Abordagem Inside Job (2010)

O documentário de Charles Ferguson busca destrinchar e explicitar as faces da crise econômica que explodiu em 2008 nos Estados Unidos, que teve – e ainda se vê muito forte – reflexos na economia de todo o mundo. Na tentativa de mostrar e abrir a realidade para quem assiste ao filme, os diretores buscam em personagens reais e determinantes histórias, conclusões e fatos que determinaram a crise econômica.

O fator mais determinante que culminou o desarranjo econômico norte americano em 2008 foi a desregulamentação por parte do governo a respeito das regras econômicas para os bancos, corretores, financiadores, etc, que deixaram de ser tão rígidas, resultando em mais poderes nos tramites econômicos a estas agencias financeiras, permitindo grandes empréstimos e acordos de alto risco com o público geral. As instituições, por sua vez não conseguiram mais manter os investimentos e tais bancos, seguradoras e outros começaram uma grave imbróglio financeiro. O governo americano, por sua vez, assegurando a estabilidade das instituições, injetou bilhões de dólares nestas organizações. Porém, este método de correção apenas incentivou o reinício de todos os mesmos processos falhos.

O filme expõe que muito destes problemas têm influencia de pessoas ligadas ao próprio governo e que ocuparam e ocupam cargos de confiança no mundo econômico. O que acontecia é que os acontecimentos, por exemplo, do setor imobiliário, se tornaram previsíveis para estes executivos. Sendo assim, os próprios executivos faziam investimentos de riscos altíssimos junto às seguradoras, uma vez que tinham duas cartas nas mãos: a primeira seria o dinheiro investido nos negócios, que era do governo. Segundo que tinham os resultados assegurados pelo ciclo vicioso da crise econômica.

O documentário propõe maior influência do estado na economia do país, tornando as regras mais rigorosas e o acompanhamento das ações de mercado de forma que minimize brechas do setor. O trabalho de Ferguson ainda mostra como a política pode determinar a riqueza de uma minoria e ainda deixa claro que uma grave crise em uma grande economia pode gerar riscos e grandes perdas nas mais diversas escolas financeiras do mundo e em todas as classes sociais.