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5x Favela

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Por:   •  20/9/2014  •  2.016 Palavras (9 Páginas)  •  290 Visualizações

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No pressuposto de que o jovem, na atualidade, é um modelo ideal de estilo de vida a ser imitado, associado diretamente a categorias como felicidade,sociabilidade, amizade, liberdade e modernidade (PEREIRA, ROCHA, PEREIRA,

2009),propôs, refletir sobre o lugar conferido pela mídia ao sujeito juvenil morador de favelas. Assim, tomando a cultura midiática como eixo de análise do contemporâneo, focando na observação de representações da juventude da periferia no cinema,especificamente, em um dos episódios da obra 5x Favela – Agora por nós jovens, moradores de subúrbios são recorrentemente focados no jornalismo sob a ótica da

violência. Ao analisar a construção das “gangues” no discurso midiático, Alvim e Paim concluíram que os cidadãos da periferia, notados em sua realidade, expõem problemas como delinquência, ócio e irresponsabilidade. Para as estudiosas, esses jovens das classes populares reiteradamente ocupam as páginas dos jornais e atraem a atenção não em razão de seu cotidiano, mas sim em razão do quadro ‘sinistro de vida’ que supostamente levariam .Mas, se em uma vertente percebemos que aspectos da cultura juvenil da periferia relacionados à violência e ao banditismo são pontos de vista que, prioritariamente,parecem interessar a grande mídia, principalmente na cobertura jornalística, em outra nos deparamos com produções que visam, ao menos em seu discurso de apresentação,enfatizar o espírito comunitário, a criatividade, a solidariedade, etc., em oposição à criminalidade, à desigualdade, à exclusão. Enfim, oferecer um outro olhar sobre a periferia e seus sujeitos juvenis.

É o caso de 5x Favela – Agora por nós mesmos (2010). O longa-metragem brasileira se propõe a dar voz à favela focando na intervenção deste no real e usa o subtítulo para fazer referência aos seus diretores, os cineastas da favela, agora por eles mesmos.

Os cinco curtas-metragens que compõem 5x Favela – Agora por nós mesmo apresentam-se como um exemplo para explorarmos a temática da periferia e sua representação na cultura midiática. Diante do enfoque abordado por cada episódio, a história de Maycon, personagem principal do curta “Fonte de renda”, leva-nos ao que consideramos o cerne da discussão proposta neste trabalho, a busca do jovem por subjetividade na cidade, cultura.Que vem sendo discutido recorrentemente por pesquisadores, artistas e ativistas que trabalham com a relação entre o jovem, a periferia e o sentimento de posse simbólica da sociedade. A noção de juventude é bastante imprecisa e problemática, estendendo-se para além da simples questão de faixa etária. A literatura que se debruça sobre a dinâmica das culturas juvenis revela que a condição juvenil é muito mais complexa e plural do que parece.

Cláudia Pereira, Everaldo Rocha e Miguel Pereira afirmam que há duas formas, pelo

menos, de se tangenciar a noção de juventude.

A primeira possível consiste na própria diversidade que a constitui, através de suas expressões e movimentos culturais, por exemplo, que ocupam um importante espaço no cenário da vida social moderno-contemporânea. A segunda forma é diferente, já que a juventude é tomada como um fenômeno social que tanto pode ser reflexo como produto de um imaginário coletivo, e que se constitui a partir de um conjunto de valores, influenciando a maneira com que indivíduos de todas as idades consomem produtos e ideias .Em uma perspectiva de tratamento da juventude como um conceito publicitário,os pesquisadores acreditam que, para além de um grupo concreto com valores ,que a juventude é um gerúndio: está sempre iniciando, crescendo, aprendendo, concluindo,experimentando, escolhendo, esperando. Os jovens parecem não habitar o presente, seu tempo é o futuro. A juventude tem uma capacidade típica de interconectividade, de aproximação e afastamento. Os estilos mais exóticos de alguns grupos seriam sinais de reação, de uma cultura juvenil utilizada para desafiar consensos dominantes.

CARANDIRU

Carandiru, história baseada em fatos reais e no livro escrito pelo médico Drauzio Varella (Luiz Carlos Vasconcelos), começa quando ele resolve fazer um trabalho de prevenção à AIDS no maior presídio da América Latina: a Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, vítima de um dos dias mais negros da história do Brasil, quando a Polícia Militar do Estado de São Paulo, a pretexto de manter a lei e a ordem, fuzilou 111 pessoas.

Talvez esse seja o filme que melhor retrata a vida dentro de uma penitenciária brasileira, da forma mais crua e direta possível. Mesmo que o olhar capturado pelo diretor seja, dentre as possibilidades, a menos pesada, ainda sim, é muito pesada. Por outro lado, o filme não se atém a contar os dias dentro da prisão, mas também, mostra como aquelas pessoas foram parar lá dentro e, claro, essas histórias são muito ricas e diversas, mas com um mesmo final. Toda essa realidade transparente só é possível pelas atuações excelentes dos atores. Mas também mostra um mundo paralelo, onde há suas regras, condutas, normas criadas e vividas lá dentro. Pensar em um local onde estão confinadas as piores pessoas a provavelmente não venha a cabeça palavras como: organização, respeito, amor ou felicidade, o que nos mostra que estamos enganados, pois lá existe tudo que há no mundo correto de fora.

Vidas secas

Família de retirantes, pressionados pela seca, atravessam o sertão em busca de meios de sobrevivência. O vaqueiro Fabiano, sua mulher Sinhá Vitória, filhos e a cachorra fogem da seca que assola o sertão brasileiro. Durante quase dois anos, eles conseguem se assentar em um povoado, até que Fabiano se revolta contra o dono da fazenda em que trabalha e com o soldado da região, sendo espancado e preso. Ele não vê mais perspectiva em permanecer naquele lugar.

Esta obra nos possibilita a apreensão da história da humanidade, proporciona o conhecimento de como os seres humanos procuram expressar seus anseios, modos de vida social, interesses e emoções obra Vidas Secas, Graciliano Ramos trata o problema social, da organização rural, em que a apropriação da terra junto com a seca expulsa os sertanejos de seu “habitat”,animalizando-os. Enquanto os humanos são zoomorfiados, Baleia (a cachorra) apresenta sentimentos e pensamentos nitidamente humanos. A família de Fabiano vive uma vida miserável,sem prespctivas de mudanças.

Propõem uma vida seca, de dignidade, identidade, linguagem, afetividade, uma seca cultural e existencial perante a sociedade. A obra Vidas Secas nos permite compreender alguns aspectos acerca da formação de grupos,

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