da seriedade, se sou sério, me coisifico como objeto de seriedade, a sério revigoro o mundo com uma quantidade imensa de significações, sério reduzo-me a objeto morto.

Entretanto é no Brasil onde o falar, o escrever e o pensar, vieram a ser as coisas mais formalizadas e rígidas que se conhece, onde construir frases numa ordem que jamais usaria para pedir um cafezinho, o intelectual brasileiro discursa e triunfa o sério como expressão de uma classe privilegiada diante de uma multidão de analfabetos. É, pois urgente que assumamos a capacidade do a sério do humor como forma de conhecimento, só no momento em que, abandonada a tirania do sério, percebemos que nossa atitude mais profunda encontra-se em ver o avesso das coisas é que poderemos retirar de nossas costas o peso de séculos de academismo.

No terceiro capitulo “Uma razão que se expressa” afirma que a filosofia ocupa este papel da razão em sua expressão carregada de historicidade, e uma filosofia brasileira precisaria ser o desnudamento desta razão que viemos a ser. Talvez temendo nada encontrar por debaixo de nossos trajes europeus. A questão se reduz a algo simples: não existe uma “problemática” brasileira à nossa espera, ainda urge ser inventada e posta em questão, e este é o esforço da filosofia, desde sempre, e cabe perguntar se entre nós, encontraremos sinais de tal esforço para se chegar a uma filosofia brasileira.

No quarto capitulo que se chama “Filosofia e negação” a filosofia goza de um destino certamente trágico mostrando que qualquer momento criador teve sua origem na negação. Qualquer conhecimento inicia com negação, ou seja, como essencialmente critico, o que não era exclusivo da filosofia. Há uma condição para esta negação, a critica que é algo assumido, é uma posição do espírito e não da eternidade.

Eis por que, não assumindo uma posição nossa, um pensar brasileiro torna-se impossível, impossibilitado de criar por não aceitar destruir o passado que nos impuseram recusando assumir sua condição básica que seja nosso negador do alheio.

Já no quinto capitulo “O mito da imparcialidade: O ecletismo” afirmava que o produto direto da indiferenciação brasileira, que por sua vez era produto da dependência cultural que até hoje pendura, o autor Roberto Gomes crer que no ecletismo tenhamos revelado muito mais que normalmente se supõe. É manifestação de alguns traços básicos de nosso caráter intelectual e de nossa condição política e se

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