A ESCRAVA ISAURA: O DIREITO, PILAR BASILAR ESSENCIAL PARA A MUDANÇA DE PARADIGMAS, E SUA ANÁLISE LITERARIA
Por: Deiviti Natanael Santana do Nascimento • 31/5/2019 • Artigo • 3.334 Palavras (14 Páginas) • 267 Visualizações
A ESCRAVA ISAURA: O DIREITO, PILAR BASILAR ESSENCIAL PARA A MUDANÇA DE PARADIGMAS, E SUA ANÁLISE LITERARIA.
NASCIMENTO, Deiviti Natanael Santana do¹.
FRAITAG, Katia²
Docente.
RESUMO:
Isaura, é uma escrava de pele branca, foi criada como filha na família em que serve. Foi durante esse período escravagista, que passou o tempo sendo a protegida pela mãe, que prometeu que após a sua morte que a moça iria ser liberta. Entretanto, esse último desejo não foi satisfeito e Isaura se tornou propriedade de Leôncio, um jovem sem caráter que por ela se interessa, apesar de casado. No entanto na época não existia direitos que assegura a liberdade, autonomia e a dignidade das pessoas, a ausência destes e de muitos outros, facilitou com que ela se torna objeto de Leôncio. A beleza da jovem encanta e desperta paixão em vários dos personagens, inclusive, Leôncio. O pai da escrava, é um homem livre chamado Miguel, reúne a vultosa quantia que fora pedida pelo pai de Leôncio para libertá-la, porém, o vilão encontra uma maneira para descumprir a promessa do pai, fingindo luto por sua morte. Inconformada com a situação, Malvina retorna para a casa de seus pais, fato que deixa Leôncio livre para atormentar Isaura. O pai de Isaura, Miguel, decide então fugir com a filha para o nordeste do país. Os dois se instalam em Recife e adotam novos nomes. Na nova cidade Isaura conhece Álvaro, homem por quem se apaixonaria e é correspondida. Ao saber que Isaura é uma escrava fugida da pior maneira, surpreendeu-se, ao levá-la a um baile um estudante a denuncia na frente de todos. Isaura é obrigada, a assumir sua condição, Álvaro, porém, defende sua amada.
Palavra-chave: escrava, direito e liberdade.
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1 NASCIMENTO, Deiviti Natanael Santana do. Acadêmico do curso de Bacharelado em Direito pela Faculdade do Vale do Juruena – AJES; Técnico em Agropecuária, registrado no CREA de Mato Grosso, em juina
² FRAITAG, Mestre em Estudos Literários pela Universidade do Estado de Mato Grosso –UNEMAT, professora da Faculdade do Vale do Juruena AJES, nas disciplinas de Leitura e Produção Textual, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa. Coordenadora do PIBID Letras. E-mail: katiarevisoradetextos@gmail.com.
ABSTRACT:
Isaura, a white-skinned slave, was raised as a daughter in the family she serves. It was during this period of slavery that she spent her time being protected from the matriarch, who promised that after her death the girl should be released. However, this last wish was not satisfied, and Isaura became the property of Leontius, a young man with no character who cares for her despite being married. However, at the time, there were no rights that ensured the freedom, autonomy and dignity of the people, the absence of these and many others facilitated that it becomes the object of Leontius. The beauty of the young woman truly enchants arouses passion in several of the characters, besides Leôncio. The slave's father, a free man named Michael, gathers the large sum that Leontius's father had requested to free her, but the villain finds a way to break his father's promise by feigning mourning for his death. Discontented with the situation, Malvina returns to the house of its parents, fact that leaves Leôncio free to torment Isaura. Isaura's father, Miguel, decides to flee with his daughter to the northeast of the country. The two settled in Recife and adopted new names. In the new city Isaura knows Álvaro, man for whom he falls in love and is
reciprocated. He learns that she is a slave escaped in the worst way, when taking her to a ball a student denounces in front of all. Isaura is forced, then, to assume her condition, but Alvaro defends the beloved.
Keywords: slave, right e freedom.
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¹GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura, Editora Martim Claret, 2005, p.3
INTRODUÇÃO
A finalidade deste trabalho é analisar o romance, o livro “A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães, levando em conta os aspectos literários e sociais, a fim de se verificar qual é a contribuição dessa obra para o Romantismo no Brasil e também tentar desmistificar os problemas sofridos, pela Isaura, como por exemplo, os crimes de escravidão e o aviltamento da pessoa humana pela distinção de classe, através de mecanismos jurídicos e constitucionais.[pic 1][pic 2]
Inicialmente, será apresentada uma síntese da vida e obra do autor, bem como sua obra e participação na literatura brasileira, seguido do contexto histórico em que se desenvolveu a obra em discussão.
Após esses preparativos, analisar-se-á o romance buscando relacionar a carga literária em contra ponto com as questões sócias e politicas da época. Finalmente, concluiremos o trabalho ressaltando a importância desse romance para a resolução de algumas questões politicas vigentes na época, que violam os direitos primordiais do cidadão, e como isso poderia ser corrigido judicialmente. (₢ Copyright Editora Martins Claret, 2005, p. 5).[pic 3]
AUTOBIOGRAFIA DO AUTOR:
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Bernardo Guimarães (1825-1884) foi um romancista, poeta brasileiro. "A Escrava Isaura" foi o seu romance mais popular. Estudou Direito em São Paulo. Foi juiz municipal na cidade de Catalão em Goiás. Foi jornalista, professor de latim, francês, retórico e poético. Estreou como poeta com "Cantos da Solidão", mas foi como romancista que seu nome ganhou destaque. [pic 5]
Foi considerado o criador do romance sertanejo e regional, ambientado em Minas Gerais e Goiás. De todos os seus romances "O Seminarista" é considerado sua melhor obra. É patrono da cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras.[pic 6]
Bernardo Guimarães (1825-1884) nasceu no dia 15 de agosto, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Filho de João Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira Guimarães. Estudou no seminário e aos 22 anos ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Foi amigo de Álvares de Azevedo e de Aureliano Lessa. Formou-se em 1852.
Seu primeiro livro publicado foi "Cantos da Solidão", obra poética identificada com sua fama de boêmio e satírico, ainda na faculdade. Logo depois de formado foi para Catalão, em Goiás, onde exerceu o cargo de juiz municipal e lá permaneceu de 1832 até 1854.
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