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Antropologia Karl Marx

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Por:   •  6/11/2014  •  1.184 Palavras (5 Páginas)  •  350 Visualizações

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O que distingue o homem dos animais? Apesar do cientificismo característico da obra de Marx a resposta que oferece a essa pergunta é dada em termos a resposta é: a produção de seus meios de subsistência, o trabalho.

O homem, para Marx, é intrinsecamente valioso. Neste sentido o autor é um iluminista que acredita no valor e na razão da humanidade. O ser humano, para ele, não é apenas diferente, é algo mais ou melhor que um carneiro ou uma baleia, é algo bom. Não é o trabalho, na verdade, que distingue os homens dos animais, ele é apenas uma manifestação da verdadeira distinção. O trabalho é o meio pelo qual aquilo que é propriamente humano se revela.

De fato, a própria pergunta levanta sérias suspeitas: se o homem é um animal ele próprio, perguntar o que o distingue dos demais não é muito diferente de perguntar o que distingue a galinha dos animais. Penso ser perfeitamente claro que tais perguntas têm sentidos completamente diferentes. Tanto é que a última, se fosse formulada, adquiriria uma forma bastante diferente: “o que distingue a galinha dos outros animais?”. A primeira pergunta se impõe, no entanto, quando o homem é visto como sendo não apenas um animal. É precisamente isto que temos em Marx. Aí o homem é algo mais. Este algo a mais é uma característica ontológica qualquer que o torna de alguma forma valioso, superior, bom. O homem é algo qualitativa e valorativamente distinto da natureza.

Marx concebe o homem como um ser intrinsecamente valioso, especialmente enquanto em relações com outros homens, mas que sofre uma dupla "limitação" (natural e social). Tratam-se de limitações externas, não inerentes ao homem, e que o atrasam e diminuem. Tanto a teoria como o desejo de Marx convergem para o momento em que tal homem se emancipará de seus grilhões, e chegará à plena “manifestação de si”, ou seja, o comunismo.

Em verdade, a concepção marxista do homem é muito semelhante à concepção religiosa. Marx jamais renega o dever ser, apenas, como faz com a dialética hegeliana, o encarna e faz habitar entre nós. O valor do homem não depende de algo que lhe seja alheio, lhe é imanente, e se exterioriza pelo trabalho.

Na ideologia alemã Marx tem uma concepção de homem que não se distancia muito daquela da Questão Judaica. O homem é um ser dotado de uma consciência e, apesar de estar limitado pela sociedade e pela natureza, emancipa-se de um e de outro rumo a uma plena manifestação de si.

Pode parecer estranho que se trate de Marx com um jargão tão próximo de concepções religiosas, mas todas estas são expressões do próprio autor. Se, por um lado, há contribuições filosóficas e científicas em sua obra, percebe-se, por outro, que seu pensamento mantém sempre como pano de fundo esta concepção valorativa da natureza humana.

Encontramos em “a ideologia alemã” uma argumentação no sentido de mostrar que não se explica a sociedade com base em idéias, mas sim as idéias com base na sociedade. As idéias são socialmente condicionadas, são condicionadas por condições de existência, que são, em princípio, materiais.

Em sua discussão com Feuerbach, Marx argumenta que não é a consciência que determina a vida, mas antes o oposto, e que uma forma de conhecimento que se pretenda válida deve começar, portanto, dos indivíduos reais, em suas condições reais de existência. Esta argumentação o leva a uma especulação acerca da história.

Haveriam, segundo Marx, algumas condições essenciais da vida humana: em especial a produção dos meios de subsistência. Em outras palavras, o homem necessita se alimentar para subsistir. “O primeiro fato histórico é, portanto, a produção dos meios que permitem satisfazer estas necessidades, a produção da própria vida material” (Marx, 2001:21). Satisfeita a primeira necessidade, o próprio ato que a satisfaz produz novas necessidades, que devem ser satisfeitas, além do mais, os homens reproduzem-se, gerando relações entre eles.

Segundo Marx, portanto, o que une os homens é uma dependência material. São relações que os homens mantém entre si a fim de conseguir produzir meios de subsistência, satisfazer suas necessidades e se reproduzir. Esta dependência é condicionada pelas necessidades e pelo modo de produção, e varia historicamente.

Outro aspecto interessante é o de que este instinto consciente, ou melhor, a consciência humana se desenvolve à medida em que aumenta a produtividade,

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