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08 de novembro de 2009, às 18h36min

Organizações mecanicistas x Organizações

flexíveis: existiria um meio termo?

Por Jéssica Louisiana Natalia Caetano

Organizações mecanicistas x Organizações flexíveis: existiria um meio termo?

Jéssica Louisiana Natália Caetano*

1. INTRODUÇÃO

O pensamento administrativo pode ser conceituado como um enfoque específico a um aspecto

particular da organização, ou uma forma peculiar de estudá-la, e a organização desses

pensamentos são formadores de teorias a serem estudadas pela Teoria Geral da Administração.

Para facilitar o estudo, as teorias são agrupadas em Escolas e essas, como definido por Maximiano

(2006), são a mesma linha de pensamento ou conjunto de autores que utilizam o mesmo enfoque.

Por meio de uma breve revisão teórica do campo, o presente artigo objetiva um estudo introdutório

das Teorias Clássicas da Administração, tidas como mecanicistas e racionalistas, contrapondo-as à

prática das indústrias criativas, organizações flexíveis que valorizam a criatividade e conhecimento

individuais. A abordagem do tema torna-se relevante devido à importância do mesmo para o

entendimento das organizações e para construção do pensamento administrativo atual, exigente de

profissionais flexíveis e adaptáveis.

2. DESENVOLVIMENTO

Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma variável, omitindo ou desprezando

todas as demais. Segundo Garcia e Bronzo (2000) as teorias são propostas de acordo com os

contextos históricos em que estão inseridas, enfatizando os problemas mais importantes

enfrentados na época em quem foram fundamentadas. A primeira Escola foi a Clássica que

abordou a ênfase nas tarefas por Frederick Taylor, Henry Ford e ênfase na estrutura organizacional

por Henri Fayol e Max Weber.

As origens dos métodos do Pensamento Administrativo Clássico

As mudanças ocorridas no início do séc XX, em decorrência da Revolução Industrial, exigiram

métodos que aumentassem a produtividade fabril e economizassem mão-de-obra evitando

desperdícios, ou seja, “a improvisação deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência: a

Ciência da Administração.” (CHIAVENATO, 2004, p. 43). Faz-se importante nesse contexto, uma

retrospecção histórica, uma vez que, já no séc. XVII Descartes já negava todo saber que fosse

tradicional, ou seja, baseado em costumes e crenças, afirmando que esses deviam ser substituídos

pelo racional e no séc. XVIII, o Racionalismo passou a ser aplicado às ciências naturais e sociais,

porém o trabalho ainda não abandonara as antigas técnicas para adotar “a racionalização da

organização e execução do trabalho.” (MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p. 32).

Os princípios e as técnicas das Teorias Clássicas

Frederick Taylor, buscou o desejado aumento produtivo tomando como base a eficiência dos

trabalhadores. Analisando esses e seus modos de produção, identificou falhas no processo

produtivo geradoras de baixa produtividade, uma vez que, para ele, cada operário produzia um

terço do que poderia produzir (processo que ele nomeou “vadiagem sistemática”). Tal fato o fez

despertar para a necessidade de criação de um método racional padrão de produção em detrimento

das práticas tradicionais, que ainda deixava resquícios nas fábricas. Essa teoria leva o nome de

Administração Cientifica “devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos trabalhos

operacionais a fim de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos científicos são a

Organizações mecanicistas x Organizações flexíveis: existiria um meio termo? Página 1 de 5

http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/organizacoes-mecanicistas-x-o... 29/08/2011

observação e mensuração.” (CHIAVENATO, 2004, p. 41).

As estandardizações no processo e nas ferramentas utilizadas no trabalho, permitiram a criação do

método ideal de produção (the best way) baseado no estudo de tempos e movimentos (motion-time

study) e, conseqüentemente, o surgimento da gerência cujas principais funções eram o

planejamento da melhor forma de execução do trabalho e o controle do mesmo. Para possibilitar o

gerenciamento efetivo, responsável também pela organização do ambiente, o trabalho foi

fragmentado, centralizaram-se as decisões e a magnitude de controle de cada chefe foi diminuída,

buscando estruturas e sistemas perfeitos, nos quais as responsabilidades eram bem delineadas.

Taylor dissociou os princípios das técnicas, uma vez que “os trabalhadores e seus supervisores

imediatos deveriam ocupar-se exclusivamente da produção. Toda atividade cerebral deve ser

removida da fábrica e centralizada no departamento de planejamento[...]” (MAXIMIANO, 2006,

p.41). O método de Taylor apoiava-se na supervisão funcional, estabelecendo que todas as fases

do

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