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A Poesia Trovadoresca

Por:   •  22/11/2019  •  Artigo  •  571 Palavras (3 Páginas)  •  252 Visualizações

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Poesia Trovadoresca

► Contextualização histórico-literária Espaços medievais, protagonistas e circunstâncias

A poesia trovadoresca floresceu durante a Idade Média, mais concretamente durante o período que se estende de meados do século XII a meados do século XIV.

A sociedade medieval é profundamente marcada pela religião, vivida de forma intensa e permanente. Deus é o centro do mundo e de toda a vida do ser humano –teocentrismo. A sociedade medieval era também fortemente estratificada e estava organizada segundo o feudalismo. É ainda referida a língua em que essas composições foram escritas: o galego-português.

► Representações de afetos e emoções

Um dos temas predominantes desta poesia é o amor. No entanto, o sentimento amoroso pode assumir diferentes matizes, que, em última análise, nos permitem distinguir dois géneros:

• cantigas de amigo: apresentam, na voz de uma donzela (o sujeito poético é feminino), os sentimentos por ela vividos relativamente ao seu amigo que pode estar longe, ausente (por sua vontade ou por força das circunstâncias – guerra, defesa da fronteira, viagem), levando-a, por isso, a manifestar saudade, tristeza, mágoa, angústia, temor. Mas o sentimento que nutre pelo amigo pode também levá-la, noutras ocasiões, a expressar alegria, sensualidade, confiança, em festas, romarias, peregrinações. É muito comum a donzela revelar aquilo que sente à sua mãe, às amigas ou até à própria Natureza, funcionando todas elas como confidentes desse amor, umas vezes de forma silenciosa, outras vezes intervindo e respondendo aos anseios, às dúvidas, aos medos da donzela. Esta ligação à Natureza e esta vertente de confidência emprestam à cantiga de amigo uma espontaneidade e uma naturalidade próprias.

• cantigas de amor: a voz é masculina e o sentimento amoroso é vivido por um homem que se coloca ao serviço de uma mulher, regra geral, casada. A dama mostra-se distante, fria ou até indiferente e é colocada numa posição superior ao poeta, que lhe presta um serviço de vassalagem seguindo o código de amor cortês. O sujeito masculino vive, assim, uma paixão infeliz – coita de amor –, porque não pode ser concretizada. Nestas composições, vamos, então, encontrar, por um lado, emoções em crescendo e que dizem respeito a esse sofrimento de amor, como a dor, a angústia, o desespero, a loucura e a própria morte, e, por outro, emoções que fazem parte do quadro do elogio cortês que estas cantigas reproduzem. O amador louva a sua amada, a sua senhor, e traça todo um retrato idealizado da mesma, realçando quer as suas características físicas (cabelo loiro, pele clara), quer as suas características morais (bom senso, bem falar). Para prestar um bom serviço à dama, o poeta deve ser discreto e não a nomear, deve respeitá-la e deve submeter-se a ela – convenções da poesia provençal. Daí as cantigas de amor nos parecerem, habitualmente, menos espontâneas que as cantigas de amigo.

► Cantigas de Escárnio e Maldizer

A poesia trovadoresca comporta ainda uma dimensão satírica. Os trovadores sentiram então a necessidade de apontar o dedo a algumas figuras da sociedade, a algumas situações ou comportamentos, e fizeram-no ora de forma direta, nomeando os visados

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