Biomassa Da Fritura

O aquecimento global é estudado há 25 anos, no entanto 2006 foi o ano em que a humanidade tomou consciência de que a crise ambiental é real e seus efeitos imediatos. Novas pesquisas científicas afirmam que o aumento repentino da temperatura planetária deve-se à ação humana. A emissão de combustíveis de origem fósseis, têm sido apontados como o principal responsável do efeito estufa, segundo IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

O aumento significativo da população traz o aparecimento irreversível de problemas ambientais, como a escassez da água potável que atinge todo o planeta, o que diminui a qualidade de vida do ser humano. O consumo mundial de água cresce de modo acelerado, porém as fontes de recursos hídricos são limitadas e mal distribuídas.

Segundo SETTI et al (2002) os problemas de escassez hídrica no Brasil decorrem, fundamentalmente, da combinação do crescimento exagerado, da demanda localizada e da degradação na qualidade das águas. A idéia de abundância serviu, durante muito tempo, de suporte para a cultura do desperdício da água disponível, e justificou a não realização dos investimentos necessários para seu uso e proteção mais eficientes, bem como à pequena valorização econômica.

Com esta preocupação, a Organização das Nações Unidas levou vários países a assinarem o Protocolo de Kyoto, um acordo que estipula o controle sobre as intervenções humanas no clima; trata-se da responsabilidade dos países industrializados, mais ricos, no combate ao aquecimento global. Porém, países em desenvolvimento, como o Brasil, não serão obrigados à redução de gases poluentes na atmosfera de 5,2% em relação a 1990 entre 2008 e 2012, o documento entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, de acordo com MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES (2007).

Observa-se no artigo 225 da Constituição Federal Brasileira, 1998, página 103: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações”.

Dentre muitos produtos de difícil degradação no meio ambiente estão as gorduras animais e vegetais. No caso do óleo de cozinha – substância que não se dissolve e não se mistura na água – quando jogado diretamente na rede de esgoto, obstrui tubulações, causando danos irreparáveis ao Meio Ambiente. Segundo informações obtidas durante pesquisa de campo realizada com proprietários de restaurantes, bares e lanchonetes na Região de Curitiba e Metropolitana, o óleo utilizado para fritura são desprezados em média 50 litros/semana. De acordo com PEDROZO (2007), um litro de óleo jogado nas redes de esgoto, contamina aproximadamente um milhão de litros de água.

A melhoria das condições ambientais, sobretudo nos grandes centros metropolitanos, significa também melhorar a qualidade de vida da população e evitar gastos dos governos e dos cidadãos no combate aos males da poluição. No entanto, não existe ainda nenhuma legislação específica quanto à destinação deste tipo de resíduo líquido.

Segundo ANDREGUETTO (2007), melhor solução é a reutilização do óleo, evitando a contaminação nos rios, lagos e aqüíferos. O resíduo – óleo de cozinha - segue pela rede de esgoto, aumentando em até 45% os custos do tratamento de água e representa 20% dos custos do tratamento do esgoto. Quando jogado no ralo ou em tubulações pluviais, o óleo se solidifica formando uma capa de gordura nos leitos, o que ajuda a entupir os encanamentos, contribuindo para enchentes, gerando mal cheiro e atraindo animais nocivos.

Atualmente, o óleo saturado, aquele que já foi utilizado na fritura de alimentos, tem outros fins além daqueles usuais, tais como: produção de sabão, tinta, cosméticos, detergentes e biodiesel.

Como uma alternativa promissora para os combustíveis minerais, derivados do petróleo, surgiu mundialmente o biodiesel, que é uma mistura de óleo vegetal e diesel mineral, provendo um produto biodegradável. Ele contribui para a melhoria da qualidade do ar, devido à redução na emissão de determinados poluentes, como o dióxido de carbono, o enxofre, o monóxido de carbono e o dióxido de enxofre. Possibilita uma redução de 78% das emissões