Aquecimento Global E Responsabilidade Social
Exames: Aquecimento Global E Responsabilidade Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: poetajorge • 7/12/2013 • 913 Palavras (4 Páginas) • 474 Visualizações
AQUECIMENTO GLOBAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Jorge Henrique Vieira Santos
Este texto se propõe a discutir os últimos estudos sobre a questão do aquecimento global divulgados
pelo Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima, publicado em 05 de
fevereiro de 2007, e suas implicações para a responsabilidade social que se impõe a todos, por
serem fatores antropogênicos as principais causas das mudanças climáticas analisadas no referido
documento. Para tanto, fará um breve relato das origens e conseqüências do problema. A partir daí,
discutirá a forma de divulgação do Relatório pela imprensa mundial e sua repercussão em termos
geopolíticos.Em seguida, discutirá ações mais eficazes que devem ser implementadas no sentido de
diminuir os efeitos inevitáveis desse processo, e a necessidade de uma tomada de consciência
ecológica global inerente à nova realidade mundial que se apresenta a todos.
Criado em 1988, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC) é o corpo
científico da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e tem como um
de seus principais objetivos a avaliação de publicações científicas para consolidar relatórios sobre
“mudanças climáticas, impactos, vulnerabilidade e formas de adaptação dos sistemas biológicos e
físicos a essas mudanças e meios de reduzir a emissão/concentração na atmosfera de gases de efeito
estufa” (Esparta e Moreira, 2002, p.1). Em seu último relatório, publicado em fevereiro de 2007, o
IPCC aponta, com 90% de segurança, a ação humana como principal causadora das mudanças
climáticas que acentuaram o aquecimento global nas últimas décadas. Segundo o referido
documento, “o efeito líquido global das atividades humanas, em média, desde 1750 foi de
aquecimento” e esse “aquecimento do sistema climático é inequívoco, como está agora evidente nas
observações dos aumentos das temperaturas médias globais do ar e do oceano, do derretimento
generalizado da neve e do gelo e da elevação do nível global médio do mar” (Quarto Relatório de
Avaliação do GT1/IPCC, 2007, p. 7-8).
Essa alteração climática está diretamente relacionada ao chamado efeito estufa, decorrente das
“concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso” (Quarto Relatório de
Avaliação do GT1/IPCC, 2007, p. 3). O primeiro desses gases é oriundo, principalmente, da queima
de combustíveis fósseis, e os outros são conseqüências do desmatamento. Segundo o IPCC, 75%
das emissões antropogênicas de dióxido de carbono durante as duas últimas décadas se deve ao uso
de combustíveis fósseis.
Embora as conclusões divulgadas pelo IPCC tenham sido endossadas por, pelo menos, “30
sociedades e comunidades científicas” (Aquecimento global – Wikipédia), e apontem o uso de
combustíveis fósseis como principal emissor de dióxido de carbono, a forma como esse relatório foi
divulgado pela imprensa mundial induz à concepção de que todos os seres humanos são igualmente
responsáveis pelo aquecimento global do planeta e desconsidera a evidência de que “o impacto
causado por uma colônia de pescadores não pode ter a mesma dimensão das alterações climáticas
provocadas por uma corporação petrolífera, por exemplo” (Salles, 2007).
Segundo SALLES, o direcionamento que as discussões sobre o problema tomou desvia a
atenção de todos para destruição da floresta amazônica, por exemplo, imputando boa parcela da
culpa ao povo brasileiro, quando os grandes emissores de dióxido de carbono na atmosfera -
portanto maiores responsáveis - que são as grandes corporações de petróleo e as grandes indústrias
dos países mais desenvolvidos são deixados de lado nessa questão. Como resultado disso, a
população mundial, preocupada com o destino do planeta, está se mobilizando através de ações
positivas no sentido de diminuir as conseqüências do aquecimento global, embora não se perceba
que tais ações, apesar de bem-vindas, são insuficientes para provocar efeitos de impacto global a
curto
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