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ARGUMENTO E PESOS

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Por:   •  1/3/2014  •  Seminário  •  573 Palavras (3 Páginas)  •  217 Visualizações

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ARGUMENTAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO

Argumentar é primordialmente levar o destinatário a agir de uma maneira determinada, pois o advogado que arrazoa um recurso, sustentando uma tese específica, procura fazer com que o magistrado pratique uma ação determinada por ele: julgar a causa a seu favor. Sua argumentação não teria objetivo final se o magistrado somente cresse nos seus argumentos, mas não agisse deferindo-lhe o pedido. Nesse caso, teríamos um argumento convincente, mas não persuasivo. Logo, argumentar é a arte de convencer e persuadir.

Quando convencemos alguém, esse alguém passa a pensar como nós. Persuadir é construir no campo das emoções, é sensibilizar o outro para agir. Quando persuadimos alguém, esse alguém realiza algo que desejamos que ele realize.

Muitas vezes, conseguimos convencer as pessoas, mas não conseguimos persuadi-las. Podemos convencer um filho de que o excesso de velocidade é perigoso e, no entanto, ele continuar dirigindo perigosamente.

Outro exemplo bem pertinente é a forte propaganda antitabagista em nosso meio. Ao comprar a carteira de cigarro, o fumante se depara com uma série de advertências sobre os seus malefícios, como: “Nicotina é droga e causa dependência”, “Fumar causa infarto no coração”, “Em gestantes, o cigarro provoca partos prematuros, o nascimento de crianças com peso abaixo do normal e facilidade de contrair asma”, dentre outros mais contundentes.

O Ministério de Saúde utiliza-se de bons argumentos para convencer e persuadir um fumante dos benefícios que viria a ter se deixasse a dependência química, e o fumante crê nessa necessidade, mas elementos exteriores à comunicação argumentativa – necessidade de nicotina no organismo,etc. – interferem na ação. Ele crê, mas não age. Logo, entre o crer e o agir existe sempre uma sombra que nem sempre a argumentação atinge.

Por outro lado, uma pessoa pode estar persuadida a fazer alguma coisa, sem estar convencida. Como exemplo, citamos o personagem machadiano – Camilo – quando consulta a cartomante no conto de mesmo nome, apesar de, racionalmente não acreditar em nada disso.

Ressaltamos, então, que quando se trata da adesão de espíritos de que fala Perelman, isto é, a arte de persuadir, há uma necessidade de adequar os argumentos ao auditório ou à pessoa a que se destina, pois quando alguém se dispõe a ouvir uma argumentação , predispõe-se também a interpretar o que diz o emissor.

Uma bolsa feminina que caiba o essencial de que necessita uma mulher é um objeto útil e necessário, mas uma bolsa da Louis Vuitton agrega um valor maior, eminentemente subjetivo, mas nem por isso menos importante, até porque se acaba refletindo em seu preço de mercado. Uma bolsa da Louis Vuitton ofertada como presente constitui um fino regalo, no entanto, se seu destinatário sequer conhecer a marca, muito provavelmente irá interpretá-la como um objeto como qualquer outro, e assim o presente, como oferta que deve ser apreciada pelo seu receptor, perde seu valor.

Assim, aquele que ofertara a cara bolsa a uma pessoa que não a valorizara, certamente doou uma excelente bolsa, mas um mau presente.

Pois bem, como um bom objeto nem sempre é um bom presente, também uma idéia forte nem sempre constitui

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