Analise De Crédito
Artigo: Analise De Crédito. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: neca_007 • 15/5/2014 • 3.719 Palavras (15 Páginas) • 558 Visualizações
1. Introdução
Na analise de crédito, existe um processo organizador para analisar dados, fornecidos pelo tomador, de maneira a possibilitar o levantamento de informações acerca do mesmo. Para Blatt a definição é:
"Este processo cobre uma estrutura mais ampla do que simplesmente analisar o crédito de um cliente e dados financeiros para a tomada de decisão com propósitos creditícios" (BLATT, 1999, p. 93).
Segundo Santos (2000):
[...] o processo de análise e concessão de crédito recorre ao uso de duas técnicas: a técnica subjetiva e a técnica objetiva ou estatística.
Sendo que Blatt diz respeito às técnicas baseada no julgamento humano, o que utilizaremos o termo de “analise manual”, já para Santos a analise é baseada em processos estatísticos, o que utilizaremos o termo “Score Neural”.
Podemos ver que um outro estudioso, Schrickel, endossa a primeira técnica sendo uma analise em um cenário de incertezas:
[...] “a análise de crédito envolve a habilidade de fazer uma decisão de crédito, dentro de um cenário de incertezas e constantes mutações e informações incompletas". (SCHRICKEL, 2000, p. 27)
Ou traduzindo em um cenário mais atual, o julgamento do agente de crédito é baseado principalmente em sua experiência e “feeling”. Santos (2006) ainda explica que “esta técnica é baseada na experiência adquirida, na sensibilidade e na disponibilidade de cada analista quanto a concessão do crédito”.
Uma analise subjetiva do tomador do crédito é importante, visto que através da experiência do analista, poderá ser identificados fatores do caráter, capacidade de pagamento e idoneidade do mesmo, porém essa analise de maneira alguma pode ser feita de forma aleatória, sendo preciso estar embasada em conceitos técnicos e normas da instituição financeira, que irão guiar a concessão do financiamento, visando mitigar a inadimplência.
Para uma analise de crédito bem consistente, também estão incluído consultas no SCP/SERASA, órgãos que disponibilizam informações creditícias dos tomadores.
2. Processo de Análise de Crédito para Pessoas Físicas:
Essa analise para pessoas físicas visa identificar os riscos para a organização cedente do crédito, tirar conclusões quanto à capacidade do cliente em honrar seus pagamentos e também realizar recomendações sobre o melhor tipo de empréstimo a ser concedido. Sendo que essa analise ocorrerá dentro das necessidades do cliente, mediante um risco aceitável para empresa, “a partir da apresentação de documentação especifica, objetivando a maximização dos resultados da instituição”, segundo Schrickel (2000). Sendo que a análise subjetiva de crédito não é um exercício que visa ao cumprimento de disposições normativas, “mas sim tem por objetivo chegar a uma decisão clara sobre a concessão ou não do crédito ao solicitante”, acrescenta Santos (2006).
Porém, o processo de análise subjetiva, como o próprio nome diz, não é uma ciência exata, “podendo existir inúmeras soluções para cada situação de concessão, sendo certo que a análise pode fazer emergir opções durante o processo decisório”, complementa Blatt (1999).
Podemos dizer ainda, que a analise de crédito é um processo organizador, a fim de reunir fatos, informações que conduzem a tomada de decisão, determinando suposições relevantes, analisando todos os fatos levantados a partir de alternativas funcionais e aceitáveis para a concessão ou não do crédito.
Schrickel (2000) complementa que: “a análise será mais consistente quanto mais presentes e valiosas forem às quantificações dos riscos identificados e praticidade, bem como a viabilidade das conclusões chegadas”.
Sendo assim, o processo de analise de crédito para pessoas físicas baseia-se na qualidade das informações obtidas, muitas vezes por checagens telefônicas ou até mesmo uma visita a casa do cliente, verificando assim se a decisão a ser tomada é a mais prática e viável, dentro de um modelo funcional adaptado à realidade da instituição credora e do tomador.
Além disso, em qualquer situação de análise de crédito, há três etapas distintas a percorrer, conforme Schrickel (2000):
- Análise Retrospectiva: avaliação do desempenho histórico do tomador potencial, analisando os riscos inerentes ao mesmo e como foram contornados. Este processo visa a identificar fatores na atual condição do tomador que possam dificultar o pagamento da divida;
- Análise de Tendências: projeção da condição futura do tomador do crédito, a fim de avaliar o nível de endividamento suportável e o quão oneroso será o crédito que se espera obter;
- Capacidade Creditícia: a partir do grau de risco que o tomador apresenta e a projeção do seu nível de endividamento futuro, avaliar a capacidade creditícia do tomador, ou seja, qual a quantia de capital que ele poderá obter junto ao credor.
Para que ocorra uma análise minuciosa de risco da operação de concessão de crédito à pessoa física, é preciso passar por algumas fases distintas durante o processo. Santos (2006) define seis fases para este processo, conforme quadro a seguir:
Análise Cadastral;
Análise de Idoneidade;
Análise Financeira;
Análise de Relacionamento;
Análise Patrimonial;
Análise de Sensibilidade.
2.1 - Análise Cadastral
Analise Cadastral refere-se a um processo de analise de dados de identificação dos clientes. Conforme Blatt (1999) evidencia, “o sucesso da concessão do crédito depende de informações confiáveis a respeito do cliente”.
Santos (2006) complementa, dizendo que:
[...] “O levantamento e a análise das informações básicas de crédito são requisitos fundamentais para a determinação do valor do crédito, prazo de amortização, taxas de juros e, se necessário reforço ou vinculação de novas garantias." (SANTOS, 2006, p. 47).
Já segundo o “Manual de Normas e Instruções do Banco Central do Brasil (2006)”, as instituições de crédito, micro crédito e bancos tradicionais só devem conceder empréstimos (crédito) a tomadores se possuírem adequadas e não informações cadastrais restritivas. Schrickel (2000) reafirma todos estes fatos, dizendo que: “as
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