A Criatividade e Inovação UVA
Por: Yann Reis • 19/10/2020 • Pesquisas Acadêmicas • 978 Palavras (4 Páginas) • 127 Visualizações
As Relações internacionais (RI) como disciplina científica autónoma surgiram no início do século XX, nomeadamente no Reino Unido e nos EUA, oriundo da necessidade das diferentes nações pensarem as realidades externas que afetavam seus cenários domésticos e sua consequente administração. Na prática, ainda que possam existir exceções, as sociedades estabelecem entre si trocas e contatos constantes das mais variadas naturezas e alcances, não existindo um pleno isolamento, o que leva a criação da demanda pela compreensão do internacional. Em se tratando de relações internacionais, um exemplo real de inovação foi o surgimento das primeiras integrações regionais, que alteraram permanentemente as relações de poder e organização no globo. Nesse sentido, convém analisar esse fenômeno que foi um marco histórico para a civilização e uma das principais mudanças nas relações entre os Estados.
Diversas são as definições de Integração Regional, com muitos teóricos apontando uma interpretação específica para o significado do termo. Por exemplo, o cientista político Karl Deutsch define integração como a obtenção, em determinado território, de um sentido de comunidade e de instituições de práticas fortes, suficientemente difundidas para assegurar as expectativas de mudança pacífica para as populações envolvidas (BATTISTELLA, 2014). Por sua vez, Ernst Haas, considera que integração é uma tendência de criação voluntária de unidades políticas amplas, evitando conscientemente o recurso à força em suas relações com outras unidades que participem do processo (BATTISTELLA, 2014).
Como modelo desses processos de integração, temos como destaque a União Europeia (UE), nascido nos anos 1950 que, até o momento, representa a mais bem-sucedida experiência de união entre Estados Soberanos, processo esse originado de negociações comercias que eliminavam barreiras tarifárias sobre o carvão, aço e energia. Diante das transformações econômicas do sistema e seguindo o modelo europeu, nas décadas de 1950 e 1960, experiências de integração também foram implementados nas Américas como a Alalc (1970), seguindo-se da Aladi (1980). Porém, o Pacto Andino (1969) conseguiu processos em especial no campo do livre-comércio, também havendo acordo similares entre as nações do Caribe, porém nenhuma delas alcançou o impacto social de integração desejado, assim, o sucesso de integração esteve restrito até a década de 1990 a Europa.
Os avanços da União Europeia sinalizam a possibilidade de que, em longo prazo, novos conceitos e pressupostos precisem ser agregados as relações internacionais, diante da transformação dos conceitos de soberania e autonomia, influenciados pelos diversos acordos internacionais que se expandiram a partir do século XIX, que caminham na direção da cooperação das nações em determinados pontos de interesse comum. Isso implica certa diminuição da autonomia nacional de um país em relação a uma determinada função (MARCOVITCH, 1994). Na verdade, em volta de todas as questões relativas ao cenário internacional, estão questões que, de uma forma ou de outra, limitam a força dos Estados em nome da colaboração pacífica entre eles.
No campo político, a União Europeia representa o surgimento de um real adversário à hegemonia da Pax americana, pois será o único bloco capaz de fazer frente ao poder da superpotência. A manutenção de posturas agressivas por parte dos Estados Unidos somente reforça o desejo de aprofundamento da integração e incentiva o ensaio de coalizões anti-hegemônicas. Dentre estas, podemos citar as negociações Rússia e China, assim como Rússia e União Europeia, lembrando-se do eixo Paris/Berlim;Moscou surgido nos embates sobre o Iraque em 2002/2003 no Conselho de Segurança da ONU.
Na América Latina, depois da tentativa fracassada anteriores a integração foi retomada como projeto estratégico nos anos 1990 diante de uma situação combinada de crise doméstica advinda da Década Perdida brasileira e da perda de lugar no sistema internacional do pós-guerra fria. Neste quadro destaca-se o Mercosul, criado em 1991, acordo de livre comércio entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Apesar de suas dificuldades
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