A TEORIA RICARDIANA OU O MODELO CLÁSSICO
Artigos Científicos: A TEORIA RICARDIANA OU O MODELO CLÁSSICO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tavaresrenan • 28/3/2014 • 812 Palavras (4 Páginas) • 2.625 Visualizações
Na origem do princípio das vantagens comparativas está o modelo ricardiano
de comércio internacional, baseado na teoria clássica do valor trabalho. De acordo
com este modelo, os custos comparativos são determinados pela produtividade
relativa do trabalho. Variações nessa produtividade entre os países adviriam
principalmente de diferenças tecnológicas entre eles.
A análise ricardiana começa com uma crítica ao princípio das vantagens
absolutas de Adam Smith, ou seja, de que o comércio internacional seja determinado
por diferenças absolutas na produtividade do trabalho. Em seu modelo, Ricardo supôs
que as funções de produção são diferentes entre países e que elas apresentam retornos
constantes de escala. O modelo clássico do comércio internacional tem,
provavelmente, seu melhor resumo numa nota de pé de página na principal obra deste
autor: “Parece-nos, portanto, que um país que possua vantagens consideráveis em
maquinaria e qualificação [do trabalho], e que, por isso mesmo, esteja apto à
manufatura de bens com muito menos trabalho que seus vizinhos possa, em troca por
tais bens, importar uma parte dos cereais necessários ao seu consumo, mesmo que sua
terra seja mais fértil e que os cereais pudessem ser cultivados com a utilização de
menos trabalho do que no país do qual ele é importado”.
Inúmeras tentativas têm sido feitas para testar a teoria do comércio
Internacional. O teste empírico mais conhecido do modelo clássico é o de G.
MacDougall, que examinou as exportações britânicas e estadunidenses para outros
mercados. De acordo com seus testes, existia uma correlação positiva entre a
produtividade relativa do trabalho e o desempenho relativo das exportações dos dois
países. Tais resultados garantiram evidências em favor das hipóteses indicadas no
modelo ricardiano. A variável independente no teste de MacDougall foi a razão do
produto estadunidense por trabalhador sobre a mesma variável britânica, sua variável
dependente foi a razão de quantidade exportada pelos Estados Unidos sobre a
exportada pelo Reino Unido (sempre para terceiros mercados). Sua amostra incluía 25
grupos de produtos e seus dados referiam-se a 1937.
Uma das principais críticas levantadas contra o teste de MacDougall é que, ao
concentrar sua análise na produtividade do trabalho, ele colocou de lado a influência
dos outros fatores de produção. As diferenças de produtividade entre os países
associam-se a variações nos padrões de comércio, mas tais diferenças representam a
produtividade total dos fatores, que depende da interação do trabalho com os outros
fatores de produção.
A TEORIA DE HECKSCHER-OHLIN OU O MODELO NEOCLÁSSICO
Um século após Ricardo ter estabelecido o princípio das vantagens
comparativas, Eli Heckscher combinou os “preços dos agentes de produção” com o
comércio internacional, seguindo a tradição da escola neoclássica.
Parece-nos justificada a inserção, aqui, de uma citação retirada do trabalho pioneiro de
Heckscher: “Deve-se enfatizar aqui que o termo “fator de produção” não se refere
simplesmente às amplas categorias de terra, capital e trabalho, mas às diferentes qualidades de cada uma destas.
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