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A Carta a Próprio Punho

Por:   •  27/9/2021  •  Dissertação  •  510 Palavras (3 Páginas)  •  241 Visualizações

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CARTA DE INTENÇÕES

        Sou Jéssica Barbosa Nunes, camponesa, quilombola filha de agricultores familiares, residentes no Quilombo Bom Jardim da Prata, Município de São Francisco Norte de Minas Gerais. A minha trajetória de vida está vinculada ao campo, uma vez que desde a minha infância morei no meio rural.

Comecei a estudar com 7 anos de idade na Escola Municipal Matias de Castro Dourado, nessa mesma escola estudei até a 5º ano. Para dar continuidade ao ensino fundamental fui morar com minha tia e passei a frequentar a instituição de ensino Escola Municipal Getúlio Inácio de Farias,  na comunidade Marimbas, município de Chapada Gaúcha, como a escola era distante da residência, era necessário  acordar 4:00 horas da manhã, andar 01 quilometro à pé e depois pegar  uma Kombi, assim percorria 15 km para chegar o ponto de ônibus escolar, e o trajeto continuava por mais 10 km até a escola.

No ano de 2014 a 2016 estudei o Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico em Agropecuária na  Escola Família Agrícola Tabocal (EFAT), na qual adota a Pedagogia da Alternância. Tive uma formação integral e contextualizada considerando as especificidades do campo. Em 2017  me integrei a equipe de monitores internos da EFA Tabocal para contribuir com educação do campo e sobretudo com a formação dos jovens rurais. Na instituição de ensino leciono as disciplinas de Artes, Agroecologia e Agroindústria para as turmas do 1º, 2º e 3º ano e acompanho os jovens no internato diariamente, pois sou monitora na EFAT.

O meu objetivo de fazer o curso de Licenciatura em Educação do Campo é para que eu tenha oportunidade de aperfeiçoar minha didática em sala de aula e metodologias de ensino, pois a juventude rural precisa se apropriarem de suas comunidades, valorizar suas culturas, para isso precisa de formação, de conhecimento. Para que eles se articulem, se organizem e assumam a condição de sujeitos da resistência no e do campo, para que lutem pela valorização da sua própria cultura e identidade. E que eles sejam  protagonistas da sua própria história enquanto jovens do campo.

Na realização desse curso terei a oportunidade de qualificar as minhas práticas pedagógicas, e o mais importante terei um tempo de aperfeiçoamento das minhas experiências como educadora do campo, momentos de estudo, de reflexão, ação e formação.

As escolas do/no Campo necessitam de professores qualificados que compreenda e considere as especificidades do camponês, seu modo de vida e seu saber. Que as práticas pedagógicas tenham caráter inovador para que o ensino seja de qualidade, isso será possível se o docente tiver uma boa formação, com a minha inserção no curso de educação do campo terei experiências teóricas e práticas que vão contribuir muito com a docência. O conhecimento do exercício da docência dá condições para o educador desenvolver metodologias emancipadoras e envolver os alunos no processo de aprendizagem. Assim poderei contribuir não só com a formação dos jovens rurais da EFA Tabocal, mas dos pais desses alunos e dos agricultores da minha comunidade de origem.

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