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TEORIA DO SERVIÇO SOCIAL

Segundo o texto abordado sobre "Reconceituação do Serviço Social", do autor Vicente de Paula Faleiros, o grupo observou que historicamente o Movimento citado passou concomitantemente pelas mesmas pressões sociais de diferentes setores de nossa sociedade, setores esses marcados pelas desigualdades de classes e das questões sociais, cujo foco de poder centralizava-se no capitalismo, deixando de reconhecer os menos favorecidos, isto é, os indivíduos quanto cidadão, possuidores não somente de deveres, mas também de direitos.

O Movimento de Reconceituação do Serviço Social surgiu devido a necessidade da compreensão clara dos impactos das teorias e das diversas tentativas da prática desses movimentos.

O Serviço Social possui em sua origem a vinculação muito forte com a doutrina da Igreja Católica, isto é, com suas iniciativas de benemerência, de filantropia, de assistencialismo, representada na caridade advinda dos ensinamentos relacionados ao cristianismo; porem, o mundo caminha passando por transformações, não sendo diferentes nas questões sociais, econômicas; refletindo assim nos grupos de organizações sociais, e estes por sua vez clamam por um posicionamento mais condizente com essa realidade vivida.

...as solicitações de uma sociedade em mudança e em crescimento, ou se arrisca ao ver seu exercício relegado a um segundo plano {...}, em conseqüência, levanta-se a necessidade de aperfeiçoar o aparelhamento conceitual do Serviço Social {...} e de elevar o padrão técnico, científico e cultural dos profissionais desse campo de atividade. (NETTO, 2011, p. 139).

O Serviço Social no Brasil em seus primeiros passos já reconhecia que sua teoria apresentava-se fragilizada quanto a compreensão da realidade social, passando assim paulatinamente por diferentes etapas.

Na década de 30 até a década de 60, nota-se que os profissionais baseavam-se no ideário, no conceito da uma sociedade Norte Americana possuindo como foco uma racionalidade técnica; nesse período surge o “Movimento de Reconceituação” também conhecido como “Reconceituação do Serviço Social”, em toda a América Latina em resposta aos questionamentos, reflexões e críticas ao serviço social tradicional.

O movimento contribuiu fundamentalmente para deslocar o eixo de preocupação do Serviço Social, da situação particular para uma relação geral {...} e de uma visão psicologizante e puramente interpessoal para uma visão política da interação e intervenção. (OZANIRA apud FALEIROS, 2009, p.132).

Na Década de 60, os Assistentes Sociais organizaram encontros com objetivos relacionados aos interesses para a categoria, Em 1961, aconteceu o II Congresso Brasileiro, com o tema "Desenvolvimento Nacional pelo Bem Estar Social", no Estado do Rio de Janeiro. Em 1962 ocorre a Conferência Internacional com o tema "Desenvolvimento de Comunidades Urbanas e Rurais" em Petrópolis; observamos que estes fatos mostram o posicionamento da categoria frente a iniciativa internacional que mostrava seu apoio as estratégias desenvolvimistas do país.

O processo de implantação da política de países como a América Latina revelou uma realidade subdesenvolvida; baixo índice de renda da população, ausência de infra estrutura de saneamento, alto índice de analfabetismo, baixo nível de saúde e de escolaridade, Esses já não eram assuntos apenas de economistas e sociólogos, mas também para técnicos do Serviço Social e pela população em geral. Penetração do marxismo nas universidades e cotidiano de trabalho, bem como a liberdade. Resultou ao Serviço Social, um recuo quanto à filosofia do desenvolvimento, novas e mais profundas indagações, críticas ao Serviço Social tradicional e demanda de novas ideologias. (FALEIROS, 2004, p.35).

Em 1967, ocorre o Seminário de Teorização do Serviço Social no encontro em Arajá, meados a década de 70, um grupo de Assistentes Sociais começa a pensar na busca e eficácia de uma ação a partir da vertente instrumental técnico, grandes projetos foram implantados, contando com o apoio de instituições; Em 1970 ocorre em Teresópolis o encontro pautado em metodologia do Serviço Social, voltado para a prática profissional, com repercussão em toda América Latina, é nesse período que o sistema de ensino superior oferece o curso de Serviço Social.

Historicamente, observa-se que das décadas de 60 a 90, ocorreram fatos marcantes na profissão do Assistente Social; Além do Código de Ética, O projeto Político Pedagógico Profissional, é constituído pela Lei que regulamenta a Profissão Lei 8.662/93, bem como as Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social. A Lei 8.621/93 que determina quais são as atribuições e competências do Conselho Federal e do Conselho Regional de Serviço Social.

As inúmeras transformações históricas pela qual passou, ainda que fragmentadas em seu início, influenciaram a formação acadêmica e na organização política da categoria profissional trabalhista, tendo sempre como foco principal o combate das desigualdades e exploração do indivíduo ante a sociedade ao seu redor.

A relevância do Movimento de Reconceituação para a profissão do Assistente Social, tornou-se marcante na formação dos assistentes, pautando novos perfis, criticando as vertentes individualistas (ditadura) que detinham o processo de politização e mobilização de profissionais, artistas e estudantes.

A renovação profissional, porque foi capaz de sintonizar as (auto) representações do Serviço Social com a pluredimencionalidade dos projetos que permeiam a sociedade brasileira, constituiu em si mesma a contribuição (nem sempre consciente e voluntária, é verdade) dos Assistentes Sociais, para abrir caminho ao futuro - de sua profissão e da sociedade. (NETTO, 2011, p.308)

O grupo concorda que hoje em dia a profissão de Assistente Social tomou conta de que não tem a missão de ser um "Salvador da Pátria", ou de ser a quarta pessoa da "Trindade" na construção de um novo mundo, mas que sua profissão faz parte de uma sociedade e como tal, ela possui condições em seu saber científico e ético, que lhe permite serem utilizados na prática e conservação de uma sociedade atuante e justa.

O Serviço Social é uma profissão que foi impactada historicamente pela Ditadura, onde suas ações estavam sempre sob tensão e pressão capitalista, da relação entre capital versus trabalho, é dentro deste mover que torna-se impossível o Assistente Social, mostrar-se neutro referente a ideologia política dos dominantes e dominados.

...cabe aos profissionais do Serviço Social, a superação das limitações e dos equívocos, num