A Metalurgia Nas últimas décadas
Ensaios: A Metalurgia Nas últimas décadas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: diascelso71 • 25/11/2014 • 1.426 Palavras (6 Páginas) • 290 Visualizações
A metalurgia nas últimas décadas
O parque siderúrgico nacional inicia a década de 90 contando com 43 empresas estatais ou privadas, cinco delas integradas a coque, nove a carvão vegetal, duas integradas a redução direta e 27 semi-integradas, além de produtores independentes de ferro-gusa e carvão vegetal, que somam cerca de 120 altos-fornos.
No início da década de 90, o Brasil já atingira a sexta maior produção mundial de aço bruto, superando 24 milhões de toneladas exportadas para vários países. O aperfeiçoamento constante dos processos e o desenvolvimento de pesquisas destinadas à produção de aços especiais demonstra a grande preocupação com umatecnologia de ponta e com a qualidade atingida pelos produtos da siderurgia nacional.
Atualmente há um reconhecimento internacional da seriedade e da eficiência da indústria siderúrgica brasileira, por sua competitividade, sua estrutura de produção, o domínio tecnológico e o baixo custo de fabricação de seus produtos. O desenvolvimento das técnicas de operação e o gerenciamento das atividades em busca do domínio da produção são de fundamental importância nesse processo crescente. Agrupamentos técnicos, independentes dos órgãos operacionais, surgem com novas alternativas de melhoramentos dos processos industriais, no momento em que são implantados, ou durante sua adaptação à produção local. Enfim, já com total domínio sobre as tecnologias conhecidas, desenvolve-se, em um segundo plano, outras inovações. As pesquisas tecnológicas assumem sua verdadeira importância no contexto empresarial. A insistência e os esforços de especialistas no gerenciamento do setor siderúrgico brasileiro e a abertura de novas empresas provocaram um atraso na utilização prática das tecnologias de processos e produtos, até o fim da década de 70. Em 1973, outras alternativas de trabalho passaram a ser utilizadas como conseqüência de uma séria crise energética, econômica e de mercado, provocando um novo aperfeiçoamento e inovação tecnológica, devido, principalmente, a obrigatoriedade de economia de energia. Disso, resulta a introdução de iniciativas de aplicação do material já existente, e a criação de outros materiais, para suprir a demanda do mercado.
Esse momento de crise exige que se desenvolva um maior aprendizado, o uso de criatividade
sem
limites e a capacitação técnica em diversos setores. Obriga, ainda, a prática de planos opcionais para atingir um crescimento da produtividade na siderúrgica brasileira, a partir de pesquisas que determinassem a redução de custos e melhoria da qualidade dos produtos, facilitando a competitividade no mercado estrangeiro.
O crescimento do parque siderúrgico brasileiro foi responsável pela utilização, na década de 70, de novos processos para a produção do aço, entre eles, a introdução na América Latina dos conversores Linz-Donawitz (LD), pela Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, colaborando com o aperfeiçoamento da qualidade do aço produzido. O alto nível atingido na produção deve-se também à instalação de fornos elétricos de alta potência e capacidade. A aciaria elétrica exige menor consumo de energia e menos tempo no refino e fusão, sem comprometer os resultados na produção de aços comuns e especiais. O refino secundário teve seus processos diversificados atingindo um grau de pureza e homogeneidade constante nunca antes alcançados na fabricação de aços no Brasil. O lingotamento também obteve melhorias no seu processamento e no rendimento placa/lingote de aços capeados, a partir do desenvolvimento de técnicas especiais colocadas em prática. Os processos de laminação também foram aperfeiçoados de maneira a propiciar à indústria siderúrgica a produção de aços ao carbono microligados e aços especiais e revestidos. As pesquisas e o desenvolvimento de produtos genuinamente brasileiros gera auto-suficiência para aços-carbono de todos os teores de carbono, aços microligados, de alta resistência e baixo teor em ligas, e na produção dos aços especiais, principalmente os inoxidáveis, os aços utilizados para a fabricação de ferramentas e os aços para serem utilizados em eletricidade.
Os aços especiais atingem alta qualidade e variedade com produtores de alto nível, capazes de suprir a necessidade do mercado nacional e de atender a crescente demanda nas exportações, como a Aços Villares, Acesita, Aços Finos Piratini, Mannesmann, Anhangüera e Aços Ipanema. Os esforços de tecnologia de processos voltam-se, principalmente, para a otimização operacional e de qualidade e para a adaptação da tecnologia da produção, com especial atenção para as áreas de redução, refino e solidificação, laminação e revestidos
Algumas alterações nas instalações e nos equipamentos siderúrgicos são implantadas com o intuito de melhorar o desempenho operacional. Dos 15% de equipamentos nacionais utilizados na primeira fase do I Plano Nacional de Siderurgia, na década de 70, atinge-se 70% do total, uma conseqüência natural da evolução do parque industrial brasileiro. Algumas empresas deixam de importar tecnologia, e passam a fornecer aquela que está sendo utilizada internamente, além de desenvolverem serviços especializados, aperfeiçoamento de pessoal, assistência e consultoria técnica para a implantação de novas empresas, mesmo que não fossem brasileiras. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) recebeu um número grande de pedidos de propriedade industrial, acumulando mais de seiscentas patentes e marcasrequeridas, algumas, inclusive, depositadas fora do país.
A quantidade de técnicos devidamente capacitados atuantes, hoje, no Brasil, é significativa, em decorrência da evolução da área de recursos humanos. O treinamento se deu através de instituições de pesquisa especializadas, ou pelo próprio desempenho profissional. Para que o Brasil conquiste sua independência tecnológica e possa se estabilizar definitivamente como grande
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