AGRONEGÓCIO X AGRICULTURA FAMILIAR: UMA ANÁLISE EM ORGANIZAÇÕES DO SERTÃO DO PAJEÚ

INTRODUÇÃO

A população mundial encontra-se em constante crescimento, onde a taxa de natalidade e a expectativa de vida das pessoas apresentam significativos incrementos. Segundo a Organização das Nações Unidas, estima-se que, atualmente, a população mundial seja superior a sete bilhões de pessoas, e que este número atinja patamares incrivelmente superiores nos próximos 40 anos. O mesmo órgão informa ainda em seus levantamentos que em 1950, existiam aproximadamente dois bilhões e seiscentos milhões habitantes na Terra, e que em 2050 este número será em torno de dez bilhões.

Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, último realizado no Brasil, a população do país é de aproximadamente cento e noventa e um milhões de habitantes, embora este dado seja atualizado anualmente com base em estimativas realizadas pelo mesmo órgão. Levando em consideração essas estimativas, em 2013 a população encontra-se em torno de cento e noventa e oito milhões de pessoas.

Tomando por base estes dados, diversos questionamentos podem ser levantados no que tange sobre a economia e a capacidade de consumo dos brasileiros, são variáveis a serem estudadas e classificadas a fim de saber se um dia faltará comida no mundo, se a capacidade de produção e o planejamento estratégico das organizações agroindustriais são suficientes para atender tamanha demanda, podendo chegar até mesmo à questão: As grandes organizações do setor agrícola podem atender sozinhas às necessidades de consumo da população? Tentaremos obter respostas para estas questões.

CONTEXTUALIZAÇÃO

CONCEITO DE AGRONEGÓCIO

Segundo Oliveira (2010), o conceito de Agronegócio foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Harvard tendo nascido com a expressão “agrobusiness” em 1955, sendo este “a soma total de todas as operações envolvendo a produção e distribuição de suprimentos agrícolas; as operações de produção dentro da fazenda; o armazenamento, processamento e distribuição de produtos agrícolas e dos itens produzidos a partir deles”.

Já conforme Freitas, “o agronegócio deve ser entendido como um processo, na produção agropecuária intensiva é utilizado uma série de tecnologias e biotecnologias para alcançar níveis elevados de produtividade, para isso é necessário que alguém ou uma empresa forneça tais elementos”.

A AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL

Entende-se por Agricultura como sendo “a arte de cultivar os campos, com vistas à produção de vegetais úteis ao homem. Atividade desenvolvida pelo homem que o relaciona com a terra de uma forma metódica e sistemática, tendo como objetivo a produção de alimentos” (Bueno, 2012).

Em 2004 a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) publicou artigo no qual classifica a agricultura familiar como “o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais, tendo como mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar, em contraste com a agricultura patronal - que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários, em propriedades médias ou grandes”. O mesmo estudo destaca ainda que o segmento é responsável por trinta por cento de toda a produção global, tendo como uma de suas principais vantagens a geração de emprego e renda nas pequenas cidades, impactando também nas grandes metrópoles.

Diversos levantamentos, dentre eles o citado no parágrafo anterior, relatam que, apesar da importância para a sustentação das cadeias produtivas nacionais, a agricultura familiar é frágil e dependente tecnologia e condições político-institucionais, representadas por acesso a crédito, informações organizadas, canais de comercialização, transporte, energia, etc.

AGRONEGÓCIO X AGRICULTURA FAMILIAR

Com base nas informações anteriormente citadas, observa-se a possibilidade de associarmos estes dois conceitos, a fim de ser analisada a capacidade de complementação de um pelo outro, ou seja, incrementar as técnicas e a capacidade de sustentação das grandes organizações agropecuárias, com a força de trabalho e o fornecimento de insumos do pequeno produtor.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, através da Secretaria de Imprensa do Governo Federal, em 2012 a agricultura familiar já era responsável por 70% de toda a produção de alimentos consumidos no mercado interno, sendo assim uma poderosa ferramenta de produção.

Sabendo-se que, a agricultura familiar detém a maior parte da produção nacional, e que o agronegócio possui as técnicas e as tecnologias necessárias, associar estes dois segmentos seria claramente eficaz em se tratando de produção, industrialização e comercialização de produtos alimentícios.

O AGRONEGÓCIO NO SERTÃO DO PAJEÚ

A microrregião do Pajeú, está localizada no alto sertão do Estado de Pernambuco e nela encontram-se os seguintes municípios:

CIDADE HABITANTES*

Afogados da Ingazeira 35.088

Brejinho 7.307

Calumbi 5.648

Carnaíba 18.574

Flores 22.169

Iguaraci 11.779

Ingazeira 4.496

Itapetim 13.881

Quixaba 6.739