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A Neurociência e Linguagem

Por:   •  13/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.230 Palavras (13 Páginas)  •  112 Visualizações

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NEUROCIÊNCIA E LINGUAGEM

Gisele Alves Furquim[1]

Fabiane Zucon[2]

RESUMO

A linguagem tem sido objeto de inúmeros estudos, os quais buscam desvendar como esta ocorre e se desenvolve ao longo dos anos. A Neurociência tem o intuito de analisar como o cérebro realiza diferentes atividades, dentre as quais está a linguagem. Diante do exposto este trabalho teve como objetivo geral analisar as contribuições das Neurociências para com a linguagem. Já os objetivos específicos buscaram definir as Neurociências; verificar como se desenvolve a linguagem; além de analisar como surgiram os estudos acerca do cérebro humano. Para se chegar aos objetivos propostos realizou-se uma pesquisa teórica com base na revisão da literatura. Através da qual verificou-se que os estudos da Neurociência contribuem de maneira significativa para que consigamos entender a linguagem, contudo ainda há muito o que se estudar.

PALAVRAS-CHAVE: Linguagem. Ciência. Neurociência.

ABSTRACT

Language has been the subject of numerous studies, which seek to unravel how this occurs and develops over the years. Neuroscience aims to analyze how the brain performs different activities, among which is the language. Given the above this study aimed to analyze the contributions to the neurosciences with language. As for the specific objectives sought to define the Neurosciences; see how it develops the language; besides analyzing how studies on the human brain. To reach the proposed objectives we carried out a theoretical research based on literature review. Through which it was found that the neuroscience studies contribute significantly so that we can understand the language, but there is still much to be studied.

KEYWORDS: Language. Science. Neuroscience.

INTRODUÇÃO

 

Os estudos em Neurociência são conhecidos por sua forte metodologia. Trabalhos nessa área visam a encontrar as bases neurofisiológicas das cognições estudadas seja por meio de modelos animais, seja por meio de experimentação não invasiva em humanos. Já as chamadas Ciências da Linguagem, vistas de fora do âmbito acadêmico, são comumente entendidas como os estudos das Gramáticas e da Literatura, o que as aproxima das normatizações e das discussões de base sócio-filosóficas e as distancia dos modelos científicos das chamadas ‘hard sciences’. No dia a dia das pessoas, pouco se conhece sobre os estudos realizados pela Linguística, uma ciência que vem crescendo de forma especialmente rápida a partir dos anos 50 e com uma força ainda maior nos últimos trinta anos graças aos seus métodos sócio, psico e neurolinguísticos, que as conduzem ao caminho inverso: uma maior aproximação dos métodos das ciências sociais e biológicas, se afastando cada vez mais da normativização prescritivista da gramática e dos estudos focados na arte literária.

Como toda proposta de pesquisa científica, o advento da Neurociência, da Linguagem em especia,l gerou tanto intra quanto interdisciplinarmente, novas perspectivas de pesquisa e de possibilidades de compreensão do mecanismo da linguagem humana. Por outro lado, outra consequência saudável da discussão científica foram os diversos comentários ceticistas. Poeppel & Embick (2005) discutem as barreiras que separam estes dois campos. Os dois principais problemas apontados pelos autores são (i) Problema da Incomensurabilidade Ontológica entre

seus objetos de estudo, pois as operações estudadas em linguística não podem ser reduzidas as operações estudadas a nível neuronal e (ii) Problema de Incompatibilidade Granular, indicando que, ao contrário do que foi feito por Hubel & Wiesel, seria impossível achar um mapa linguístico no tecido cortical, pois as unidades linguísticas (fonema, morfema, sintagma) não podem ser reduzidas às unidades neuronais (dendrito, axônio, células piramidais). Além disso, a linguagem só pode ser encontrada nos seres humanos, o que eticamente dificulta o trabalho dos pesquisadores.

        Diante do exposto este trabalho teve como objetivo geral analisar as contribuições das Neurociências para com a linguagem. Já os objetivos específicos buscaram definir as Neurociências; verificar como se desenvolve a linguagem; além de analisar como surgiram os estudos acerca do cérebro humano.

         

        Para se chegar aos objetivos propostos realizou-se uma pesquisa teórica com base na revisão da literatura.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os gregos foram os primeiros a realizar observações no cérebro, estes acabaram por reconhecer tal órgão como o centro das sensações humanas. Durante bastante tempo tal órgão foi observado e estudado de maneira exclusivamente anatômica. Somente por volta do século XIX Gall realizou diversos estudos e levantou hipóteses acerca da localização cerebral, já Broca e Wernicke estudaram as funções mais elaboradas do cérebro, os quais deram subsídios para que no século XX pudéssemos estabelecer uma ligação entre o cérebro e a aprendizagem, sendo hoje a base da Neuropsicologia e da Neuropedagogia. Porém, para compreender o complexo humano, nenhuma Ciência basta por si só, surgindo a tão essencial e importante interdisciplinaridade com as Neurociências, ou Neurociências Cognitivas.

Temas relacionados à normalidades e as alterações na memória, na atenção, na linguagem, na cognição entre outras são estudados pelas Neurociências Cognitivas.

Desta maneira, diante da unificação ocorrida entra as Ciências e as disciplinas como Matemática, Língua Portuguesa, Física, Fisiologia, entre outras, a Educação e a Psicopedagogia acabaram por se aproximar de tais estudos, fazendo com que surgisse um novo campo de pesquisa e atuação frente às dificuldades de aprendizagem: a Neuropedagogia. Uma vez que a aprendizagem humana é o principal objeto de estudo da Psicopedagogia, torna-se fundamental uma real compreensão sobre a funcionalidade e a estrutura cerebral.

Os estudos realizados pela Neuropedagogia, apontam para a importância do papel do professor no processo de ensino/aprendizagem. Já os estudos da área, acerca da memória e do sistema límbico (hipófise, amígdala e hipotálamo), demonstram que a motivação é um dos principais fatores no aprender, uma vez que para isso é necessário armazenar os conhecimentos e as experiências na memória. E essas são formadas inicialmente no hipocampo por meio de experiências com carga emocional.

É fato que não basta o professor ministrar uma aula motivadora a seu aluno para que ele aprenda, existem inúmeros outros processos e estratégias de ensino que aliadas acabam por favorecer o contexto, tais como a explanação de conteúdos significativos, a relevância dos conhecimentos prévios desse aprendiz, a participação da vivência nas atividades e a oportunidade de rever os conceitos ensinados de maneiras diferenciadas.

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