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A Importancia Do Espaço Fisico Na Aprendizagem

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Por:   •  30/3/2014  •  4.816 Palavras (20 Páginas)  •  925 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como finalidade discutir a importância do espaço físico no desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, bem como as interações entre os pares e o papel do educador nos espaços oferecidos para os alunos.

Acreditamos que o espaço físico influencia a relação professor/aluno, permitindo ou não diferentes didáticas, mas que o espaço não é determinante, é apenas reflexo dos conceitos de sala de aula e de didática. Os avanços arquitetônicos em geral, se por um lado propiciam maior conforto ao aluno, por outro lado reforçam a passividade do aluno, visto unicamente como receptor no processo educativo.

Aula em sala de aula para nós é quase um pleonasmo, tão acostumados estamos a ir para salas de aulas ter aulas. Nem sempre foi assim. A sala de aula, em si, é um fenômeno até recente na história da humanidade. Aulas existem há muito mais tempo, desde que houve a relação mestre/aprendiz.

Note que a relação mestre/aprendiz é uma relação de um para um. Não há necessidade de haver uma infraestrutura montada para que um mestre ensine algo a um aprendiz. Até hoje vemos isso, tanto na educação informal, passada na família e entre amigos, até na educação formal, por exemplo na relação orientador/orientado. Aulas em salas específicas para este fim só são necessárias quando aumentamos o número de aprendizes.

Mesmo assim, podemos buscar, por exemplo, na Grécia antiga, o exemplo dos filósofos que ensinavam seus alunos em qualquer espaço, o próprio espaço servindo, algumas vezes, de tema para a aula. Na aula em círculos, a céu aberto, a figura do professor somente se destaca pelo conhecimento prévio de seu papel e por sua atuação.

Desde os primórdios da história sobre os espaços destinados à educação sempre houve uma preocupação com a busca de um espaço que favorecesse a aprendizagem. O que nos leva a refletir acerca do desenvolvimento humano e a forma de adequar a pratica educativa com o ambiente em que o aluno está inserido, a busca do equilíbrio entre o espaço físico e as atividades pedagógicas visando o desenvolvimento integral do educando.

Observando uma sala de aula comum, é possível dizer que os móveis existentes e sua disposição pressupõem de que forma será a ocupação do local. Percepção que tende a ser confirmada no decorrer da experiência diária da interação professor-aluno e das normas institucionais.

Se observarmos com atenção, constataremos que as salas de aula, no que se refere à disposição de seus móveis e recursos visuais, não diferem muito das salas de aula de sessenta anos atrás: carteiras enfileiradas e o quadro negro ocupando o principal espaço da sala.

Atualmente é assim: estática, rígida e desestimulante...

A disposição enfileirada das carteiras imprime uma necessidade de que o professor mantenha-se na posição de quem detém o saber absoluto. Com um pedaço de giz, continua sendo aquele que ensina e nada tem a aprender com seu grupo de alunos. Carteiras enfileiradas reforçam a idéia de uma aprendizagem passiva, de que é o professor quem sabe, ele é quem “dá” a aula; de que os alunos aprendem individualmente e, por isso, ficam enfileirados e não podem conversar com os colegas dos lados; de que o professor precisa mostrar para os alunos o que deseja que eles aprendam, os alunos reproduzem, copiam, mas não trocam suas idéias, não vão além do conteúdo trazido pelo professor.

Carteiras enfileiras uma atrás da outra, silêncio. Controle e avaliações. século XIX.

A disposição das mesas em filas e colunas que reflete uma organização mais “tradicional”, representa a melhor forma caso o professor pretenda que a atenção das crianças seja direcionada numa única direção (o professor). Neste caso, a interação entre elas é pouco evidente, não sendo esta a mais adequada à realização de aprendizagens cooperadas. Será que esse tema é motivo de reflexão e faz parte da discussão da equipe pedagógica dessas escolas?

Com a classe nessa disposição, parece ser mais difícil centrar o processo de aprendizagem no espaço de aprender. O que continua sendo evidenciado é o espaço de ensinar. Acredita-se que uma proposta de aprendizagem/ensino que delineia uma nova relação entre quem ensina e quem aprende precisa prever um espaço concebido de tal forma que os aprendizes possam trabalhar em grupos e também individualmente; embora uma disposição diferenciada das carteiras não garanta a mudança de concepção de ensino, pode-se dizer que revela/expressa uma ideologia, uma concepção educativa e interfere na prática a ser exercida. Diálogo Educ., Curitiba, v. 7, n. 20, p. 33-42, jan./abr. 2007.

A sala de aula apresenta-se como o local privilegiado da atividade de qualquer turma. Daí que, a organização e gestão do espaço, constitua um fator importante a ter em conta para a implementação de uma pedagogia que contemple a pluralidade das aprendizagens, pois a “forma como o professor as considera, constitui por si só, uma mensagem curricular que é, em si mesma, significativa para os alunos e para o próprio professor.” (Miguel Zabalza,1993:147).

Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, vol 1, p. 21-22): “as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressifignificação”. As interações que ocorrem dentro dos espaços são de grande influência no desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Isto quer dizer que a forma como se concebe a organização e gestão do espaço, reflete de alguma forma o valor que lhe atribui, a função que lhe autorga e diz muito sobre o tipo de comportamento instrutivo e comunicacional que espera dos seus alunos.

As diferentes disposições que o mobiliário (carteiras e cadeiras) pode ter na sala de aula deve ser adequada às diferentes atividades que o professor pretende desenvolver (ensino em simultâneo, trabalho em grupo, cooperação, trabalho individual...). A organização do espaço da sala de aula reflete a ação pedagógica do professor, pelo que ele deve avaliar o seu próprio estilo de ensino: se gosta de ver todos os alunos ao mesmo tempo, se vai usar atividades em pequenos grupos, se vai lecionar com exposição a maior parte

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