Avaliação Da Eficiência E Eficácia Da Prática De Dois Tipos De Exercícios Aeróbicos E Alongamento Na Qualidade Vida No Tratamento Da Depressão
Por: Odontotrevo • 8/12/2023 • Trabalho acadêmico • 5.003 Palavras (21 Páginas) • 132 Visualizações
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DA PRÁTICA DE DOIS TIPOS DE EXERCÍCIOS AERÓBICOS E ALONGAMENTO NA QUALIDADE VIDA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
Eliane Jani Barbanti*
RESUMO
O caráter benéfico da prática sistemática de exercícios para a saúde mental vem sendo muito discutido na literatura das áreas de educação física, medicina e psicologia do esporte. Vários estudos relacionam os efeitos da atividade física sobre os sintomas da depressão, ansiedade e estresse. A qualidade de vida, entendida enquanto fenômeno que se inter-relaciona com as diversas dimensões do ser humano, tem sido objeto de inúmeros estudos na comunidade científica. O objetivo deste estudo foi investigar a mudança na qualidade de vida em 45 pacientes depressivos (DP), sobre a remissão de sintomas em indivíduos com episódio depressivo de leve a moderado, que participaram de atividades aeróbias: caminhada e fitness e também fizeram alongamentos no Centro de Práticas Esportivas- CEPEUSP da Universidade de São Paulo; por ação do NUPSEA- Núcleo de Psicologia do Esporte e Atividade Física. As alterações da qualidade de vida foram medidas pelas respostas do questionário de qualidade de vida SF-36: no início das atividades (pré), após dois (2m) e após (4m) do início. Na análise estatística foram comparadas as médias, isto é, foi considerada a média ponderada dos grupos. Foi utilizado o teste T Student para teste de hipótese, com nível de significância de 0, 001 (0,1%) e concluiu-se que houve diferença significativa entre as médias dos grupos com os percentiis de cada grupo nas fases pré, 2m e após 4m os exercícios. Os participantes melhoraram a qualidade de vida após 2m e 4m os exercícios. Através do Teste de Kruskal-Wallis foram construídos gráficos com os percentiis de cada modalidade e verificou-se que não houve diferença entre as atividades de caminhada, fitness e alongamento, todas contribuíram para a melhora da qualidade de vida dos participantes.
Palavras-chave: psicologia do esporte, depressão, qualidade de vida, SF-36, exercício aeróbico, o exercício físico, caminhada, fitness e alongamento.
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Coordenadora do NUPSEA - CEPE - USP
ABSTRACT
The beneficial character of the systematic practice of exercise for mental health has been widely discussed in the literature in the areas of physical education, medicine and sports psychology. Several studies have reported the effects of physical activity on the symptoms of depression, anxiety and stress. The quality of life, understood as a phenomenon that is interrelated with the various dimensions of human beings, has been the subject of numerous studies in the scientific community. The aim of this study was to investigate the change in quality of life in 45 depressed patients (DP), who participated in aerobic activities: walking and fitness, and also did stretching Center Sports Practice-CEPEUSP from University of São Paulo; per share NUPSEA - Center for Psychology of Sport and Physical Activity. Changes in quality of life were measured by the questionnaire responses of the SF-36: At the start of activities (pre), after two (2m) and after (4m) from the beginning. The statistical analysis compared the mean, was the weighted average of the groups. We used the Student t test for the hypothesis test, with significance level of 0,001 (0.1%) and concluded that there was significant difference between the means of groups with percentiles of each group at pretreatment, after 2m and 4m exercises. Participants improved their quality of life and após2m 4m exercises. By Kruskal-Wallis were built charts with percentiles of each type and there was no difference between the activities of walking, fitness and stretching, all contributed to the improved quality of life of participants.
Keywords: sports psychology, depression, quality of life, SF-36, aerobic exercise, walking, fitness and stretching
INTRODUÇÃO
Um volume considerável de trabalhos documenta as evidências científicas do efeito positivo do exercício físico para o bem-estar mental, bem como para a reabilitação no tratamento de transtornos de ansiedade e de humor (Carron, 2003).
Atualmente, a depressão tem sido considerada como um dos distúrbios mais importantes das doenças mentais, devido ao aumento de sua prevalência e efeitos prejudiciais dos sintomas à qualidade de vida (Holmes, 1997).
Essas evidências têm possibilitado a investigação dos efeitos da atividade física no alívio e remissão dos sintomas da depressão. O’neal,(2000), entre outros autores que abordam este assunto na literatura. Carron, (2003); têm enfatizado a necessidade de pesquisas adicionais para determinar o papel da atividade física na prevenção e/ou tratamento da depressão.
A preocupação com o conceito “qualidade de vida” concorre para que, no âmbito das Ciências Humanas e Biológicas se estabeleçam parâmetros mais amplos que a mera ausência de doenças, diminuição da mortalidade ou aumento da expectativa de vida na determinação de níveis de qualidade de vida. (Fleck, 1999; Assumpção, 2000). Na busca de uma concepção mais abrangente, tem-se destacado o caráter objetivo e/ou subjetivo e multidimensional nestas definições (Fleck, 1999; Minayo, 2000). Parâmetros subjetivos (bem- estar, felicidade, amor, prazer, inserção social, liberdade, solidariedade, espiritualidade, realização pessoal) e objetivos (satisfação das necessidades básicas e das necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e social de determinada sociedade: alimentação, acesso à água potável, habitação, trabalho, educação, saúde e lazer) se interagem dentro da cultura para constituir a noção contemporânea de qualidade de vida
Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde definiu qualidade de vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (Fleck, 1999). Sendo assim se for considerado e conscientizado, a responsabilidade pela promoção da saúde pode tornar-se um problema de ordem individual, recaindo esta responsabilidade, em primeiro lugar sobre o próprio sujeito; adotando-se as mesmas convicções proferidas pela Organização Mundial de Saúde (Gentile, 2000).
Conforme Minayo, (2000), qualidade de vida é uma noção eminentemente humana que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental. Pressupõe uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera como seu padrão de conforto e bem-estar.
A relação entre atividade física e saúde envolve uma multiplicidade de questões. Resolvê-la exclusivamente pelo paradigma naturalista é desconhecer a complexidade do tema. O ser humano não pode ser reduzido à dimensão biológica, pois é fruto de um processo e de relações sociais bem mais amplas e abrangentes.
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