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VIDAS SECAS

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Por:   •  1/10/2013  •  911 Palavras (4 Páginas)  •  2.412 Visualizações

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Vidas Secas

Vidas Secas foi o romance responsável por popularizar Graciliano Ramos ao retratar a vida de uma família de retirantes: Fabiano, Sinhá Vitória, “o menino mais velho”, “o menino mais novo” e a cachorra Baleia. Publicado em 1938, ultrapassou as tendências regionalistas da geração de 1930 e foi o único romance do autor escrito em terceira pessoa. Em Vidas secas, a grande obra regionalista modernista, o drama social do Nordeste é representado nas figuras humanas marcadas pela miséria e pela seca da região.

RESUMO DO LIVRO.

O romance narra à história da retirada de uma família de nordestinos por causa da seca. Através da narrativa, o leitor entra em contato com o sertão e o sofrimento da família de Fabiano. Observa-se que mal há comunicação entre eles; as crianças não têm nomes, o que demarca fortemente o processo de animalização das personagens para frisar a vida dos fugitivos da seca.

Anseios, sonhos, frustrações e muito sofrimento vêm à tona enquanto a família se retira. É interessante a inversão de papéis que há entre Fabiano e a cachorra Baleia, enquanto o humano é zoomorfizado, o animal é antropomorfizado, ou seja, Fabiano está mais próximo de um animal, e Baleia é humanizada, tem nome e pensa.

Fabiano arruma um emprego de vaqueiro numa propriedade que a família ocupa na época da chuva. É preso injustamente pelo soldado amarelo, que, neste caso, representa a autoridade do governo. Com a prisão, o personagem analisa a sua própria condição de homem-bicho e se dá por vencido diante das desilusões em relação à vida dos filhos. O vaqueiro é sempre ameaçado de demissão pelo patrão que o rouba nas contas.

Sinhá Vitória é impaciente com os filhos, sua ignorância é menor que a do marido, pois pensa com clareza e sabe contar.

Baleia pensa e sente como um humano. Na trama ela adoece, fato que leva o vaqueiro a pensar que está com hidrofobia e matá-la. Com a agonia da morte, a cachorra faz uma autoanálise e não compreende os motivos do dono, enfim, morre sonhando com um mundo cheio de preás gordos.

A seca volta e anuncia um tempo de miséria e fome. Sinhá Vitória vê o futuro com otimismo e transmite paz a Fabiano que analisa sua vida. Com a seca, os retirantes deixam a casa da fazenda e recomeçam a andança sem rumo retratada no início da narrativa.

ESTRUTURA DA OBRA

Graciliano Ramos escreveu cada capítulo de Vidas secas como se fossem episódios separados e independentes dos outros. Assim, se tem fragmentos que se unem para formar um todo a partir do próprio leitor. A retomada no início da narrativa no final da obra é proposital, haja vista que não há fim determinado, deixando o caminho livre para a imaginação do leitor.

O foco narrativo da obra está em terceira pessoa, marcado pelo narrador onisciente que mergulhar no interior das personagens a fim de trazer à tona pensamentos e sentimentos humanizados. Usando, várias vezes, o discurso indireto livre, visto que a família pouco fala e precisa de ajuda do narrador nesse quesito, Graciliano montou um quadro que extrapola os limites do simples regional. É importante saber que embora raras, as falas das personagens aparecem em discurso direto. Há também monólogos internos, já que as personagens por nãos e expressarem bem evitam conversar entre si.

O tempo na obra está voltado para o psicológico, haja vista que não se estabelecem datas cronológicas. As ações das personagens ocorrem entre uma seca e outra, entretanto, não é possível determinar um tempo cronológico exato.

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