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Vidas Secas

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Por:   •  2/6/2013  •  1.318 Palavras (6 Páginas)  •  1.318 Visualizações

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Vidas Secas

Vidas secas é o título do romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos, publicado em 1938, considerado por muitos como a maior obra do autor.

Resumo

O livro retrata a vida de pessoas que vivem no sertão brasileiro e o sacrifício delas para sobreviver. Tendo como tema a luta pela sobrevivência diante do flagelo da estiagem, o autor traz em seus personagens muito da alma nordestina nos traços de Fabiano e sua família.

Foi publicado em 1938 e aborda a problemática da seca e da opressão social no Nordeste do Brasil. Ao contrário dos romances anteriores, é uma narrativa em terceira pessoa, com o discurso indireto livre predominante, com a finalidade de penetrar no mundo introspectivo dos personagens já que esses não têm o domínio da linguagem necessária para estabelecer a comunicação.

O romance tem um caráter fragmentário. São "quadros", episódios que acabam se interligando com uma certa autonomia. Como coloca o crítico Affonso Romano de Sant'Anna: "Estamos sem dúvida, diante de uma obra singular onde os personagens não passam de figurantes, onde a história é secundária e onde o próprio arranjo dos capítulos do livro obedece a um critério aleatório".[1]

Os principais personagens são: Fabiano, Sinhá Vitória, Menino mais Velho, Menino mais Novo, a cachorra (Baleia) e o papagaio, que a família come para aliviar a fome.

Personagens do livro

Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia são os protagonistas do romance Vidas Secas – narrativa dos sertanejos retirantes da seca e seus dramas sociais, publicado por Graciliano Ramos em 1938.

O casal, Fabiano e Sinha Vitória, representam o núcleo da trama: Fabiano mantém-se fiel a seus hábitos de Vaqueiro - é uma extensão do animal, totalmente adaptado ao cavalo e à roupa de couro.

No lado oposto, Sinha Vitória – que também guarda o poder de adaptação às piores condições materiais, mas vive enaltecendo uma figura, para ela exemplar, o seu Tomás da bolandeira, um homem que sabia ler e tinha uma cama de couro.

Estutura

No que diz respeito à estrutura, o livro apresenta treze capítulos, dentre os quais alguns podem até ser lidos em outra ordem (romance desmontável), que não a impressa no livro. Entretanto, alguns capítulos, como o primeiro, "mudança", e o último, "fuga", devem ser lidos nesta ordem. Esses dois capítulos reforçam a idéia de que toda a miséria que circunda os personagens de "Vidas Secas" representa um ciclo, em que, quando menos se espera, a situação se agrava e a família é obrigada a se retirar, repetidas e repetidas vezes.

A obra de Graciliano pode ser considerada um marco para a literatura brasileira, em especial o Modernismo Brasileiro, visto que há a implícita (e, em alguns casos, até explícita) crítica social a toda pobreza no sertão nordestino, que atinge uma boa parcela da população, e que, de fato, acaba por prejudicar todo o país, impedindo maiores desenvolvimentos. Há a tentativa, portanto, de se mostrar a desarticulação dessa região com o resto do país (um Brasil pobre dentro de todo o Brasil).

O próprio título da obra, se analisado corretamente, nos dará pistas importantes da mensagem que Graciliano quer passar: “Vidas” se opõe a “Secas” pois a primeira tem sentido de abundância, enquanto, a segunda, de vazio, de falta, configurando um paradoxo (ou “oxímoro”, oposição de déias resultando em uma construção de sentido ilógico).

Além disso, denotativamente, o adjetivo “secas” se refere a “vidas”, e, dessa forma, teria o sentido de que a família sofre com a seca. Por outro lado, conotativamente, pode-se relacionar aquele adjetivo a uma vida privada, miserável.

Curiosidades

O romance originalmente se chamaria “O Mundo Coberto de Penas”, título do penúltimo capítulo, em referências às penas negras dos corvos cobrindo o chão seco. O texto original está grafado assim. Porém o próprio Graciliano Ramos riscou o título original e escreveu à mão “Vidas Secas”.

Tempo

Tempo no romance se conflui numa perspectiva de presente e futuro condicional, quando tudo para a família é baseado em hipóteses.

Os protagonistas vivem num presente de dificuldades e sonham com o futuro que não oferece nenhuma garantia de melhores condições de vida.

Trata-se, portanto, de um tempo psicológico, que não tem pressa de passar. Os elementos indicadores do tempo cronológico da obra são escassos e discretos, implícitos e a ordenação do tempo requer uma atenção cuidadosa do leitor: (chegada-> estada na fazenda -> saída).

Com o tempo psicológicos postos em relevo, pelo menos três aspectos ganham dimensão:

• Intensificação do drama existencial vivido pela família, em meio a um mundo caótico e instável.

• O registro da consciência revela a “ reificação” e os caos instaurados no dia-a-dia nas personagens.

• Os indicadores temporais evidenciam também a incipiente organização social em que vivem as personagens, oriundas da economia rural.

Espaço

A história se passa na caatinga, e funciona como um dos agentes causadores das más condições de vida por que passa Fabiano e sua família. Trata-se de um lugar árido e inóspito, que, aliado a seca, não oferecem meios de sobrevivência, o que faz com que os retirantes continuem numa mudança constante, caracterizando assim, um aspecto circular na obra, já que história começa com a MUDANÇA da família e termina com a FUGA: a família deixa o lugar onde

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