Análise De Gerenciamento De Riscos

ANÁLISE DE GERENCIAMENTO DE RISCOS EM UMA OBRA CIVIL NA CIDADE DE MURIAÉ-MG

Laís Sabadini Bicalho (Fac Redentor)

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O grande avanço da construção civil da atualidade, em todo o território nacional, vem gerando uma grande demanda por obras cada vez maiores e de mais rápida execução, e com isso aumentando também o número de riscos no setor. Os riscos associados à construção civil são inúmeros, e para evitar que os acidentes de ocorram são necessárias medidas de prevenção e gerenciamento para que estes riscos não ocorram. Atualmente o Ministério do Trabalho e Emprego obriga o gerenciamento dos riscos através do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) para todas as empresas da construção civil e de todo o porte. Afim de se evitar acidentes no ambiente de trabalho, é necessário identificar as etapas das atividades, reconhecendo os riscos e propondo medidas eficazes que minimizem os problemas. Com isso, o presente trabalho propõe o gerenciamento de riscos expondo as etapas da construção civil realizadas em Muriaé-MG e a responsabilidade de cada colaborador no gerenciamento de riscos.

Palavras –Chaves: Construção Civil, gerenciamento de riscos, Programa de Prevenção.

1- Introdução

A construção civil tem passado por um grande e acelerado crescimento nos últimos anos, através do desenvolvimento de novas tecnologias construtivas, investimento do governo através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), aumento do mercado imobiliário, entre outros. Em 2011, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) registrou que o setor da construção civil teve um crescimento de aproximadamente 4,8% em relação ao ano anterior.

O avanço na construção civil vem preocupando especialistas do setor, uma vez que se observa uma grande dificuldade de mão de obra especializada e capacitada no mercado.

Com base no cenário, a indústria da construção iniciou a busca pelo gerenciamento dos riscos em seus processos como forma de garantir maior segurança para os seus colaboradores. A prevenção de acidentes nesse ramo associam despesas e se manifestam como consequência indireta, visto a responsabilidade de todos os envolvidos em acidentes.

Os perigos das atividades na construção civil tem crescido paralelamente ao número de empreendimentos que tem avançado a sistema de desenvolvimento econômico mundial. Segundo Pontes (1998) a responsabilidade para acessar, avaliar e gerenciar esses riscos tem aumentado tanto no setor público como no privado, visto que a percepção da necessidade para antecipar, prevenir e reduzir os riscos está implícita na sociedade moderna.

Com o intuito de absorver mão de obra rapidamente e de gerar empregos, tem-se um desfalque no gerenciamento de riscos e na dedicação em segurança, uma vez que pelo aumento da demanda acaba-se caindo na contratação de funcionários não qualificados e inexperientes.

Diante deste contexto, o presente trabalho apresenta uma metodologia de gerenciamento de risco proposta para a construção civil.

2- Gerenciamento de Risco na Construção Civil

Para que haja um melhor acompanhamento e identificação dos riscos inerentes à qualquer projeto ou processo, é necessário o conhecimento básico sobre o mesmo.

2.1- Risco

De acordo com a Society for Risk Analysis (SRA), risco é definido com o potencial de ocorrência de consequências indesejadas e adversas para a vida humana, para a saúde, para a propriedade ou ambiente. A estimativa do risco é baseada normalmente no valor esperado da probabilidade condicional do evento multiplicado pela consequência do evento, dado que já ocorreu (SRA,2010).

Papadakis (2000) observa que existem várias abordagens possíveis para a avaliação do risco, podendo ser implícitas ou explícitas, quantitativas ou qualitativas, nem sempre sendo necessária a aplicação de um processo complexo.

A Agência Europeia para Saúde e Segurança no Trabalho (AESST), define que um risco é possibilidade, elevada ou reduzida, de alguém sofrer danos provocados pelo perigo, e que perigo pode ser qualquer coisa potencialmente causadora de danos materiais, equipamentos, métodos ou práticas de trabalho (AESST,2011).

A figura 1 representa a distribuição dos acidentes através do triângulo de Bird, o qual demonstra a proporção relação do número de acidentes, incidentes e desvios cometidos na execução de determinado trabalho. Os operários estão expostos a riscos que muitas vezes os levam a simples ferimentos ou até mesmo a morte.

Figura 1: Triângulo de Bird (1969)

Nesta prospectiva, sabe-se que para cada 600 desvios críticos cometido num canteiro de obras da construção civil, espera-se 10 lesões leves ou materiais, e ao final 1 acidente grave.

Segundo Costella ( 1997), as atividades de maior representatividade nos acidentes dentro da construção civil são dos serventes, pedreiros e carpinteiros. Isto se deve ao fato de ser o “grosso” das atividades.

2.2- Gerenciamento de Riscos

O Gerenciamento de Riscos é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos humanos e materiais de uma organização, no sentido de minimizar os efeitos dos riscos sobre essa organização o mínimo possível. É um conjunto de técnicas que visa reduzir ao mínimo os efeitos das perdas acidentais, enfocando o tratamento aos riscos que possam causar danos pessoais, ao meio ambiente e a imagem da empresa.

De acordo com Tesfamariam et al. (2010) a gestão de riscos é desenvolvida para garantir que o risco seja mantido dentro de um nível aceitável de acordo com a regulamentação, evitando qualquer efeito adverso grave ao público e ao ambiente, pela seleção de alternativas viáveis.

A Gerência de Riscos proporciona uma correta proteção dos ativos e do patrimônio dos acionistas, eliminando ou reduzindo, efetivamente, a maioria dos riscos acidentais, que tem como principais objetivos:

- Seguros adequados;

- Bens e vidas humanas preservadas;

- Manutenção do fluxo produtivo e permanência da empresa no mercado;

- Funcionários motivados;

- Aumento