A TEORIA DOS MODELOS MENTAIS
Por: JoseHugo • 26/11/2020 • Trabalho acadêmico • 1.136 Palavras (5 Páginas) • 322 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS – IFMG
CAMPUS AVANÇADO ARCOS
ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA - ÊNFASE EM EDUCAÇÃO BÁSICA
DISCIPLINA: CIÊNCIAS COGNITIVAS NA EDUCAÇÃO
ALUNO: JOSÉ HUGO DE OLIVEIRA GOMES
ATIVIDADE 4.1 (ATÉ 14/06)
Como trabalho final da disciplina, analise alguma investigação sobre Modelos Mentais já publicada em alguma revista ou evento científico (com foco no ensino).
A teoria dos modelos mentais diz respeito a uma teoria onde é possível representar de forma analógica o conhecimento, ou seja, “existe uma correspondência direta entre entidades e relações presentes na estrutura dessa representação e as entidades e relações que se busca representar” (MOREIRA, 1997, n.p.).
Em outras palavras, para cada objeto ou situação, existentes diferentes maneiras de interpreta-lo, desde a sua forma ou ao seu uso. Isso ocorre por que o cérebro cria esquema e busca por aqueles que melhor se encaixam ao que lhe é proposto.
“O modelo mental de um conceito deve ser capaz de representar tanto o essencial como a amplitude de um conceito. O núcleo do modelo representa o essencial do conceito, ou seja, as propriedades características do estado de coisas que ele descreve; os procedimentos de gestão do modelo definem a amplitude desse conceito, isto é, o conjunto de estados de coisas possíveis que o conceito descreve” (STAF11, apud MOREIRA, 1997, n.p.).
Nesse sentido, e utilizando um exemplo prático, o cérebro pode receber e tratar uma informação de variadas formas. Na frase “o prato está na mesa”, o cérebro pode interpretar essa informação “de três formas: - Como uma imagem (um prato específico em determinada mesa); - Como uma proposição (já que é verbalmente expressável); - Ou como um modelo mental (ou seja, um prato qualquer em uma mesa qualquer) (MOREIRA; OLIVEIRA, 2003)”. (JÚNIOR, 2019, p. 06)
Os modelos mentais, portanto, são representações internas “de informações que correspondem, analogamente, ao estado de coisas que estiverem sendo representadas [...]. Modelos mentais são análogos estruturais do mundo”. (MOREIRA, 1997, n.p.)
INVESTIGAÇÃO DOS MODELOS MENTAIS
A pesquisa na área dos modelos mentais não é tarefa fácil. A maioria das pessoas não consegue explicar quais modelos mentais utilizam no desempenho de alguma função ou para explicar determinado conceito. Diante disso, as investigações sobre modelos mentais ocorrem sem uma padronização e um modelo único.
Investigações que utilizam de entrevistas semiestruturadas, perguntas generativas, utilização de mapas mentais, tem sido utilizadas como meio para se conhecer e se entender como um sujeito constrói os caminhos para adquirir determinado saber. Quando se fala em mapas mentais, por exemplo, sua análise precisa “contemplar a existência de conceitos principais, a clareza da hierarquia apresentada, o uso adequado de conexões e o cruzamento de informações” (JÚNIOR, 2019, p. 11), informações essas já pré-estabelecidas. A questão é que os modelos mentais passam por constantes mudanças, tendo em vista que a mente sempre adapta e se renova, em relação a algo apreendido pelo indivíduo.
Mesmo sendo difícil estudar algo tão relevante no campo da cognição humana, alguns estudos podem ser citados. Gentner e Gentner (1983), basearam seus estudos em dois modelos: “o modelo do “fluido em movimento” (analogia hidráulica) e o modelo da “multidão em movimento” (MOREIRA, 1997, p. 20). Williams, Hollan e Stevens, que “definem modelo mental como um conjunto de objetos autônomos “conectados” (1983, p. 133)” (ibid.), com seus experimentos utilizando um sistema de resfriamento (“heat exchanger”). Gutierrez e Ogborn (1992) que basearam seus estudos pelo modelo de Kleer e Brown(1983).
O modelo de Kleer e Brown atribui ao sistema cognitivo um compromisso ontológico básico: tudo tem uma causa; o raciocínio com este tipo de modelo é causal, não legal; as explicações são em termos de ações e efeitos, não de leis e regularidades (ibid. p. 202). O sistema cognitivo pode inclusive gerar, i.e., inventar causas. Causas que são inventadas apenas porque são necessárias causas são chamadas de míticas.
Este tipo de modelo é basicamente qualitativo. Nele não existem leis e relações quantitativas, somente relações do tipo “se isso acontecer então tal coisa acontecerá”, usando propriedades do tipo “grande”, “pequeno”, “maior”, “menor”, “negligível”, “igual”, “mesmo”. (ibid.)
Stella Vosniadou(1994) trouxe um modelo onde a entrevista seria o meio para se entender e se conceber um modelo mental utilizado por determinado sujeito. No método de Vosniadou, formula-se “várias questões sobre o conceito que está sendo pesquisado”, tais perguntas “requerem uma resposta verbal, outras estimulam a feitura de desenhos e outras implicam a construção de modelos físicos” (ibid.). Outras investigações não menos importantes também foram desenvolvidas: Harrison e Treagust (1996), Greca e Moreira (1996, 1997), Ibrahim Halloun (1996). Cada uma trouxe sua contribuição para o campo dos modelos mentais e ainda são usadas de acordo com a natureza do estudo.
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