Achados Mamográficos

Existe um sistema de classificação para mamografia introduzida em 1993 e atualizada em 2003, chamado BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System), que foi disponibilizado com o objetivo de padronizar laudos e auxiliar quanto a chances de lesões serem malignas ou não, o que reduz fatores de confusões na interpretação de imagens.

Dependendo da suspeita dos achados são classificados em categorias de 0 a 6, baseado no valor preditivo positivo (VPP) da mamografia.

Existem quatro seções de estruturação do BI-RADS: seção I - léxico da imagem mamográfica; II- sistematização do laudo mamográfico; III – acompanhamento e monitoramento do resultado final; IV – criação de um banco de dados nacional.

É considerada negativa para câncer a mamografia de categoria 1,2 e 3 do BI-RADS nas outras categorias positivo. Categoria 1 nenhum achado, seios simétricos, sem alterações; categoria 2, achados benignos e na 3 achados com 2% de chances de malignidade, com reavaliação após 6 meses para acompanhar a lesão. A categoria 4 são achados que apresentam amplo espectro de probabilidade de malignidade de 3% a 94%, onde é solicitado a investigação citológica e histológica. Na 5 a chance é maior de 95%, indica-se cirurgia.

Em 2003 foram atualizados alguns termos do BI-RADS, de caracterização das lesões (léxico). A morfologia das microcalcificações dividiu-se em categorias que predizem malignidade ou benignidade: a) tipicamente benigna; b)probabilidade intermediaria; C) alta probabilidade de malignidade.

As microcalcificações pleomórficas se dividiram em duas: heterogêneas grosseiras, que são irregulares, maiores que 0,5 mm, de grau intermediário como as amorfas; E pleomórficas finas lineares , que são variadas em tamanho e forma , menores que 0,5mm, de alta probabilidade de malignidade.

As calcificações puntiformes são classificadas como provavelmente benigna. Já as finas lineares ramificadas são extremamente suspeitas principalmente se estiverem em distribuição segmentar ou linear, estas estão presentes em lesões malignas em até 92% dos casos.

As amorfas apresentam de 20% a 26% de malignidade, principalmente se unificada à distribuição segmentar e linear.

Portanto há dois grupos de microcalcificações com morfologia suspeitas: as intermediarias em preocupação (amorfas e heterogêneas grosseiras) e as de alta probabilidade (pleomórficas finas e finas lineares ou finas lineares ramificadas).