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ARGUMENTO POR ABSURDO

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Por:   •  24/11/2013  •  9.647 Palavras (39 Páginas)  •  1.021 Visualizações

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ANICE MARIA SAMPAIO

ARGUMENTO POR ABSURDO

MACAPÁ-AP

2013

ANICE MARIA SAMPAIO

ARGUMENTO POR ABSURDO

Trabalho apresentado a Faculdade Estácio de Sá do Amapá, sob à orientação da Prof.ª Simone da Silva Guedes da disciplina de Teoria e Prática da Argumentação Jurídica, do curso de Direito, turma DI1301N.

MACAPÁ-AP

2013

INTRODUÇÃO

O objetivo do trabalho é entender a aplicação do argumento por absurdo na esfera hermenêutica.

Parte-se do princípio que durante a apresentação de uma tese, o orador, deve conhecer previamente os vários tipos de argumentos com suas respectivas especificidades, para então persuadir o maior número de ouvintes a aderir ao que está sendo defendido, posto que existem várias interpretações pessoais e singulares sobre o assunto.

Assim, diante deste contexto, os desígnios deste trabalho é estudar, especificamente, a respeito do argumento por absurdo, como meio estratégico argumentativo, para o convencimento do auditório através da tese apresentada pelo orador, tendo por base a fundamentação dos fatos pesquisados, utilizando-se de metodologia bibliográfica.

O estudo busca abordar de forma clara o conceito de argumento por absurdo e, em seguida analisar, sob uma perspectiva jurídica, a relevância do referido conceito como estratégia argumentativa, como também tratar sobre caso de repercussão nacional em que foi empregado essa modalidade de argumento para a sustentação do discurso forense.

ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS

As estratégias argumentativas são entendida como procedimentos que podem facilitar o convencimento e a adesão. Contudo, o sucesso dessas estratégias, dependerá do conhecimento de mundo dos interlocutores sobre o assunto abordado. Dessa forma, o uso dessas técnicas no discurso provocará uma mudança no posicionamento do interlocutor, para que este também tenha a mesma visão adotada pelo locutor.

A importância do convencimento para o sucesso de qualquer argumentação é tratada com bastante propriedade pelos filósofos Perelman & Olbrechts-Tyteca (2002). Segundo esses autores, o orador precisa conhecer o perfil social e cultural de seu interlocutor, a fim de evitar situações constrangedoras, como a transformação dos argumentos favoráveis em desfavoráveis, prejudicando por via de consequência a sustentação da tese defendida e o convencimento do público.

Para iniciar uma argumentação o locutor precisa ter em mente um auditório que partilhe dos mesmos valores, para tanto, contará com uma pré-disposição dos interlocutores para formarem uma interação que estará presente tanto no início quanto no desenvolvimento da argumentação e será ligado ao que é admitido pelos interlocutores.

Segundo VOESE (2006, p. 76) a eficácia quanto ao uso dos métodos argumentativos dependerá de certos fatores, que devem ser previamente observados pelo argumentador, através de indagações como as seguintes:

- quem sou eu para atuar assim?

- quem é meu auditório para que eu atue assim?

- que pensará o meu auditório de mim quando eu atoar assim?

- que argumentos e artimanhas poderá usar meu adversário para eu atuar assim?

- quais são as circunstâncias sociais, históricas, culturais etc. que me levam a atuar assim?

O falante não deve conhecer apenas os argumentos para defender sua ideia, mas deve, sobretudo saber “onde” e “como” atuar para persuadir o seu auditório. Para alcançar tal fim, deverá conhecer sua competência e aplicá-la no discurso como forma de sustentação da tese.

O argumentador deve realizar uma avaliação dos indivíduos que compõe o seu auditório, analisando, por exemplo, o comportamento e a conduta do juiz, do adversário e dos jurados. Logicamente, que a avaliação requer um conhecimento prévio do falante dos diferentes segmentos sociais, em relação a profissão, religião, costumes e entre outros.

Após o término das avaliações preliminares, o falante deve eliminar os obstáculos oriundos das diferentes interpretações da ideia apresentada, valendo-se das estratégias argumentativas, para existir uma melhor e maior aproximação do argumentador com o auditório.

Além disso, o argumentador deve presumir, os argumentos e artimanhas, que o adversário poderá empregar para desqualificar a tese defendida. Porém, de uma perspectiva jurídica, seria uma medida aconselhável, já que é impossível se prever, precisamente, como adversário atuará. Nesse caso, o falante deve estar preparado para usar as diferentes estratégias de acordo com o caso concreto.

Por fim, cumpre ressaltar que o discurso do falante deve estar em consonância com a contexto situacional, ou seja, a utilização dos aspectos históricos, ideológicos e culturais da sociedade, favorecem a formação quanto a valoração de uma ou outra estratégia argumentativa. O discurso persuasivo só tem sentido quando inserido em uma situação, isto é, o significado de um argumento isolado, fora de um contexto, pode ter valores diferentes.

ARGUMENTO POR ABSURDO

Conceito

Segundo FETZENER (2008, p. 191) o argumento por absurdo, consiste em:

Levar o interlocutor a uma conclusão absurda para convencê-lo a admitir uma determinada tese. Ao se admitir a concepção do mal cometido conscientemente, chega-se pela lógica a conclusões absurdas.

Esse trecho devia evidente, que o argumento por absurdo é uma estratégia argumentativa pela qual um indivíduo procura convencer o interlocutor sobre a invalidade de uma tese, a partir de uma

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