Antropologia E A Educação
Trabalho Escolar: Antropologia E A Educação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: crisbraga • 10/5/2013 • 1.017 Palavras (5 Páginas) • 680 Visualizações
Considerando a antropologia e a educação como instrumentos de reflexão da sociedade moderna, este trabalho propõe uma análise da relação entre ambas a partir do artigo “Um saber de fronteira – entre a Antropologia e a Educação da Professora Tânia Dauster, publicado em 2003”.
Sabemos que a Antropologia é uma disciplina científica e seu foco de estudo é o homem e a sua cultura. Mas afinal o que é cultura? De acordo com Dauster, o termo cultura a partir do enfoque antropológico de Tylor (1871), inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes e as outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade, já para Geertz (1978), cultura são as vivências, as teias que o próprio indivíduo teceu. E a relação que existe entre os conceitos de cultura destes dois autores ao conceito de etnocentrismo é que ambos são focados nas próprias experiências vividas pelo homem em seu meio.
Segundo Dauster, a discussão da cultura e da diversidade cultural em tempos de globalização faz parte da sociedade complexa, considerando-se tanto os grupos étnicos como outras diferenças que podem ser examinadas, em função de geração, de gênero e de classe. No contexto global os desafios propostos à antropologia no que tange a interpretação dos significados culturais é que temos que pensar a cultura e a diversidade cultural segundo a autora, por outra ótica. No lugar de pensarmos em termos de espaços sociais, e fronteiras bem delineadas, confrontamos um mundo com maneiras de viver distintas, que se misturam e se interpretam tal qual uma colagem, cujas bordas são irregulares e moventes. Tal contexto, para ser entendido, demanda um exercício discriminatório constante, tendo em vista situar os elementos que configuram as colagens e suas intermediações. Requer a percepção das relações entre os elementos, as mediações, assim como seus sentidos indenitários, mesmo que fluidos. Exige, portanto, um olhar descentrado, que estranha os estereótipos, buscando um ponto de vista em relação aos significados do “outro” nos seus próprios termos.
Dentro do mesmo artigo a professora Tânia Dauster, aponta abordagens da relação entre Antropologia e Educação dos antropólogos Margarete Mead e Lévi-Estrauss e do sociólogo Pierre Bourdieu. Sendo que a antropóloga Margarete Mead (1991) faz da educação objeto privilegiado da Antropologia, buscava entender como valores, gestos, atitudes e crenças eram inculcadas nas crianças. Investigou tanto os modos de transmissão das gerações mais velhas para as mais novas, como a própria formação da personalidade e as formas de aprendizagem existente. Essa referência segundo Dauster é particularmente importante uma vez que a antropóloga demonstrou, ao lado da dimensão científica, a preocupação pedagógica, buscando a partir de sua experiência etnográfica, influenciar as atitudes face às crianças e aos adolescentes no seu país, no sentido de uma menor repressão.
Já o antropólogo Levi-Strauss (1954) ao definir antropologia, explicam que ela emerge de uma forma específica de colocar problemas, a partir do estudo das chamadas sociedades complexas, para entender a cultura e a vida social. Uma das vias para a construção deste conhecimento é a etnografia concebida como descrição, observação e trabalho de campo a partir de uma experiência pessoal. Para ele, o antropólogo visa elaborar a ciência social do observado, a partir desse ponto de vista, ultrapassando suas próprias categorias. Para a autora Tânia Dauster as considerações que Levi-Strauss teceu sobre o projeto antropológico continuam relevantes, mesmo considerando as transformações histórico-teóricas no seu âmbito.
O sociólogo Pierre Bourdieu para relacionar Antropologia e Educação, trabalha a noção de habitus tendo em vista o processo educativo, que por intermédio de sua teoria surge de forma dinâmica, como inculcação de disposições duráveis, matriz de percepções, juízo e ações que configuram uma “razão pedagógica”, ou seja, como lógica e estratégias que uma cultura desenvolve para transmitir
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