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A Educação de Jovens e Adultos no Brasil

Por:   •  29/8/2017  •  Artigo  •  2.924 Palavras (12 Páginas)  •  353 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A educação de jovens e adultos é um campo de práticas e reflexões, pois abrange processos formativos diversos, obtendo iniciativas de qualificação profissional, desenvolvimento comunitário e formação política.

Esse artigo tem como objetivo, partir das características do ensino EJA, história e práticas de ensino.

HISTORIA

A Educação de Jovens e Adultos no Brasil teve origem antes do império, tendo fatos históricos do seu desenvolvimento no período colonial, práticas realizadas por missionários religiosos exerciam uma ação educativa com adultos. Geralmente destinadas aos brancos e indígenas, os estudos eram baseados no estudo clássico, nas primeiras noções da religião católica.

Durante dois séculos de período colonial a educação vinha sendo desenvolvida por jesuítas que tiveram um grande domínio por toda a colônia, fundando colégios nos quais era desenvolvida uma educação em três frentes de ensino, a clássica, a humanística e a acadêmica. Neste período a educação era tarefa exclusiva da Igreja e não do Estado.

Segundo Moura (2004) o objetivo inicial e principal deste modelo de educação de adultos era a formação de uma elite religiosa no país, momento que teve início com a chegada dos jesuítas em 1549, se arrasto por séculos, enquanto o clero ainda exercia grandes poderes sobre a sociedade.

No Brasil Colonial, devido aos princípios religiosos as primeiras iniciativas de ensino realizadas estavam voltadas mais para adolescentes e adultos do que para crianças, sendo o período colonial marcado com a ideia dos missionários de catequizar e educar e acordo com as normas e interesses dos colonizadores portugueses, que necessitavam de mão de obra para a lavoura e atividades extrativistas. Os primeiros professores iniciaram o trabalho educativo com os índios colonizados e terminaram com os filhos dos proprietários de terras, preparando-os para assumir a ordem religiosa ou continuar os estudos nas universidades.

“A educação dada pelos jesuítas, transformada em educação de classe, com as características das que tão bem distinguiam a aristocracia rural brasileira que atravessou todo o período colonial e imperial e atingiu o período republicano, sem ter sofrido, em suas bases, qualquer modificação estrutural, mesmo quando a demora social de educação começou a aumentar, atingindo aas camadas mais baixas da população e obrigando a sociedade a ampliar sua oferta escolar. (MOURA, 2003, p.26).

O marco da transformação da estrutura educacional se deu com a expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias, em 1759 pelo marquês de Pombal, mudanças essas como: uniformidade da ação pedagógica, a perfeita transição de um nível escolar para outro e a graduação foram sendo substituídas pela diversidade das disciplinas isoladas.

A partir deste momento o estado assume os encargos da educação surgindo então a escola pública no Brasil com a reforma educacional de Pombal. Neste novo modelo os adultos que pertenciam às classes menos abastadas que tinham interesse em estudar não encontravam espaço. Isso porque a educação era pra privilegiados e tinha como prioridade o ensino superior.

Refletindo a EJA no período colonial, Moura (2003) esclarece que:

“com a expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias em 1759, pelo marquês de pombal toda a estrutura organizacional da educação passou por transformações. A uniformidade da ação pedagógica, a perfeita transição de um nível escolar para outro e a graduação foram substituídas pela diversidade das disciplinas isoladas. Assim podemos dizer que a escola pública no Brasil teve início com pombal os adultos das classes menos abastadas que tinha intenção de estudar não encontravam espaço na reforma Pombaliana, mesmo porque a educação elementar era privilégio de poucos e essa reforma objetivou atender prioritariamente ao ensino superior”. (p.27).

Marcada por diversos período a história da educação brasileira passou por várias mudanças e reformas, modelando e dando um perfil diferente de acordo com a época.

Com uma análise profunda podemos ver pontos positivos na educação que veio com a influência da igreja católica, visando também que além da educação clássica ela desenvolvia outros projetos educacionais paralelos.

Na visão da igreja a educação moral do povo brasileiro deveria ser de sua exclusiva competência, pois assim garantia a formação de homens uteis com os conhecimentos necessários para época e cidadãos de boa índole, sempre prezando a pureza dos bons costumes (SHIRONA, 1998).

Quando a família real chega ao Brasil, a educação tem outra virada e passa a atender os interesses da elite monárquica, ficando no ensino superior, fator que garantiu a ponta pé para a construção de valores que impulsionaram a independência política do País. Por esses motivos citados foi um período que pouco se foi feito pela educação de jovens e adultos.

Refletindo a EJA no período Imperial, Moura (2003, p. 27) esclarece que:

A preocupação com a educação volta-se para a criação de cursos superiores a fim de atender aos interesses da monarquia, por outro lado não havia interesse, por parte da elite na expansão da escolarização básica para o  conjunto da população tendo em vista que a economia tinha como referencia-lo modelo de produção agrário.

Quando o Brasil deixa sua condição de colonial e passa a condição de sede provisória da monarquia e como uma nação precisava de leis para regulamentar sua autonomia política e depois de inúmeras divergências entre o imperador e o parlamentar em 1827 é outorgada a constituição imperial que assegurava em seu texto a liberdade e a segurança individual sendo que isso não era possível em um Pais de escravos.

Essas ideias encontravam respaldo nos seguintes artigos transcritos por Moura (2003, p. 28):

Art.179-A inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros que tem por base a liberdade à segurança individual e a propriedade é garantida pela constituição do império entre outras maneiras pela instituição primária e gratuita a todos os cidadãos.

Art.250-haverá no império escolas primárias em cada termo, ginásio em cada comarca e universidade nos mais apropriados locais.

A lei não foi colocada na prática, isso porque não havia escolas para todos que a procurassem, e o fato de não ser livre como homem se constituía como barreira que impedia qualquer possibilidade de se pensar em educação.

         Moura (2003) afirma que:” O que foi proposto na lei não se concretizou na prática mesmo porque não havia escolas para todos que a procurassem o império concentrava os privilégios na nobreza e o tráfico de negros utilizados como mão de obra escrava, era uma razão suficiente para o texto constitucional.”

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