CLASSIFICAÇÃO, TESAURO E TERMINOLOGIA
Tese: CLASSIFICAÇÃO, TESAURO E TERMINOLOGIA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: marycelina • 18/6/2013 • Tese • 4.699 Palavras (19 Páginas) • 695 Visualizações
TEXTO PARA O QUESTIONÁRIO 2
CLASSIFICAÇÃO, TESAURO E TERMINOLOGIA
- fundamentos comuns -
Hagar Espanha Gomes
1 INTRODUÇÃO
2 PRIMEIRA VERTENTE: O MÉTODO DE FACETA
3 SEGUNDA VERTENTE: A ORGANIZAÇÃO ALFABÉTICA
3.1 O Sistema Unitermo
3.2 O Tesauro Documentário
3.3 O Sistema de Fichas Perfuradas na Margem
4 TERCEIRA VERTENTE: REVISITANDO RANGANATHAN
5 QUARTA VERTENTE: A TEORIA GERAL DA TERMINOLOGIA
6 AGORA PODEMOS JUNTAR TUDO
7 PARA FINALIZAR: A TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO COMO UM ‘MUST’
1 INTRODUÇÃO
O título pode parecer estranho porque aparentemente estabelece relação entre referentes de distinta natureza, que pertencem a diferentes áreas de conhecimento. Tesauro é um conjunto de termos semântica e genericamente relacionados, cobrindo uma área específica do conhecimento. É um instrumento da indexação/recuperação de informação. Terminologia é um termo ambíguo que pode se referir, por exemplo, a uma área de estudo ou a um conjunto de termos de uma área de assunto. Esta última acepção já deixa perceber que há características comuns entre terminologia e tesauro, ou seja, ambos lidam com termos de uma área específica. Mas Terminologia - assim, com T maiúsculo para designar a área de estudo - também nos interessa aqui, pois o que buscamos é a identificação de seus fundamentos para compará-los com os fundamentos de elaboração de tesauros. Infelizmente, inexiste uma palavra para designar a área de estudos que se ocupa da elaboração de tesauros, mas tal área não só existe, como também tem seus fundamentos. Classificação, no âmbito da documentação, é uma palavra associada, na maioria das vezes, às tabelas de classificação bibliográficas. Neste contexto, será visto como Teoria da Classificação, abordando os fundamentos estabelecidos por Ranganathan, com a finalidade de criar tabelas de classificação facetada (linguagem documentária).
Para iniciar, queremos enfatizar que a característica comum entre tesauros e terminologias é que são ambos sistemas de classificação.
Classificar é ordenar, organizar, reunir segundo características comuns. Na Biblioteconomia esta organização é um imperativo e ela se dá através de instrumentos como tabelas de classificação - criadas com o fim específico de organizar fisicamente as coleções de documentos - e tesauros - criados para organizar os assuntos tratados nos documentos e/ou orientar os procedimentos de busca numa base de dados. As tradicionais tabelas de classificação de assunto como a CDD e a CDU têm, como unidades, conceitos ou assuntos e, por isto mesmo, nem sempre é possível construir o número de classificação de modo co-extensivo com o documento. Isto seria possível se a unidade fosse sempre o conceito o qual, por ser a menor unidade de manipulação, permitiria uma infinidade de arranjos e combinações necessárias a representar qualquer assunto de um livro, como pode ocorrer com um tesauro baseado em conceitos (proposta que defendemos)
Nas terminologias, que lidam com conceitos, estes se organizam com base em características e, segundo a TGT, os conceitos de uma área de assunto se relacionam entre si, isto é, se definem uns em relação aos outros, constituindo-se num sistema.
Embora a Biblioteconomia não tenha relação com a Terminologia, o fato de ter ela, também, uma natureza sistemática, é um fator suficientemente relevante para que se deva conhecê-la e verificar se existem fundamentos comuns entre esta última e os sistemas de classificação, incluindo-se nesta última categoria não apenas os esquemas de classificação bibliográfica mas também os tesauros documentários.
Um pouco de história pode ajudar.
O que pretendemos aqui é mostrar como o a fundamentação teórica do Tesauro pode se beneficiar dos fundamentos ou de algum aspecto particular das outras áreas, de modo complementar.
Para entendermos a relação entre Tesauro (vamos designar com letras maiúscula para designar a área de estudos), Terminologia (enquanto área de saber - e não enquanto produto final) e Classificação, temos que acompanhar o desenvolvimento histórico de várias atividades ligadas em grande parte, à Biblioteconomia/ Documentação e o surgimento da Teoria Geral da Terminologia (TGT).
Podemos dizer que para chegar ao tesauro temos 4 vertentes distintas, com distintos propósitos, mas que, de alguma forma - embora não intencionalmente - contribuíram, cada uma delas, com fundamentos que foram se complementando com o tempo. Veremos, no entanto, que tais fundamentos não cobrem todos os aspectos necessários à atividade tesaurográfica (vamos falar assim).
Uma análise da Teoria Geral da Terminologia nos permite perceber que ela tem algo a oferecer para completar o quadro teórico da atividade tesaurográfica. Embora nosso intento seja o de focalizar as áreas que contribuíram para o estabelecimento de bases teóricas dos tesauros documentários, não podemos deixar de apontar que falta à TGT - segundo nosso ponto de vista- algo em seu método que não permite a organização sistemática dos termos de uma área de assunto, como é seu intento. Neste caso, procuraremos mostrar que a Teoria da Classificação de Ranganathan é uma contribuição relevante.
As 4 vertentes a que nos referimos anteriormente seguem, às vezes, concomitantemente; outras vezes, seguem paralelas. Ao final, o quadro estará completo?
A atividade documentária é mais antiga e, por isto mesmo, tem um curso mais rico do que o da atividade terminológica. Comecemos por ela.
2 PRIMEIRA VERTENTE: O MÉTODO DE FACETA
Ranganathan, pesquisador indiano e um dos fundadores da moderna Biblioteconomia/ Documentação, era professor de Matemática na India, quando foi enviado para a Inglaterra para estudar Biblioteconomia e iniciar o movimento biblioteconômico em seu país.
À sua formação matemática e filosófica se deveu, sem dúvida, o modo de analisar as questões profissionais que se apresentaram a ele e, sobretudo, à forma como ele se propôs a resolvê-las [1]. Ranganathan atuou em todas as áreas da Biblioteconomia e da Documentação e procurou sempre sistematizá-las, identificar-lhes
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