ATPS FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PEDAGOGIA – 2º SEMESTRE
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
PÓLO ARAÇOIABA DA SERRA
25 DE SETEMBRO 2013
Universidade Anhanguera
Centro de Educação a Distância
LEIDEANE FERNANDA RAPOSO PAZ RA. 428732
PATRICIA REGINA GONÇALVES TELLES RA. 428773
SILVANA RIBEIRO FERNANDES RA. 428790
Semestre: 2º
Professora Ma. : Mariciane Mores Nunes
Disciplina: Fundamentos Filosóficos da Educação
Tutor Presencial: Regina Aparecida Ragazzi
Curso: Pedagogia
Período Letivo: 2/2013
ARAÇOIABA DA SERRA 2013
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................04
AS DIFICULDADES DA IMPLANTAÇAO DA FILOSOFIA NO CURRÍCULO ESCO-LAR...........................................................................................................................................05
COMO A SOCIEDADE PODE COMPORTAR DUAS REALIDADES TÃO DIFERENCI-ADAS........................................................................................................................................07
EM QUE MEDIDA A INDÚSTRIA CULTURAL INTERFERE NA REALIDADE DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA........................................................................................08
A DESIGUALDADE DO SISTEMA EDUCACIONAL NO BRASIL...................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................11
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS..........................................................................................12
INTRODUÇÃO
Nesta pesquisa pretendemos discutir a importância da Filosofia na compreensão da sociedade e do mundo em que se vive e as dificuldades de implementação desta disciplina no currículo escolar, bem como as desigualdades de uma sociedade que comporta realidades diferentes e como a indústria cultural interfere no ambiente escolar. Também vamos abordar como se aplica as teorias de Pierre Bourdieu à realidade do sistema educacional brasileiro.
“Nada é mais adequado que o exame para inspirar o reconhecimento dos veredictos escolares e das hierarquias sociais que eles legitimam” (Pierre Bourdieu).
AS DIFICULDADES DA IMPLANTAÇÃO DA FILOSOFIA NO CURRICULO ESCOLAR
Diferentemente das outras disciplinas da grade escolar, a filosofia tem um caráter próprio que a identifica e que dificulta a forma de lecionar esta disciplina no Brasil – trata-se de uma natureza aberta e especulativa.
A filosofia por ser uma disciplina especulativa, que questiona, portanto não têm resultados substanciais para oferecer aos estudantes, haja vista que as instituições de ensino oferecem os conteúdos aos alunos para que estes possam aplica-los em uma dada profissão. No caso da filosofia quando se aborda a respeito da arte, por exemplo, para alguns filósofos ela não pode ser definida, outros defendem que ela pode ser definida, são questionamentos que tendem a parecer sem rumo em comparação com o ensino das ciências, cujos resultados são notórios: a cura de uma doença ou a estrutura atômica.
O professor ajuda seus alunos à medida que oferece instrumentos filosóficos, no caso da arte, por exemplo: definições, tipos e estrutura. Onde o aluno pode pensar acerca se é possível definir a arte, valendo-se desses argumentos e não reduzidos à erudição histórica ou o senso comum.
Quando os temas da filosofia são abordados por conteúdos transversais, que enriquecem a percepção do educando, o abastece de pressupostos globais, dá-se o valor cognitivo e social da disciplina, bem como estabelece a sua seriedade escolar e sua importância existencial.
Na filosofia não existe métodos formais de prova, usa-se a lógica, que é apenas instrumental. Em contrapartida, um problema é filosófico, quando não existem metodologias científicas nem formais para conseguir saná-lo. Os problemas da filosofia tem um caráter próprio, ainda que premeie outras disciplinas, sendo transdisciplinar. Não aceitar acriticamente as teorias dos filósofos, aplaudindo sem questionamentos seus argumentos, deverá ser a meta das instituições escolares que foram vocacionadas a transmitir teorias de maneira autoritária, como resultados consensuais que não são postos em causa.
Se o indivíduo vive em uma cultura autoritária, ele tem dificuldades em questionar os grandes filósofos do passado e de discutir ideias livremente. Ele pode olhar uma escultura de Auguste Rodin (famoso escultor francês), e não perceber a estética, os sentimentos que envolvem a figura ou se sentir algo, achará que seus argumentos não se fundamentam e pensará que suas reflexões serão vistas com desconfianças.
Muitas vezes as instituições de ensino substituem a essência que é o questionamento desta disciplina, para algo mais substancial: pela história da Filosofia. Ao estudante são importantes à dimensão histórica das teorias filosóficas, os diversos tipos de teorias que tentam sanar os problemas e ser estimulado a criticar, a argumentar se as definições são aceitáveis, Não há respostas consensuais, o que existem são ideias defendidas pelos diversos filósofos sobre os temas que permeiam a filosofia, como: se existe o livre-arbítrio, a natureza da arte, a fundamentação da moral, o que é a justiça, se na ética só as intenções contam, entre outros, são problemas que ninguém sabe resolver.
O ensino da filosofia suscita problemas importantes para a execução das aulas: a diversidade de teorias defendidas pelos filósofos, os conteúdos que são centrais para o desenvolvimento da disciplina, melhor abordagem dos temas, pois não se usa laboratórios ou observações no microscópio como se observam em outras disciplinas curriculares, estes devem ser analisados por coordenadores e professores para que a aula cumpra seu papel central e estimule o constante questionamento.
Sabendo que a filosofia é um conjunto de problemas, teorias e argumentos, surgidos em um contexto histórico, o estudante deverá se estimulado a refletir por si mesmo este conjunto que norteia a disciplina, e criar suas teses de pensamentos, suas buscas, seus entendimentos, atividade esta que ser chama “filosofar”, que significa fazer o que os filósofos fazem: buscar respostas para determinados temas intrínsecos ao ser humano e sua existência e justificativas possíveis para o tema.
COMO A SOCIEDADE PODE COMPORTAR DUAS REALIDADES TÃO DIFERENCIADAS
O impacto das mudanças científicas e tecnológicas, nas últimas décadas com a chamada revolução da sociedade informatizada, tem estremecido ainda mais os alicerces da educação. Padrões mínimos de qualidade de ensino, com prédios adequados, boas instalações e professores preparados, caso isso não ocorra à população, tem que denunciar aos órgãos públicos competentes: secretaria municipal ou estadual, promotoria da infância e da juventude.
Em vários estados do Brasil os alunos iniciam as aulas com obras inacabadas, provocando barulhos e riscos de acidentes no ambiente escolar, por outro lado, existem salas de aula consideradas do futuro que são ao mesmo tempo biblioteca, laboratórios de ciências, sala de artes e laboratório de informática, visado um desenvolvimento pleno do aluno: comunicação verbal e visual, também outros saberes importantes que se referem à experimentação, através das dramatizações e uso da mídia, como rádios, televisores e vídeos, seguindo as normas do Ministério da Educação em relação aos conteúdos.
O professor aplica o ensino multidisciplinar, usando equipamentos digitais e não digitais, onde o saber é interligado, contextualizado e os alunos reúnem-se em grupos ao invés de carteiras enfileiradas e fazem pesquisas na internet e criticam com os colegas os seus estudos.
As mudanças são necessárias, más como vimos, exigem cuidados não só dos governos, más também dos professores, educadores solidarizados em grupos de discussão que permitam não só exercer pressões sobre o Estado, más também inventar uma nova escola. Qualquer reflexão sobre o futuro do sitema da Educação e de formação da cibertcultura deve ser fundada uma análise. O trabalhar quer dizer cada vez mais: aprender, transmitir valores e produzir conhecimentos. O ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que modificam numerosas funções cognitivas humanas.
EM QUE MEDIDA A INDÚSTRIA CULTURAL INTERFERE NA REALIDADE DA EDUCAÇÃO COMTEMPORÂNEA
A indústria cultural tem o intuito de alienar os indivíduos para a necessidade do consumo, tornando-os acríticos ao sistema capitalista vigente que visa o lucro e onde uma elite se beneficia do capital e de poderes políticos, ambos numa simbiose constante, onde a educação tende a aparecer como instrumento de manutenção deste sistema.
A indústria cultural aparece no lazer das pessoas, e a televisão é o melhor meio para a disseminação dessa ideologia, cria-se a necessidade de consumir determinado objeto e valendo-se dos recursos visuais, dos efeitos especiais e com a ajuda da propaganda, que é constante, desenvolve-se uma deformação da percepção da realidade e do desejo: a necessidade do consumo. Pela televisão modelos de comportamentos e valores são reforçados, inclusive preconceitos de raças, classes sociais e também privilegiando determinadas profissões em detrimentos de outras.
A fabricação de alunos consumidores na escola aparece na medida em que se adotam obrigatoriamente agendas específicas de figuras televisivas, como poe exemplo Menino Maluquinho, mercadorias que são capazes de uma identificação entre a criança e o personagem e ocasiona uma adequação social. Quanto ao professor há programas curriculares herméticos, que definem conteúdos, estratégias e recursos, onde o profissional da educação vê sua atuação sendo massificada e tolhida de originalidade, apenas sendo responsável por cumprir as obrigações do programa institucional.
O processo educacional tem que estar sintonizado em um contexto histórico e político, onde as informações estabelecem relações de convergências com o momento estudado, o educador consciente de seu papel de mediador entre o conhecimento e o seu aprendiz, assume a responsabilidade de ligar conteúdos a realidade que os envolve, considerando a individualidade do ser humano, a sua objetividade, visando uma autorreflexão e um não conformismo com a situação social existente.
A intenção da indústria cultural não é promover o conhecimento, não se quer que o sujeito questione que deixe de ser objeto manipulável e que rompa paradigmas, buscando novas respostas. A necessidade do consumo, que é a retórica deste sistema e o mantém, produz mercadorias e incentiva o produto, deixando a aquisição do conhecimento humano para a elite que desfruta da liberdade da cultura e a beleza proveniente desta manifestação e a população que consome a comunicação de massa fica alienada a sua condição social e excluída da possibilidade de se expressar culturalmente: descobrindo-se integralmente como ser humano e rico de possibilidades e habilidades.
A educação contemporânea no Brasil, infelizmente tem as mesmas marcas dos desníveis característicos de um país, cuja condição econômica também é elitista, injusta e destinada para poucos. Necessitando de novos paradigmas para a inclusão dos indivíduos, a ação educativa tem que ser única e para que todos tenham acessos ao mesmo conhecimento libertador, sem manipulação.
A escola é o local onde a criança se educa, capacita-se através dos conteúdos, transforma-se e faz a transformação a sua volta, na sociedade. O exercício da cidadania como forma da manutenção da sociedade para o bem estar de todos.
Se permanecerem mantidas as relações de trocas de mercadorias a que foram reduzidas as relações sociais, o produto cultural perde seu valor e o ser humano perde seu eixo, sua consciência, sabendo que as mudanças não podem ser isoladas, cabe à educação promover um questionamento em seus alunos, sobre o mundo a sua volta, para que ele seja capaz de dialogar com o que lê, vê ou faz, analisando e refletindo sobre o seu comportamento usar o que estiver a sua volta, sem ser usado, adaptando-se aos costumes contemporâneos e não permitindo se deformar, valendo-se da criticidade.
A DESIGUALDADE DO SISTEMA EDUCACIONAL NO BRASIL
Pierre Bourdieu dedicou-se as pesquisas das sociedades contemporâneas. Escreveu o livro “A Reprodução”, que fala sobre o funcionamento do sistema escolar francês.
Bourdieu diz que na sociedade há diferentes classes culturais, diferentes maneiras de falar, de valores, entre a classe trabalhadora e a burguesa. As escolas ignoram a diferença sócia cultural e trabalham em sua teoria com os seus valores culturais da classe dominante, favorecendo alguns grupos e algumas vezes prejudicando a classe trabalhadora que tem que assimilar a concepção do mundo dominante. Para a classe trabalhadora, seus valores são desprezados na escola e as crianças necessitam de aprender novos modelos de cultura, pois não precisam desaprender e aprender novamente uma cultura para se tornarem membro da sociedade.
Nas escolas há “violência simbólica”, ou seja, o que vemos muito hoje, como o desprezo de certos grupos somente por tem outra cultura, estes são desprezados por grupos mais poderosos economicamente, tornando-se inseguros com a sociedade. O caráter simbólico de violência centra-se na característica da estrutura de classes sócias capitalistas, decorrente da divisão social do trabalho. Bordieu diz que o processo educacional tem dois mecanismos consolidado a sociedade capitalista: a reprodução da cultura e a reprodução das classes sociais.
As escolas atualmente agem pela dominação que forçam certas classes sociais a agirem de maneira a qual não percebem, ou não querem uma violência simbólica, tendo que seguir certas normas que as caracterizam como agentes de certos grupos e classes. Bourdieu diz que o “habitus” (modo de ser de uma pessoa em relação ao grupo social a que pertence), é transferível e consiste em um sistema de disposições duradouras, que deve funcionar como uma estrutura.
Para Bourdieu o sistema escolar não reproduz a economia familiar, sendo assim a classe mais atingida pela violência simbólica é a classe trabalhadora por estudarem em escolas públicas dependentes de contribuições, mas podemos e estamos tenteando tornar a escola pública em uma escola de qualidade que acredite na transformação social, sendo o aluno que sofre com as diferenças e também os professores que sofrem com a indisciplina no interior da sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos com esta atividade qual a visão da Filosofia na educação brasileira. Ao analisar a sociedade na qual a escola está inserida, as dificuldades de implantação da Filosofia no currículo escolar, as realidades diferentes da sala de aula, os efeitos da indústria cultural e as desigualdades do sistema educacional no Brasil, faz-se questionamento sobre os elementos filosóficos que permeiam a educação brasileira. Para Pierre Bourdeau, a escola é um local de reprodução das estruturas sociais e de transferências de capitais de uma geração para a outra, sendo que o capital econômico de uma pessoa transforma-se em capital cultural para a mesma. Para caminhar no sentido de modificar esta realidade, faz-se necessário, superar a dificuldade de implantar a Filosofia no ensino brasileiro, à medida que, temas pertinentes a essa disciplina são desenvolvidos e criam no educando a necessidade de reflexões constantes e que a sociedade civil exerça seu papel exigindo escolas de qualidades e para todos, não sendo conivente com a ideologia existente. Dessa forma, seja alcançado um ensino multidisciplinar, contextualizado e com estrutura escolar, para que o aluno seja capaz de dialogar com o que lê, vê ou faz, analisando e refletindo sobre o seu comportamento, valendo-se de criticidade.
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REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
• URL:<http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/1968/1642>. Acesso em: 12 de Set. de 2013.
• <http://www.cifa.org.br/gestionale/upload/cms/elementi_portale/documentale/Novas_Perspectivas_para_a_educa%C3%A7%C3%A3o_no_S%C3%A9culo_XX.pdf>. Acesso em 13 de Set. de 2013.
• <http://www.youtube.com/watch?v=cVPrd4WEsbA>. Acesso em: 15 de Set. de 2013.
• <http://dx.doi.org/10.1590/S0101-32622001000200007>. Acesso em 15 de Set. de 2013.
• <http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/bourdieu-e-a-educacao/. Acesso em: 16 de Set. de 2013.
• <http://www.youtube.com/watch?v=zO4QuCSMO0k>. Acesso em 16 de Set. de 2013.
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