A IMPORTAÑCIA DAS DIRETRIZES NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

A IMPORTAÑCIA DAS DIRETRIZES NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

1- APRESENTAÇÃO

A concepção de infância vem sendo construída ao longo do tempo, de acordo com o seu contexto histórico. Hoje na educação contemporânea chegamos a um consenso onde, através da pesquisa de inúmeros estudiosos, a criança é considerada um sujeito histórico e de direitos, vista como ser ativo capaz de construir conhecimento de si e do mundo.

Contudo, as creches e instituições que recebem essas crianças em cunho assistencialistas vem a sofrer uma grande mudança em seus parâmetros onde o educar e o cuidar assumem uma função sociopolítica e pedagógica.

Embora a Constituição Federal de 1988 tenha estabelecido os direitos da criança de zero a seis anos como dever do Estado ( art.208, inciso IV) e a Lei de Diretrizes e Base da Educação 9394/96 considerar a Educação Infantil a primeira etapa da Educação Básica conforme artigo 29, com o foco voltado para o desenvolvimento integral da criança, ainda não foi o bastante para conduzir o processo de ensino-aprendizado na Educação Infantil.

A fim de subsidiar as Instituições de Educação Infantil em sua prática pedagógica, normatizando as suas ações e favorecendo a organização das atividades cotidianas realizadas pelo professor, a Lei de Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEIs), aprovada pelo Conselho Nacional de Educação em 2009 ( Parecer CNE/CEB n°20/09 e Resolução CNE/CEB n°05/09), representa um grande avanço educacional, o qual se faz repensar como e em que direção atuar junto às crianças a partir de determinados parâmetros e como articular o processo ensino-aprendizagem na escola básica.

Sendo assim, o grande desafio na busca de uma Educação Infantil de qualidade envolve a formação inicial e continuada do professor, sendo uma questão fundamental nas políticas públicas da Educação na qual reza a LDB 9394/96 artigo 61 e 62. A formação docente não requer apenas a conclusão de um curso superior, mas também a busca por oportunidades de aperfeiçoamento que vigora em resultados satisfatórios para a vida em sociedade.

2 – DESENVOLVIMENTO

Para fundamentar um bom trabalho junto às crianças, as Diretrizes Curriculares da Educação infantil (DCNEIs) desafiam as creches e instituições Infantis a construir propostas pedagógicas, que no seu cotidiano valorizem o desenvolvimento físico, emocional e social da criança, onde o cuidar, o educar e o brincar passam a ser práticas indissociáveis, fazendo com que o professor reflita sobre suas ações, revendo seus conhecimentos.

Segundo as DCNEIs, na educação de crianças de zero a cinco anos as atividades a serem aplicadas devem ser apropriada para cada faixa etária e segundo as fases do desenvolvimento infantil, considerando as especificidades de cada um. Contudo, as instituições precisam que seus espaços sejam organizados de modo que o educador crie um ambiente rico em estímulos, criando um vínculo afetivo junto às crianças, garantindo de forma prazerosa a sua integridade.

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI) serve como guia da organização e didática na Educação infantil de modo a estruturar o trabalho do professor e das Instituições de Ensino, possibilitando à criança o desenvolvimento das competências interativas e a conquista gradual de sua autonomia de ação e de pensamento.

Ao planejar seu trabalho, o professor organiza a aprendizagem de forma a propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens, orientadas dentro de uma rotina onde as atividades se conectem umas as outras de modo criativo, contemplando o conhecimento de mundo, direcionadas através dos eixos temáticos do RCNEI que são Linguagem Oral e Escrita, Matemática, Natureza e Sociedade, Música, Artes Visuais e Movimento.

As DCNEIs consideram que “a Avaliação deve ser processual e incidir sobre todo o contexto da aprendizagem”. Sendo assim, a avaliação realizada pelo professor possui uma ótima ferramenta para auxiliá-lo em seu trabalho que é a Observação, na qual o permite identificar o nível de desenvolvimento de cada aluno, verificando as suas habilidades e dificuldades de forma sistemática e formativa. O registro também é fundamental, orienta o professor em seu planejamento e auxilia os pais na compreensão do processo de desenvolvimento de seu filho. O portfólio é uma ferramenta pedagógica prazerosa que, além de ser um objeto avaliativo, faz parte de um processo de interação professor-aluno, os quais juntos o elaboram em um contexto de colaboração e afetividade.

Ainda de acordo com as DCNEIs, as práticas pedagógicas “devem ter como eixo norteador as Interações e a Brincadeira”. A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas, como jogos, músicas, artes, expressão corporal, ou seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças. O professor é um elemento integrante das brincadeiras, promovendo a interação, ora como observador e organizador, ora como personagem que enriquece o desenrolar da trama.

As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança já que através das atividades ela se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mental-mente, favorecendo a aquisição da linguagem oral e escrita.

Conforme as crianças se apropriam das diferentes linguagens que se inter-relacionam, ela amplia seus conhecimentos sobre o mundo e registra suas descobertas pelo desenho, modelagem, ou mesmo por formas iniciais de registro escrito.

A brincadeira, como eixo norteador faz do professor o mediador de várias situações de comunicação oral, levando as crianças a interagir e a expressar desejos, necessidades, sentimentos e a relatar suas vivências. Também proporciona a mediação no manuseio de livros, revistas, histórias em quadrinhos promovendo a participação em situações em que se faz necessário o uso da leitura e da escrita.

No universo infantil torna-se essencial o contato com as histórias. O professor pesquisador sempre busca as melhores formas de contá-las, criando um ambiente propício, fazendo o uso de diversos gêneros de leituras, tais como: parlendas, poemas, trava-líguas, contos, cantigas, acalantos e outros, que abusam do lúdico e dos jogos de linguagem.

Ao inserir diferentes gêneros na prática da leitura e escrita, o professor proporciona o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à alfabetização, a qual se inicia com a compreensão da forma como a escrita alfabética representa