Variação Linuistica
Exames: Variação Linuistica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alineaam • 15/11/2013 • 2.623 Palavras (11 Páginas) • 563 Visualizações
Variação linguística
A maioria das variedades de falares é considerada como forma “errada” de usar a língua e ,quando sobre elas se fazem comentários,não raro são carregados de preconceito. A linguagem te um lado individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem o outro.
A sociolinguística vem contribuir para a compreensão da língua, por meio de sua relação com a sociedade, de como a língua varia e muda, de acordo com os contextos e os relacionamentos sociais. Através de pesquisas, os seguintes fatos linguísticos são demonstrados.
• As línguas servem para comunicação;
• As línguas estão estreitamente ligadas aos seus usuários;
• As línguas variam;
• As línguas mudam.
Sendo o objetivo primordial da linguagem é a comunicação entre seus usuários. A linguagem é a soma da língua e da fala, sendo a primeira o código a ser usado por uma sociedade para a comunicação entre seus membros, e a segunda o uso que esses membros fazem desse código. A língua, como instituição social, impõe-se ao indivíduo, como um elemento de coesão e organização social,enquanto a fala faz com que a língua varie,evolua e se modifique.
O Brasil é um país de dimensão continental, possuindo uma área de mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e sendo dividido em 27 unidades federativas; cada uma delas com sua história, com influências de outros povos, falantes de outras línguas. É muito natural a existência de um grande número de variedades linguísticas.
A variação linguística pode ocorrer em todos os níveis da língua: lexical, fonético, morfológico, sintático e até pragmático, sendo que esses níveis podem estar vinculados a três tipos de fatores. São eles:
• Geográficos;
• Sociais e socioculturais;
• De contexto.
Exemplos:
• Mas, bah,de onde tu és,tchê?
• Oh! Mainha! Joilso desmentiu o pé!
• Tirisdaí minino! Tá travancano o caminho.
• Orra,meu! Num to ti inteiindeiindo.
• Pô aê,sei lá,brô.
• Oh, bichim,diabeisso? Sei não.
Na primeira fala a do gaúcho, vemos uma variação no nível gramatical, com uso do pronome tu. Na segunda fala a do baiano, vemos também uma diferença gramatical, a falta do artigo definido antes de nomes próprios,além da variação semântica no verbo desmentir,usado no sentido de luxar,deslocar.A falar do mineiro é famosa pela juntura das palavras ,esta também em se tratando do nível fonético.A do paulista e a do carioca caracterizam-se pelo uso de expressões como orra ou pô.E ,finalmente,na última a do cearense,além da juntura em que diabo é isso transformando-se diabeisso,temos também uma variação sintática de ordenamento em sei não.
Esses exemplos tratam, então, de variações relacionadas “as diferenças linguísticas distribuídas no espaço físico, observáveis entre falantes de origens geográficas distintas”
Temos também outra diferença de linguagem entre falantes que é a de faixa etária.
O falar do jovem é caracterizado pelo uso de gírias específicas da idade, do grupo em que se insere e da época.
Exemplo: _ É isso aí, veio: Ronaldo com ela. Bota pra Robinho. Entrosa total. Kaká mete o jogo com Gilberto. Gilberto tá susse.Toda a moçada do Brasil curtindo a parada.Lúcio de boa,não manda mal.Tá ligado? Cicinho deixa cair. Pega nada, não praça. Gaúcho se arregou,chute fera.Adriano quebra tudo.Zica na defesa adversária:o goleiro armou,pô! É gol! Piração total. Bote fé, “brother”!
Aqui apresentamos as gírias como o falar característico dos jovens, mas isso na significa que não sejam usadas por pessoas já não tão jovens. O que acontece é que as gírias,as expressões coloquiais,assim como muitas palavras,envelhecem com as pessoas que as utilizam.
Outro fator de variação é a linguagem da mulher em relação á do homem.Infelizmente,também aqui o preconceito frequentemente se faz presente,pois pesquisas têm apontado para uma certa crença de que a fala das mulheres reflete mais fraqueza e insegurança.Algumas das conclusões de uma dessas pesquisas sugerem o seguinte:
• A escolha de vocabulário indica posição inferior da mulher no âmbito de tomada de decisões e de posições de poder;
• Muitos adjetivos comumente utilizados por mulheres não são utilizados por homens porque poderiam danificar a reputação deles, por exemplo: divine (divino), adorable (adorável), sweet (doce), gorgeous (lindo).
• As mulheres costumam usar muito as chamadas tag questions,que são perguntas ao final de uma afirmativa,equivalentes ao nosso não é mesmo? Ou né? .Isso adiciona,segundo a pesquisa,insegurança à afirmativa, mostrando que a falante não impõe seu ponto de vista;
Esses dois tipos de variação que acabamos de apresentar, a primeira definida pelo lugar em que vive o falante e a outra que depende de características individuais, seja por sua posição na escala sócia, por sua idade ou seu sexo,imprimem uma característica que acompanha o falante, pelo menos por certo tempo. O terceiro tipo de variação,no entanto,refere-se ao contexto de fala. Nesse caso, o que define a forma de falar é a situação e os interlocutores, pois o falante altera a sua linguagem para se adequar a eles.
As pessoas, em geral, costumam usar uma linguagem informal e menos monitorada quando estão em seu ambiente familiar ou com o grupo de amigo em momentos de lazer. Quando estão em situações mais formais,em ambientes que exigem um determinado comportamento linguístico, monitoram sua fala para se adequar àquele contexto.
Um último comentário é que existem também os jargões profissionais. São, principalmente, temos compreendidos apenas por quem domina o assunto de que se trata e compreende a situação em que o assunto insere.
Esse preceito é um fruto de uma história de prescrição da gramática normativa, que nos acostumou a achar que toda forma diferente das regras gramaticais cotidas nos livros que estudamos são “erradas”. É fruto de uma tradição de tratamento da língua como um sistema rígido de leis e serem cumpridas, e aquele que não as cumpre são julgado e condenado por isso. Só que essa concepção
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