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6º Semestre

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Por:   •  11/10/2013  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  355 Visualizações

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Um espaço para brincar e aprender

O pátio pode ajudar na aprendizagem. Organizado, ele melhora a relação entre os estudantes e diminui a agressividade e a ocorrência de brigas.

Sala de aula é lugar de aprender. Pátio é lugar só de brincar, certo? Errado. Cada vez mais escolas estão percebendo que esse espaço tem um papel essencial na formação da criançada. Quando não é bem planejado, ele acaba rimando com algazarra e brigas. Mas transformá-lo num ambiente de aprendizagem, capaz de reduzir a agressividade e a indisciplina dentro da classe, é mais fácil do que parece. "O pátio ajuda a criar nos estudantes a sensação de que eles são donos do colégio", diz Paulo Zimbres, arquiteto e consultor do Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola), órgão do Ministério da Educação dedicado a melhorar a infra-estrutura da rede pública de ensino. "Ele abre possibilidades na construção dos saberes e inova o processo de aprendizagem", acrescenta Beatriz Fedrizzi, paisagista formada em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado e doutorado feitos na Suécia.

Especialista nas relações pátio-estudo, ela coordenou, em parceria com a Fundação Gaia (organização não-governamental que trabalha pela preservação do meio ambiente), um projeto de remodelação da Escola Municipal Chapéu do Sol, em Porto Alegre. Quando as instalações foram abertas, em abril de 2000, o cenário era bem pouco animador. A prefeitura ergueu os prédios para atender à população carente que havia sido transferida de uma área de risco para aquela região, recém-urbanizada, na periferia da capital gaúcha. E, numa tentativa de ganhar tempo, as aulas começaram antes mesmo da conclusão das obras. Apesar de o terreno ser enorme (11359 metros quadrados) e ter uma pequena mata nativa num dos cantos), não havia árvores nos arredores das salas de aula, que se transformavam em verdadeiros fornos no verão.

Além disso, faltavam brinquedos para as 650 crianças. O recreio, que no início tinha dois horários diferentes por falta de espaço, era sinônimo de brigas e confusões. Só em agosto do ano passado ficaram prontas as duas quadras de esportes e o campo de futebol, todos descobertos. Foi quando Beatriz e a Fundação Gaia entraram em cena. Com a participação efetiva da comunidade, a escola rapidamente mudou da água para o vinho. "Pesquisas mostram que o ambiente influi na auto-estima das crianças", diz a consultora. "Em lugares alegres e bem cuidados, elas se sentem amadas e têm mais disposição para aprender."

Saiba agora como ocorreu a transformação na Chapéu do Sol. Quase tudo foi feito com material doado e o trabalho voluntário de pais e vizinhos, além dos próprios alunos, professores e funcionários. Do caixa da escola não saiu um centavo sequer. O "milagre" pode ser resumido em seis grandes passos.

Conscientização

Sempre há alguém disposto a começar o trabalho. Em Porto Alegre, foi Rosane Salete Ribeiro Pereira, coordenadora cultural e atual vice-diretora. Ela contou com a ajuda das colegas Cláudia Ludcke e Dulce Cornelet dos Santos. Juntas, elas criaram as condições necessárias para envolver a comunidade escolar no processo.

Discussão

Todos devem expor suas idéias. Os gaúchos partiram da seguinte pergunta: "Como eu gostaria que fosse a escola?" É importante não deixar ninguém de fora. "Pais, alunos, funcionários e professores apropriam-se do projeto e têm afeto pelo que foi feito", ensina Beatriz. Algumas técnicas podem ser usadas para estimular o grupo a pensar. Uma delas é a visualização criativa. De olhos fechados, cada um se imagina sobrevoando o ambiente. Onde as crianças vão brincar? Há espaços vazios? O que devemos manter e o que precisa ser jogado fora? Como estará o lugar daqui a cinco anos? Em tiras de papel, escrevem-se algumas idéias iniciais.

Radiografia

Com uma planta bem simples, os estudantes da Chapéu de Sol dividiram a escola em quadrantes e avaliaram o tipo de solo e o relevo do terreno. Em classe, fizeram uma grande tabela com tudo o que viram em cada setor pesquisado. Assim, todos passam a conhecer o local (no caso, uma área enorme) nos mínimos detalhes.

Projeto

O passo seguinte é a planta baixa. Pode-se desenhar numa cartolina ou no chão, com giz. Peça que o grupo faça uma maquete dos prédios usando material reciclável sobre o molde original. Destaque algumas informações climáticas, como de que lado nasce o sol e onde venta mais, por exemplo. Em seguida, parta para a lista de necessidades. Como efetuar cada modificação? É importante montar uma planta final, mesmo que artesanal. O desenho ajuda a lembrar o que falta fazer.

Execução

Comece as mexidas com o material disponível. Na Chapéu de Sol, professores e alunos foram atrás de pneus velhos em borracharias e de mudas de árvores na Secretaria do Meio Ambiente. Num dia pré-determinado, foram plantadas as árvores e as flores, e feitos os canteiros da horta, a sementeira, a espiral de ervas e a composteira. O piso, de cimento, ganhou pintura colorida e, na área de jogos, foi construído um tanque de areia cercado pelos pneus. Os familiares entraram com ferramentas e carrinhos de

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