Arqueologia

Introdução

A geoarqueolgia é a ciência que utiliza métodos e técnicas das ciências da terra, como uso da estratigrafia e as análises do solo, do clima, da vegetação, da fauna e das relações humanas com a natureza, para solucionar questões pertencentes a arqueologia.

A arqueologia, por sua vez, é o estudo e a analise sistemática da cultura material, como ferramentas, cerâmicas, vestígios ósseis, indícios de fogueiras e habitações, para interpretar grupos humanos.

A fim de se tornar a arqueologia que conhecemos hoje, esta teve que ser aprimorada durante os séculos, sendo influenciada por diversos conhecimentos. Dentre eles a contribuição das geociências esteve presente desde a origem do pensamento científico sobre o homem, ajudando na compreensão das transformações da paisagem, estabelecendo um sistema de ocupação, buscando compreender a relação entre os grupos humanos e o ambiente.

           

Gênese e evolução da geoarqueologia como campo de          conhecimento da interface entre as ciências da terra e a

Arqueologia

O termo "geoarqueologia" foi empregado pela primeira vez nos anos 1970, tendo o objetivo de esclarecer as relações existentes entre o ambiente e os grupos humanos do passado.

[...] Possui papel fundamental na interpretação de evidências humanas em termos de artefatos produzidos e dinâmica processos natural, envolvendo a criação de registros arqueológicos e, consequentemente, cultural (RAPP e HILL, 2006).

A geoarqueologia foi descrita por Gladfelter (1977) em Geoarchaeology: the geomorphologist and archaeology como: "A contribuição das Ciências da Terra para a interpretação do contexto arqueológico". Já Butzer (1977) em Geo-archaeology in Practice a descreveu como "geoarqueologia que utiliza métodos, técnicas e conceitos da geologia”. Num ponto de vista mais amplo, a geoarqueologia pode ser entendida como a ciência que utiliza ferramentas, técnicas e a concepção das geociências com o objetivo de melhorar o entendimento das descobertas arqueológicas.  

A abordagem geoarqueológica auxilia em muitos níveis da investigação arqueológica, desde a prospecção, entendimento da formação local a partir de processos, das questões que explicam a preservação, passando pela interpretação de campo dos contextos arqueológicos e identificação de mudanças na paisagem física através tempo (Girão, Osvaldo).

Todos os elementos físico ambientais da terra que estão interligados a grupos humanos e que fazem parte de alguma das ciências da terra são analisados. Esse vínculo entre as a disciplinas auxilia na compreensão relativa aos processos de criação dos sítios, induzidos pelas as ações ou não do homem, pelas modificações e perturbações ocorridas durante ou após a ocorrência de deposição de vestígios arqueológicos.

A correlação antrópica com o meio ambiente possibilita o desenvolvimento de pressuposições sobre o padrão de disposição humana durante a pré- histria seja dentro ou fora dos sítios. Ao empregar essas ciências, o arqueólogo utiliza a maiorias dos seus conceitos, desde a nomenclatura, as ferramentas, a simbologia e até informações paleoambientais.  Os métodos e técnicas empregados em pesquisas geoarqueológicas são extremamente variados, modificando a partir de que tipo de material se quer analisar, as informações que se quer e que se espera obter, aos níveis de detalhamento de estudo, por exemplo mudanças climáticas ao longo da evolução terreste, ou simplesmente informações regionais podendo ser de um sitio, ou de elementos individuais dentro dele.

 A movimentação ocorrida entre os fatores ambientais e antrópicos, durante o período de ocupação e após esse período, assim como sua correlação entre o contexto e o ambiente dos elementos que serão analisados fazendo que a escolhas das técnicas e métodos a serem utilizados sejam escolhidos cuidadosamente em congruência com as perguntas que se quer fazer e com as repostas que se quer obter. Dessa maneira, os próprios elementos ditaram como serão analisados de acordo com sua própria natureza.

Considerações finais