Bioética, ética E Assistência De Enfermagem Na área Oncológica
Exames: Bioética, ética E Assistência De Enfermagem Na área Oncológica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: johnfranck • 17/3/2015 • 980 Palavras (4 Páginas) • 829 Visualizações
is temas do debate bioético são:
1- Diversidade cultural e pluralismo de valores – não existem condutas únicas e
universais, analisadas sob a ótica da globalização, que anulem a visão individual. O artigo
12 da Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos comenta: “deve ser tomada
a importância da diversidade cultural e do pluralismo moral. Porém não devem ser
invocadas tais considerações para com isso infringir a dignidade humana, os direitos humanos
e as liberdades fundamentais.” Os seres humanos estão em uma constante busca
dos valores intrínsecos, eles são o norte de nossas vidas e não estão completamente desenvolvidos:
justiça, amor, compaixão, paz, saúde.
No juízo moral, é necessário incluir todos os contextos: social, individual, biológico,
psicológico, político. Por isso, é importante a multidisciplinaridade nas discussões de
bioética.
2- Fatores organizacionais – a cultura organizacional traduz os valores da institui-
ção e que interferem na questão ética da assistência. O cumprimento de metas exigidas
pelos serviços de saúde versus o desejo de realização profissional com primor de excelência
entram em conflito de variadas naturezas.
3- Recursos humanos – os recursos humanos na assistência em saúde são sempre
escassos. Nas múltiplas áreas da Oncologia, a capacitação dos profissionais requer
Bioética, ética e assistência de enfermagem na área oncológica – Capítulo 4
Ações de prevenção primária e secundária no controle do câncer ›
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no mínimo de 2 a 3 anos para o desenvolvimento da competência profissional de forma
a garantir a Atenção Oncológica em toda a sua complexidade crescente e na perspectiva
de uma formação de excelência voltada à integralidade do cuidado. Nesse sentido, há
uma necessidade de aprimoramento dos profissionais para enfrentar não só os aspectos
ligados ao avanço tecnológico, mas também aos dilemas e conflitos éticos que surgem
deste num mundo globalizado.
4- Recursos materiais – serão crescentemente finitos, pois os avanços na ciência
e tecnologia aumentam o surgimento de novos medicamentos e procedimentos na assistência
oncológica. A principal causa de geração de conflitos é a falta de recursos das
instituições para atender à demanda, caracterizando-se pelo comportamento de desrespeito
ao paciente e aos profissionais de saúde. Esse contraste evolutivo demanda o estabelecimento
de prioridades com critérios explícitos, tais como: efetividade (funciona?),
eficiência (o quão bem?), eficácia (a que custo?), eqüidade (para quantos?). Na análise
sempre se ressalta a questão dos recursos financeiros, não podendo esquecer que o câncer
é uma doença que por si só impõe limitações e exigências.
5- Avanços científico e tecnológico – por ser o câncer uma doença crônica, a pesquisa
em Oncologia demanda anos para consolidar uma nova conduta como padrão
diagnóstico ou terapêutico. Os conflitos surgem entre os atores envolvidos no cotidiano
da Oncologia: o governo com o papel de regulador, financiador e comprador maior direto
e indireto; a pressão mercadológica da indústria e fornecedores, das instituições e profissionais
da saúde como provedores de serviços padronizados; e pacientes com a visão
leiga e passional versus direitos do consumidor e direitos humanos. Os profissionais de
saúde que diariamente convivem com esses dilemas têm a decisão mais sofrida.
A pesquisa e o surgimento de inovações no tratamento do câncer se avolumam a
cada dia. A falta de uma regulamentação nesta área produz ainda o que se chama de judicialização
da saúde.
O dilema apresenta-se entre dever do Estado de fornecer o medicamento versus
recursos finitos versus direito do paciente.
A realização de pesquisas clínicas em pacientes sem possibilidade de cura tem sido
a justificativa médica para referir tardiamente os pacientes para os cuidados paliativos.
6- Condições dos pacientes – as questões que envolvem gastos financeiros com
pacientes fora de possibilidade de cura são as que demandam um número crescente de
problemas graves em Oncologia. O envelhecimento da população e o conseqüente aumento
dos casos de câncer levam a refletir a questão dos cuidados paliativos. É difícil
gastar altas cifras com pacientes em final de vida. Eles deveriam
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