Aterros Sanitários E Saúde Humana
Dissertações: Aterros Sanitários E Saúde Humana. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: IltonII • 22/10/2014 • 1.833 Palavras (8 Páginas) • 327 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Impactos na Saúde Associados Aos Aterros Sanitários
Ilton Moreira Segundo ES67394
Viçosa – MG
de 2012
1.0 – Introdução
A disposição de resíduos sólidos em aterros sanitários é a opção mais frequentemente escolhida para lidar com a problemática do lixo produzido em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. O ideal em termos de gerenciamento de resíduos sólidos seria o acondicionamento de orgânicos em aterros sanitários, a devolução para a indústria de potenciais produtos recicláveis e a incineração de resíduos perigosos que não se adéquam a outra destinação.
“ os aterros sanitários são instalados, geralmente, evitando-se áreas urbanas mais adensadas, mas com o tempo as cidades crescem e se aproximam dos aterros, atraídos pela infraestrutura de acesso, energia elétrica e saneamento básico necessários a instalação dos aterros. Os aterros são finalmente fagocitados pelas cidades e essa situação deixa dúvidas sobre as consequências para a saúde coletiva local. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) mostram que mais de 50% dos locais de disposição final de resíduos no Brasil ainda são classificados como vazadouros a céu aberto. Os locais classificados como aterros sanitários ainda representam menos de 30% do total. “
(Graudenz,2012)
É possível perceber, sobremaneira, que a expansão desordenada das cidades brasileiras, caracterizadas pelo imenso inchamento de pessoas vindas do campo e de cidades menores, sem a presença de um plano diretor de crescimento da cidade faz com que as pessoas fixem suas residências próximo demais de aterros sanitários. Aliás, por vezes até existe um plano diretor mas não há fiscalização e controle do crescimento da cidade de forma que só se percebe a ocupação desordenada quando ela está concluída.
Para além disto, observa-se que o Brasil ainda está passando pela etapa de transformação de lixôes a céu aberto(50%) para aterros controlados e destes para aterros sanitários, sendo assim os riscos de morar perto de uma área de recebimento de resíduos são maiores ainda dada a falta de controle e adequação do lixo que é transportado. Os problemas são maiores ainda quando se considera que o país não costuma ter bem definido um sistema que separe o lixo em termos de químicos perigosos, agrotóxicos ou xenobióticos, pesticidas e herbicidas ou então perfurocortantes que contenham risco patológico de contaminação e o resultado disso é a utilização do aterro sanitário ou lixão a céu aberto como multi recebedor dos diversos tipos de resíduos.
Para corroborar as afirmações podemos citar que de acordo com o grupo de especialistas da OMS os poluentes prioritários devem ser definidos decorrentes de sua toxicidade, persistência ambiental, mobilidade, bioacumulação e outros riscos como de explosões (World Health Organization [WHO], 2000). Além disso deve ser feito uma investigação quanto a metais pesados, fármacos, dioxinas, HAP e BP tóxicos e hidrocarbonetos policlorados.
De acordo com a OMS os 10 poluentes mais perigosos em termos de toxicidade, persistência ambiental, bioacumulação e bioemissão são : Cádmio, mercúrio, arsênio, cromo, níquel, dioxinas, bifenilas policloradas, hidrocarbonetos aromáticos policlorados, PM10 menores que 10micra, dióxido de enxofre. Outros riscos menores e não quantificados são odor, ruído, moscas e pássaros além de patógenos como bactérias e vírus.
É importante dizer que a quantidade de literatura a cerca das questões de saúde envolvendo aterros sanitários são demasiadamente pequenas e como este trabalho é fundamentalmente uma revisão de literatura citada falaremos então sobre questões anteriormente abordadas em outros estudos.
2.0 – Objetivo
O objetivo deste estudo é analisar os riscos à saúde advindos da moradia próxima a aterros sanitários no Brasil. Dito isso podemos avaliar os riscos tanto para questões biológicas, como patógenos, como para questões químicas/ tóxicas, como herbicidas e químicos de laboratório.
3.0 – Materiais e Métodos
Os artigos relevantes para efeito de pesquisa e revisão de literatura estão prioritariamente concentrados no banco de teses da CAPES em especial o artigo – Aterro sanitário e saúde humana – de Gustavo Silveira Graudenz.
4.0 – Desenvolvimento
A literatura a cerca das questões envolvendo aterro sanitário e saúde permite enunciar os seguintes focos de estudo:
* Anomalias crônicas congênitas
* Neoplasias
*Anomalias agudas como Asma, alergias, Bronquites e demais
* Vetores de doenças de veiculação aérea
Entende-se por anomalias crônicas congênitas aquelas que oferecem dano real à capacidade de reprodução, à queda do peso dos recém-nascidos e a frequência de abortos espontâneos. Conforme os estudos de ( Ribeiro.A.P 2010) foram verificados queda do peso de recém-nascidos em até 400g para indivíduos que situam-se próximos a aterros sanitários e cujo chorume da unidade não é devidamente tratado e encontra mananciais hídricos. Estudos indicando mortalidade acima da média foram encontrados por Kharrazi et.Al.(1997) em estudos de caso-controle epidemiológicos. É importante dizer que a consideração de que a população encontra-se exposta ocorre quando o odor do aterro é sentido pelas pessoas. Dentro do assunto é fundamental enunciar o estudo de Bakare Et.Al. (2007) que demonstrou in vitro o potencial dano aos cromossomos e linfócitos
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