A Arte De Gerenciar A Mudança
Casos: A Arte De Gerenciar A Mudança. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: josielpds • 28/8/2014 • 3.880 Palavras (16 Páginas) • 290 Visualizações
A arte de gerenciar a mudança
Jayme Alexandre Dias de Lima
“Gestão da Mudança é uma arte, e seus grandes artistas são aqueles
bem-sucedidos em mobilizar suas organizações e executar suas estratégias
com sucesso.” – David Norton
As organizações bem sucedidas estão sempre em busca de estratégias
inovadoras que as levem a uma posição de destaque em seus segmentos de
mercado e garantam sua competitividade e sustentabilidade. Os líderes
dessas organizações se esforçam por conhecer novas técnicas e tecnologias
de gestão, mas o conhecimento e envolvimento apenas dos líderes não são
suficientes para que estas empreitadas tenham êxito. É fundamental que
mais pessoas abracem a causa e comprometam-se com o alcance dos
desafios propostos, dos conselheiros aos operadores, passando
principalmente pela gerência média, que representa o principal elo entre
liderança e os colaboradores da linha de frente.
Um processo de execução e gestão da estratégia, que leve as empresas a
um novo patamar de desempenho, está intimamente ligado à mudança, pois
traz impactos significativos no status quo de uma organização e de seus
funcionários, visto que comumente está relacionado à definição de metas
ousadas, a novos modelos de avaliação de desempenho, ao estabelecimento
de novos fóruns de discussão e de tomada de decisão, a adoção de novas
ferramentas e metodologias, a atribuição de novas responsabilidades em
vários níveis hierárquicos, a novos produtos, serviços e mercados, a novos
atributos de valor, a uma nova cultura organizacional, a novas tecnologias,
processos, competências e assim por diante. Ou seja, ao executar sua
estratégia a organização inteira é afetada, e o engajamento e
comprometimento de todos tornam-se fundamentais para se obter os
resultados esperados.
Conforme depoimento de Kirk Klasson, que foi vice-presidente de estratégia
da Novell, publicado no artigo “O Diretor de Estratégia” (Harvard Business
Review de outubro de 2007), “Nenhuma estratégia pode ser simplesmente
imposta à organização. Sem compreensão e consenso de verdade, a
estratégia vai produzir muitos sorrisos, muitos tapinhas nas costas, mas
zero de mudança quando cada um voltar a sua sala”.
Porém, pela própria natureza humana, as pessoas tendem a resistir e negar
mudanças, o que pode liquidar com os esforços de transformação. Por este
motivo se faz necessário dedicar atenção, tempo e recursos essenciais para
gerenciamento de todas as transformações inerentes à estratégia. Isto é o
1que determinará o sucesso ou o fracasso de uma iniciativa desta natureza.
Na década de 50, uma psiquiatra suíça especializada em pacientes terminais
chamada Elisabeth Kübler-Ross, percebeu em suas pesquisas que as
pessoas passavam por estágios comportamentais semelhantes ao serem
confrontadas com a sua própria morte iminente, que iam desde a negação
até a aceitação do fato e compromisso com o que poderia ser feito. Mais
tarde, analisando as famílias de seus pacientes, verificou que eles também
passavam pelas mesmas fases comportamentais.
“Gestão da Mudança é uma arte, e seus grandes artistas são aqueles
bem-sucedidos em mobilizar suas organizações e executar suas estratégias
com sucesso.” – David Norton
Os estágios estudados pela Dra. Kübler-Ross, que vão da negação à
aceitação de uma nova realidade, ocorrem também nas organizações
quando submetidas a transformações. Podemos dividir o processo de
aceitação à mudança em 4 grandes fases:
- Negação: As pessoas pensam que a mudança proposta nada mais é que
um modismo passageiro. Não consideram de fato que a mudança é algo
real, por mais que a decisão já tenha sido tomada e que ações concretas de
efetivação já tenham ocorrido. Mantém-se alijadas do processo de
transformação, evitam o assunto, não comparecem aos workshops, não
atendem às convocações de reunião e parecem despreocupadas.
- Resistência: Neste estágio, as pessoas agem contra a iniciativa de
mudança. Procuram razões pseudológicas pelas quais a mudança não
funcionará, envolvem-se em disputas crônicas, demonstram algum nível de
hostilidade, fazem perguntas impertinentes e atuam com lentidão e
desorganização. Porém, John Kotter, um dos mais reconhecidos experts em
Liderança e Gestão da Mudança, alerta em seu livro “Leading Change”
(Harvard Business School – 1996) que nas empresas a maioria das
resistências ocorre de forma passiva,
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