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Atualidades Islamismo

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Por:   •  13/11/2014  •  1.868 Palavras (8 Páginas)  •  341 Visualizações

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A ofensiva anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque endossou a visão de outros governos ocidentais a respeito do grupo extremista: eles são a maior ameaça à segurança nacional desde o surgimento da Al Qaeda, de Osama Bin Laden. O motivo? Pregam uma nova forma de terrorismo sem fronteiras e estão atraindo a atenção de muitos jovens muçulmanos ocidentais, dispostos a se alistarem ao grupo.

Em sua origem, o Estado Islâmico nasceu no Iraque, em 2003, e atuava como um braço da Al Qaeda. Após romperem relações, em 2013, o EI se juntou a um grupo jihadista sírio, criando o Estado Islâmico do Iraque e Levante, ISIS (Islamic State of Iraq and the Levant) na sigla em inglês. Presentes na Síria e Iraque, os militantes jihadistas buscam instalar um Estado pan-islâmico.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Islamismo e grupos radicais

O Islamismo se refere a diversos tipos de ativismo político do mundo mulçumano. Existe uma variedade de correntes ideológicas islamistas contemporâneas, entre moderadas, extremistas e religiosas. Todas buscam a construção de um Estado islâmico, tendo a religião Islã como elemento fundamental da política e da vida social.

Desde o início do século 20, após a independência dos países árabes da colonização europeia, diversos grupos fundamentalistas islâmicos surgiram e muitos se organizaram militarmente. Alguns deles são classificados pelos EUA como terroristas. No Egito, o movimento Irmandade Mulçumana, fundado em 1928, é considerado por muitos analistas como o precursor do islamismo militante moderno e disputou eleições legislativas.

No Irã, a revolução xiita de 1979 levou o líder religioso Khomeini a se tornar o Líder Supremo de uma nação teocrática. No Líbano, em reação à invasão ao país por Israel nos anos 1980, o grupo armado xiita Hezbolhah fez uso de ataques suicidas e sequestros. Em 1996, no Afeganistão, a milícia radical do Talibã utilizou táticas de guerrilha e ataques de homem-bomba para tomar o poder.

Na Palestina, o grupo Hamas é reconhecido pelas práticas violentas pela independência da região e foi considerado o primeiro grupo islâmico no mundo árabe a conquistar o poder democraticamente. Outro grupo militante palestino é o Jihad Islâmico, apontado como o grupo armado palestino mais radical e que cometeu diversos atentados terroristas contra Israel. Surgiu na década de 1970 e considera a luta contra os israelenses como uma Guerra Santa.

Apesar de táticas parecidas, esses grupos sempre tiveram uma atuação mais local do que internacional. A partir da década de 1990, no contexto da globalização, um novo tipo de fenômeno emerge: o terrorismo transnacional, relacionado à ascensão da organização terrorista conhecida como Al-Qaeda, fundada por Osama Bin Laden e que pregava uma luta contra o Ocidente. Os jihadistas ganharam maior visibilidade após os ataques de 11 de setembro de 2001, quando militantes da Al-Qaeda lançaram aviões contra o World Trade Center, em Nova York, e com a posterior invasão do Iraque pelos EUA, em 2003.

O jihadismo

Uma das correntes mais radicais e com maior visibilidade é a jihadista, que acredita que a sociedade mulçumana foi corrompida pela modernidade e pelos valores morais do Ocidente e por isso é necessário um retorno ao Islã original da época de Maomé.

Ela não acredita na luta político-partidária ou na participação nas instituições políticas tradicionais, pois não estariam de acordo com a sharia, o conjunto de leis baseadas na interpretação do Alcorão (o livro sagrado do Islamismo) e na vida do profeta Maomé, o fundador do Islã.

Os jihadistas consideram o jihad como uma obrigação de qualquer mulçumano, onde a violência e a luta armada seria um recurso legítimo. Na interpretação desses grupos, o jihad seria uma obrigação individual dos militantes, uma revolução permanente contra os inimigos do Islã e os governantes infiéis.

Os jihadistas do Jihad Islâmico do Egito, por exemplo, buscam derrubar o governo e formar um estado islâmico no país. Já os jihadistas do EI buscam restaurar um califado (tradicional sistema de governo árabe) com caráter global e que unificaria as terras mulçumanas, tendo o Ocidente como inimigo. Também querem impor à sociedade o que consideram o modo de vida verdadeiramente islâmico.

Existe uma corrente chamada “salafismo jihadista”, que foi idealizado por Abu Muhammad al Maqdisi e por Abu Qatada al Filistani, na Londres islâmica dos anos 1990. Maqdisi a descreve como sendo um movimento global que admite a existência de diversas frentes jihadistas, como no Afeganistão, Bósnia e Chechênia. Ele foi mentor espiritual de Abu Musab al Zarqawi, um dos fundadores da Al Qaeda no Iraque e que influenciou os militantes do EI.

O termo árabe “jihad” está presente no Alcorão e significa um esforço no caminho de Deus. Os teólogos mulçumanos dividem a jihad em dois tipos: o esforço individual de luta contra si mesmo para conquistar um bom caminho espiritual e a luta para levar o Islã para outras pessoas. Segundo o Alcorão, quem entrar nessa luta participará da felicidade no paraíso.

A palavra é frequentemente associada à “Guerra Santa”. Isso porque ao apelo do jihad, pode-se adotar a defesa ou o ataque militar para instaurar a Lei de Deus contra os inimigos. É nessa corrente que o islamismo violento se instaura.

Um termo muito usado pelos radicais é a palavra “mujahidin”, que se refere a “aquele que busca o jihad”, combatentes dispostos ao sacrifício da própria vida em nome de Deus. Segundo o Alcorão, o guerreiro que se entregasse ao martírio alcançaria a glória da morte em combate e seria recompensado com a benção e o paraíso.

A associação do termo à guerra pelos extremistas é criticada por muitos mulçumanos como uma interpretação errada do conceito. Para alguns líderes religiosos, existem regras do que seria um jihad justo e ela também poderia acontecer por meios pacíficos, sendo que o Islã jamais aceitaria a morte de inocentes ou atos de crueldade.

Bin Laden e o jihadismo transnacional num mundo globalizado

A segunda geração de jihadistas, dos anos 2000, foi inspirada pela ideologia terrorista de Bin Laden, mas eles não necessariamente fazem parte da rede. Existem diversos grupos e células dispersas, muitas com autonomia e sem qualquer ligação entre si, mas que têm como referência comum o ideal do Jihad e a volta a um passado mítico. Existem

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