CIMENTO
Tese: CIMENTO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: DANIELFSPEREIRA • 5/12/2014 • Tese • 2.907 Palavras (12 Páginas) • 248 Visualizações
Balanço Mineral Brasileiro 2001 1
CIMENTO
*Fernando Antônio da Costa Roberto
A palavra CIMENTO é originada do latim CAEMENTU, que designava na velha
Roma, espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada. A origem do cimento
remonta a cerca de 4.500 anos. Os imponentes monumentos do Egito antigo já utilizavam
uma liga constituída por uma mistura de gesso calcinado. As grandes obras gregas e
romanas, como o Panteão e o Coliseu, foram construídas com o uso de terras de origem
vulcânica da ilha grega de Santorino ou da cidade italiana de Pozzuoli, que possuem
propriedades de endurecimento sob a ação da água.
O grande passo seguinte no desenvolvimento do cimento foi dado, em 1756, pelo
inglês John Smeaton, que consegue um produto de alta resistência por meio de calcinação
de calcários moles e argilosos. Em 1818, o francês Vicat obtém resultados semelhantes aos
de Smeaton, pela mistura de componentes argilosos e calcários. Ele é considerado o
inventor do cimento artificial.
Em 1824, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou juntamente pedras calcárias e
argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar,
tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções. A mistura não se
dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de
cimento portland, que recebe esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e
solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.
No Brasil, a primeira tentativa de fabricação do cimento portland aconteceu em 1888,
quando o comendador Antônio Proost Rodovalho instalou em sua fazenda na cidade de
Santo Antônio, interior de São Paulo, uma pequena indústria. A Usina Rodovalho, operou
de 1888 a 1904 e foi extinta definitivamente em 1918.
O cimento é um aglomerante hidráulico resultante da mistura de calcário e argila,
calcinada em fornos. As matérias primas utilizadas na fabricação de cimento devem conter
Cálcio (Ca), Silício (Si), Alumínio (Al) e Ferro (Fe), pois são estes os elementos químicos
que, combinados, vão produzir compostos hidráulicos ativos.
Os materiais corretivos mais empregados na indústria do cimento são areia, bauxita e
minério de ferro. A areia é utilizada quando ocorre deficiência em SiO2; a mistura de
óxidos de alumínio hidratados é utilizada quando ocorre deficiência em alumínio nas
matérias primas; e o minério de ferro (geralmente hematita) é utilizada quando corre
deficiência em ferro.
Atualmente são fabricados no Brasil, cinco tipos de cimento portland : Portland Comum,
Portland Composto, Portland de Alto Forno, Portland Pozolânico e Portland de Alta
Resistência Inicial.
O cimento Portland é o aglomerante hidráulico obtido pela pulverização do clinker
portland, resultante da calcinação até fusão incipiente (20 a 30% de fase líquida) de uma
mistura dosada de materiais calcários e argilosos sem adição posteriores de outras
substâncias a não ser gipsita (sulfato de cálcio). A adição de gipsita, feita após a
clinquerização (4% em média), tem a finalidade de regular o tempo de início da pega. A
mistura para a fabricação deste clinker tem uma composição aproximada de 76% de
calcário e 24% de rochas argilosas (argilas, xistos, ardósias, escórias de alto forno). Assim,
chega-se a uma especificação média para os calcários destinados à fabricação de cimento.
Eles devem ter mais de 75% de CaCO3, menos de 3% de MgO e menos de 0,5% de P2O5.
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O cimento aluminoso é o aluminato de cálcio resultante da fusão de uma mistura de
calcário, coque e bauxita. Os cimentos aluminosos são mais resistentes à ação da água do
mar. São tidos como especiais e sua composição é CaO (35 a 42%), Al2O3 (38 a 40%), SiO2
(3 a 11%) e Fe2O3 (2 a 15%).
O cimento pozolânico provém das pozolanas, que são substâncias que, mesmo quando
são cimentosas, possuem constituintes que combinam com a cal hidratada, em temperatura
normal e em presença de unidade para formar compostas insolúveis de poder cimentoso.
As pozolanas podem ser naturais (tufos, cinzas vulcânicas, terras diatomáceas) ou artificiais
(escórias de alto forno, argilas calcinadas, tijolos e telhas moídas). Estas, quando misturadas
com cal hidratada ou com cimento portland são muito utilizadas em construções pois são
resistentes ao calor e a agentes químicos.
1. RESERVAS
As rochas calcárias ocorrem em todos os estados brasileiros e aparecem amplamente
distribuídas através de toda a coluna geológica, sendo mais abundantes no Fanerozóico.
De acordo com os dados
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