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Adm Competencias Profissionais

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Por:   •  16/3/2015  •  1.745 Palavras (7 Páginas)  •  518 Visualizações

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Principais teorias da administração e seus empreendedores

Fayol aponta a possibilidade e mesmo a necessidade de um ensino organizado, metódico da administração, de caráter geral para formar melhores administradores, a partir de suas aptidões, mas também qualidades pessoais. Na sua época, essa ideia era uma novidade. Postula também que, a administração consiste em uma ciência como as demais, por isso seu ensino nas escolas e universidades torna-se plenamente possível e necessário. (FAYOL apud CHIAVENATO, 1999).

De acordo com Chiavenato (1999), o significado e o conteúdo da administração sofreram uma formidável ampliação e aprofundamento através da diferentes teorias que serão abordadas a seguir. O próprio conteúdo do estudo da administração varia enormemente de acordo com a teoria ou escola considerada. Normalmente, cada autor ou estudioso da administração tende a abordar as variáveis e assuntos típicos da orientação teórica de sua escola ou teria.

Administração científica

No despontar do século XX, um engenheiro apresenta o primeiro trabalho a respeito da administração. Um americano, chamado Frederick Winslow Taylor, que veio a desenvolver a chamada Escola da Administração Científica, preocupando em aumentar a eficiência da indústria, por meio, inicialmente, da racionalização do trabalho do operário. A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por intermédio do aumento de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. A abordagem da administração científica é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o supervisor e gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo (organização empresarial). Predominava a atenção para o método de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o tempo padrão determinado para sua execução. (CHIAVENATO, 1999).

Frederick W. Taylor (1856-1915), nasce na Pensilvânia, Estados Unidos. Teve uma educação básica rígida e disciplinada, com conhecimentos clássicos de francês, de alemão viajando ocasionalmente para a Europa. Aos 18 anos, apesar de aprovado nos exames de Harvard para o curso de Direito, resolve iniciar o seu aprendizado como operário em uma pequena metalúrgica da Filadélfia, aí permanecendo por quatro anos. Já em 1878, muda-se para a Midvale Steel Co., também na Filadélfia, como trabalhador comum. Nessa empresa, passa de operário a engenheiro chefe, em 1884, por se ter graduado no Stevens Institute of Technology de Hoboken, New Jersey, em 1883. Seus doze anos na Midvale (1878- 1889) serviram de base para as suas ideias sobre administração de oficinas. (SILVA, 2002).

Taylor conseguiu revolucionar os processos tradicionais dos métodos de trabalho, através da aplicação de métodos científicos a muitas empresas norteamericanas. Além de proporcionar maiores lucros aos patrões e de valorizar o trabalho dos operários, assegurou a todos uma prosperidade mútua, que se refletiu satisfatoriamente na própria riqueza do país. (SILVA, 2002).

Administração Clássica

Henri Fayol desenvolveu uma teoria chamada Teoria Clássica. Sua preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa por meio da forma, mas também disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) além das suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da organização. Nesse sentido, a abordagem da corrente anatômica e fisiologista é inversa à da administração científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). Predominava a atenção para a estrutura organizacional, com os elementos da administração, com os princípios gerais da administração, com a departamentalização. Esse cuidado com a síntese e com a visão global permitia a melhor maneira de subdividir a empresa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma corrente eminentemente teórica, mas também administrativamente orientada. A ênfase na estrutura é a sua principal característica. (CHIAVENATO, 1999).

Henry Fayol (1841-1925) nasce em Constantinopla, em uma família burguesa. Educado no Liceu de Lion, na França, e em 1860 se torna engenheiro de minas pela Escola Nacional de Minas em Saint Étienne. Foi trabalhar nas atividades de mineração de carvão e fundição de ferro do consórcio francês Commentry- Fourchambault Company. Passou sua vida inteira trabalhando na mesma empresa, assim de 1860 a 1866 como engenheiro, fazendo notáveis avanços na técnica de combate aos incêndios subterrâneos que ocorriam na companhia.

Seu esforço foi recompensado com a promoção à gerente das minas Comentry, aos 25 anos. Seis anos mais tarde, assume a gerência de um grupo de minas. Em 1888, a empresa estava em dificuldades, pois os dividendos não eram pagos desde 1885. Chegou-se a diretor-geral, começando a revitalizar a companhia. Ele fechou a fundição de Fourchambault, centralizando a produção em Montluçon, outro local de atividade do consórcio, para ganhar em economia de escala. Fayol adquiriu novos depósitos de carvão em Bressac, Decazeville e em Jondreville. A nova companhia, denominada Comambault, se recuperou sob sua direção e continua até hoje como parte da Le Creusot Loire, o maior grupo de mineração e metalurgia na França Central. A partir dessas experiências na Comambault que desenvolve sua proposta de administração. (SILVA, 2002).

Teoria da burocracia

A administração burocrática teve sua origem na Europa, no início do século XX, como alternativa às teorias conhecidas, visto que buscava a racionalidade técnica requerida para projetar e construir um sistema administrativo baseado no estudo exato dos tipos de relacionamentos humanos necessários para expandir a produtividade. A escola da burocracia abre uma nova visão na perspectiva administrativa, introduzindo o estudo do seu aspecto institucional, partindo da ciência política, do direito e da sociologia. Desse modo, completou o escopo da natureza da administração, fornecendo-lhe o complemento necessário à consolidação da doutrina clássica, propondo um modelo de aplicação e comparação. A burocracia como forma de organização das atividades humanas é muito antiga; entretanto, como teoria desenvolvida, com objetivos específicos, só rompe a partir de Max Weber. Segundo Weber, a administração burocrática tinha as seguintes características: divisão de trabalho, hierarquia da autoridade, racionalidade, regras e padrões, compromisso profissional, registros escritos e impessoalidade. (SILVA, 2001).

Administração estruturalista

A administração estruturalista marca sua presença no campo da administração por implicar o estudo das organizações em um sentido mais amplo e integral, levando em conta todos os fatos que influem, tanto internos como externos, e submetendo-os a uma análise comparativa e global. O estruturalismo implica reconhecer que os fenômenos organizacionais se interligam, interpenetram, mas também interagem de tal modo que qualquer modificação ocorrida em uma parte da organização afeta todas as outras partes. O nome de maior projeção do estruturalismo é Amitai Etzioni. Ele deve sua proeminência ao fato de se ter ocupado em analisar os fundamentos das escolas correntes até então conhecidas e, julgando-os insatisfatórios, formula uma síntese do que considerava válido, denominada de estruturalismo. (SILVA, 2001).

Teoria das relações humanas

A escola das relações humanas, como mais comumente é conhecida, foi construído com base na teoria clássica. Os aspectos organizacionais mais importantes se concentram no homem e seu grupo social, isto é, a preocupação passa dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos. O movimento das relações humanas foi um esforço combinado dentre teóricos, mas também práticos, para fazer os gerentes mais sensíveis às necessidades dos empregados. Isso veio como um resultado de circunstâncias especiais que ocorreram durante a primeira metade do século XX. Sua ênfase tem como base principal, as pessoas (empregados). Nascido em Adelaide, na Austrália, Elton Mayo (1880-1949), um psicólogo que trabalhou a maior parte de sua vida na Harvard Business School, foi o mais importante incentivador e protagonista da Escola das Relações Humanas. (SILVA, 2001).

Teoria comportamental

A escola comportamentalista estabelece críticas à teoria clássica e aos princípios gerais por ela estabelecidos, pela sua rigidez e mecanicismo. Ela também critica a teoria da burocracia pelo seu modelo de máquina. Essa escola trouxe um novo direcionamento às teorias da administração, com uma maior valorização do comportamento do indivíduo, uma redução nas posturas normativas e descritivas das teorias de até então. A herança mais importante trazida para a abordagem comportamentalista veio de Kurt Lewin (1890-1947). (SILVA, 2001).

Teoria do desenvolvimento organizacional

A administração tem um problema com dois braços. Um braço é: como se toma toda a energia humana e a canaliza em direção à missão da organização. O outro é como se organizam o trabalho, os padrões da comunicação, a tomada de decisão, as normas, valores, as regras básicas, de modo que as necessidades dos indivíduos, de autovalor/realização, satisfação, bem como coisas semelhantes, sejam encontradas, de maneira significativa no local de trabalho. A questão consiste em como administrar o dilema e não como administrar um dos braços do problema. O desenvolvimento organizacional tenta totalizar, alem de organizar a interação entre ambos os braços. O desenvolvimento organizacional ajuda os gerentes a alcançar um grau de síntese de organização, mas também a colocar as muitas peças de um sistema complexo juntas, em uma melhor configuração possível. Uma definição mais adequada vem de um pesquisador e estudioso de administração, Bennis, ex-reitor da Universidade de Bufallo nos Estados Unidos, foi o maior responsável por essa teoria. Ele esclarece que:

O desenvolvimento organizacional é um processo sistemático, administrado, e planejado de mudança de cultura, sistemas e comportamentos de uma organização, a fim de melhorar a eficácia da organização na solução dos problemas e no alcance dos seus objetivos. (BENNIS apud SILVA, 2001, p.400)

Teoria da contingência

Nos anos de 1970, ocorreu uma profusão de pesquisas investigando os fenômenos organizacionais a partir de uma nova perspectiva. Diversos escritores formularam teorias de administração das organizações que projetavam estruturas organizacionais, mas também ações gerenciais, apropriadas para situações mais especificas. Na literatura administrativa, o termo contingência implica que “uma coisa está relacionada à outra”. Isto é a aceitação do caráter altamente complexo e interrelacionado das características organizacionais. Em livro de 1985, Freemont Kast e James Rosenzweig observaram que: A visão da contingência procura entender as relações dentro e dentre os subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente, assim procura definir padrões de relações ou configurações de variáveis. Essa visão enfatiza a natureza multivariada das organizações, mas também tenta compreender como as organizações operam sob condições variáveis e em circunstâncias específicas.

A teoria das contingências estabelece que situações diferentes exijam práticas diferenciadas, apregoando o uso das teorias tradicionais, comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para resolver problemas das organizações. (SILVA, 2001).

TABELA 1: AS PRINCIPAIS TEORIAS ADMINISTRATIVAS E SEUS PRINCIPAIS ENFOQUES

Ênfase Teorias administrativas Principais enfoques

Tarefas Administração científica

Racionalização do trabalho no nível operacional

Estrutura

Teoria clássica

Teoria neoclássica

Organização Formal;

Princípios gerais da Administração;

Funções do Administrador

Teoria da burocracia

Organização Formal Burocrática;

Racionalidade Organizacional;

Teoria estruturalista

Múltipla abordagem:

Organização formal e informal;

Análise intra-organizacional e análise

interorganizacional;

Pessoas

Teoria das relações humanas

Organização informal;

Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de

grupo;

Teoria comportamental

Estilos de Administração;

Teoria das decisões;

Integração dos objetivos organizacionais e individuais;

Teoria do desenvolvimento

organizacional

Mudança organizacional planejada;

Abordagem de sistema aberto;

Ambiente

Teoria estruturalista

Teoria neo-estruturalista

Análise intra-organizacional e análise ambiental;

Abordagem de sistema aberto;

Teoria da contingência

Análise ambiental (imperativo ambiental);

Abordagem de sistema aberto;

Tecnologia

Teoria da contingência

Administração da tecnologia (imperativotecnológico);

FONTE: (CHIAVENATO, 1999, p.10)

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