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ATRIBUTOS MORFO-FISIOLÓGICOS DE MUDAS DE IPÊ AMARELO

Por:   •  22/5/2017  •  Seminário  •  1.817 Palavras (8 Páginas)  •  164 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A produção de mudas de qualidade que resistam às condições adversas do meio ambiente e o menor tempo de formação destas mudas são, dentre os fatores que determinam o sucesso de um reflorestamento, uns dos mais importantes, senão fatores fundamentais. Neste sentido, observa-se que aumentos expressivos no crescimento e qualidade das mudas têm sido alcançados pela correta adubação do solo de formação delas. Assim, tendo em vista que na formação de mudas normalmente são utilizados solos e subsolos pobres em nutrientes que não atendem adequadamente às exigências das espécies, o uso de fertilizantes químicos, orgânicos ou inorgânicos de forma balanceada para a formação de mudas torna-se imprescindível para a atividade (MARQUES & YARED, 1984; BARBOSA, 1994).

No Brasil, as características nas quais as empresas florestais se fundamentam, para classificação da qualidade das mudas, são baseadas na avaliação das plantas pertencentes à unidade amostral, na qual são considerados os parâmetros: altura média (15 a 30 cm), diâmetro do coleto (2 mm), sistema radicular (desenvolvimento, formação e agregação), rigidez da haste (amadurecimento das plantas), número de pares de folhas (mínimo de 3), aspecto nutricional (ausência de sintomas de deficiência) e resistência a pragas e doenças (sanidade) (GOMES et al., 1996).

A produção de mudas florestais, em qualidade e quantidade, é uma das fases mais importantes para o estabelecimento de bons povoamentos florestais. Várias pesquisas científicas e avanços técnicos têm sido realizados com o objetivo de melhorar a qualidade das mudas, assegurando boa adaptação e crescimento após o plantio (GONÇALVES et al., 2005). Aumentos em crescimento e qualidade das mudas podem ser alcançados através da correção da fertilidade do solo (RENÓ et al., 1997; GOMES et al., 2008; FEITOSA et al., 2011), com reflexos na precocidade e na sobrevivência em campo após o plantio. O conhecimento das exigências nutricionais da espécie é necessário ao estabelecimento da adubação apropriada. A acidez do solo é um dos principais fatores capazes de reduzir o potencial produtivo dos solos tropicais. Segundo Sousa &Lobato (2004), grande parte dos solos de cerrado apresentam pH-H2O baixo (< 5,5), alta concentração de Al3+ e baixos teores de Ca2+ e Mg2+, abrangendo a camada superficial (0–20 cm) e subsuperficial (> 20 cm). A correção de todo o perfil do solo se faz necessária para que o sistema radicular das culturas explore maior volume de solo, de modo que a planta absorva água e nutrientes para seu crescimento e desenvolvimento (NOLLA, 2004).

Espécies arbóreas podem ser usadas para minimizar os efeitos prejudiciais da erosão e da degradação de pastagens, tendo em vista a potencialidade que as espécies florestais apresentam no controle da erosão, por aumentar a capacidade de infiltração de água e por promover melhorias nas características físicas e químicas do solo (CRUZ et al., 2004).

Segundo Caldeira et al. (2007) a produção e estocagem dos resíduos industriais nas empresas têm atingido valores elevados e causam preocupação em relação à preservação do meio ambiente. Nesse sentido, os resíduos da cinza de biomassa de caldeira, embora volumosos, implicam nos custos elevados de transporte, pois servem como uma alternativa na melhoria da fertilidade dos solos, podendo resultar em ganhos significativos de produtividade.

De acordo com Scliar citado por Medina (2007), a economia mundial tem sido pautada em desenvolvimento consumista que não se preocupa com a redução da quantidade de emissão de resíduos inorgânicos no ambiente e que, aliado ao aumento da população vem exercendo forte pressão sobre os recursos minerais não-renováveis e, consequentemente, sobre o equilíbrio ambiental do planeta.

O presente trabalho objetivou avaliar o pH em água e CaCl2 de solos com diferentes classes texturais, após a incorporação de pó de rocha ornamental, cinza de caldeira, calcário dolomítico e carbonato de cálcio (CaCO3) bem como o efeito nas variáveis biométricas em mudas de ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia(Vahl.) Nich).

4. MATERIAL E MÉTODOS

Experimento conduzido no campus Profª. Cinobelina Elvas (CPCE) na cidade de Bom Jesus-PI, no viveiro para a produção de mudas da Universidade Federal do Piauí no período de Novembro de 2014 a Fevereiro de 2015. As coordenadas geográficas da área são: 9º04’59,07” de Latitude Sul e 44º19’35,31” de Longitude Oeste e 296 metros de altitude. O clima da região é temperado e úmido, com inverno seco e verão quente, de acordo com a classificação de Köeppen.

Os tratamentos foram dispostos em DBC, esquema fatorial 5 x 2, correspondente aos resíduos cinza de caldeira e pó de rocha e aos corretivos calcário dolomítico e carbonato de cálcio PA, além de um tratamento controle sem a incorporação de resíduos ou corretivos e dois solos com diferentes texturas (arenosa  e  argilosa), com cinco repetições. Cada unidade experimental consistiu-se de um saco de polietileno perfurado, com dimensões de 20 x 15 cm.

Os resíduos utilizados no presente trabalho foram: cinza de caldeira coletada na fazenda Cantagalo, situada no município de Baixa Grande do Ribeiro – PI; o pó de rocha ornamental coletado em uma serraria na cidade de Bom Jesus – PI; o calcário e o carbonato de cálcio utilizados no presente trabalho como referência são provenientes do próprio campus com reatividade de 90% e 100%, respectivamente. O solo de textura arenosa foi coletado no Campus CPCE e o de textura argilosa foi coletado na Fazenda Cantagalo.

Os solos foram peneirados com malha de 2 milímetros e depois  pesados. Os resíduos e os corretivos também foram pesados, equivalentes a uma dose de 3 Mg ha-3, em seguida foram incorporados ao solo e transferidos para sacos de polietileno com volume de 1 kg, permanecendo incubados por trinta dias. Aos sete dias após a incorporação dos resíduos foi realizada a análise do pH do solo em água e solução de CaCl2 0,01M de acordo com a metodologia descrita em Embrapa (2006).

A irrigação foi realizada pelo método gravimétrico, mantendo a umidade do solo a 70% da capacidade máxima de retenção de água.         Foram colhidos frutos maduros de Ipê-amarelo no município de Bom Jesus-PI, após a colheita os frutos foram mantidos em temperatura ambiente, em local sombreado até a semeadura. Antes da semeadura, as sementes foram embebidas em água por 12 horas. A semeadura foi realizada no inicio de Novembro de 2014, semeando-se quatro sementes por unidade experimental, os sacos foram acondicionados em um viveiro coberto com telado de 50% de sombreamento. Realizou-se o desbaste das plântulas 30 dias após a semeadura, permanecendo apenas uma muda por recipiente.

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