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COTIDIANO CONHECIMENTO E CRITICA

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Por:   •  20/10/2014  •  2.189 Palavras (9 Páginas)  •  3.024 Visualizações

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I) VIDA COTIDIANA: O CENTRO DE ATENÇÃO DE HOJE

“A vida cotidiana, faz algum tempo, é sobretudo o centro de atenção do Estado e da produção capitalista de bens de consumo. [...] Conforme Henri Lefebvre (1981: 126) o Estado moderno gere o cotidiano seja direta ou indiretamente ” ( p.17).

“Para a produção capitalista de bens de consumo, também o cotidiano é um centro de atenção, uma base de rentabilidade econômica inesgotável” (p.18).

“Vista sob um certo ângulo, a vida cotidiana é em si o espaço modelado pelo Estado e pela produção capitalista para erigir o homem em robô: um robô capaz de consumismo dócil e voraz, de eficiência produtiva e que abdicou de sua condição de sujeito, cidadão” (p.19).

“É assim que a vida cotidiana é, para o Estado e para as forças capitalistas, fonte de exploração e espaço a ser controlado, organizado e programado. [...] Ao estudar esta vida cotidiana muitos deles buscam apreendê-la em sua totalidade” (p.20).

“É preciso também lembrar que a totalidade está sempre em processo de estruturação e desestruturação. Ela é histórica. Assim, é preciso captar o seu movimento e a sua direção enquanto devir histórico” (p.21).

II) O QUE É A VIDA COTIDIANA?

“O cotidiano é a vida de todos os dias e de todos os homens em qualquer época histórica que possamos analisar” (p.24).

“Não existe vida humana sem o cotidiano e a cotidianidade. O cotidiano está presente em todas as esferas de vida do indivíduo, seja no trabalho, na vida familiar, nas suas relações sociais, lazer, etc...” (p.24).

“[...] A rotina, característica da cotidianidade, é feita exatamente desta sucessão linear e repetitiva.

É característica igualmente da vida cotidiana a sua imediaticidade o útil é o verdadeiro, porque é este o critério de eficácia. O critério de validez no cotidiano é o da funcionalidade” ( p.25).

“Para Luckács existem três formas privilegiadas de objetivação que permitem suspender heterogeneidade da vida cotidiana: o trabalho criador a arte e a ciência. Esta posição vai inspirar diretamente os trabalhos de Agnes Heller: como bem o mostra o estudo de Maria de Carmo Brant de Carvalho, o trabalho, a arte, a ciência e a moral” (p.11).

“A vida cotidiana e o conjunto de atividades que caracteriza a reprodução dos homens singulares que, por seu turno, criam a possibilidade da produção social. Esta passagem ocorre, como diz Agnes Heller, quando se rompe com a cotidianidade; quando um projeto, uma obra ou um ideal convoca ainteireza de nossas forças e então suprime a heterogeneidade. São elas: o trabalho, a arte, a ciência e a moral” (p.26).

“Agnes Heller cita os cinco atributos ( a partir de Marx) dque definem essência humana: o trabalho, a socialidade, a universalidade, a consciência e a liberdade. Estes atributos encontram-se em potência, podendo ou não se converterem em realidade”(p.29).

III) A VIDA COTIDIANA EM NOSSO MUNDO: ALGUMAS QUESTÕES RELEVANTES

“As crises próprias ao processo de acumulação capitalista, os constantes enfrentamentos da burguesia com um proletariado consciente de sua exploração e opressão e, mais particularmente, o contexto político mundial pós-29 permitem uma retomada revolucionária “passiva” da classe dominante capitalista” (p.31).

“O consentimento das classes trabalhadoras a esta revolução passiva, sem dúvida se deu, de início, porque, de certa maneira, estas mesmas classes renunciaram a buscar outros modelos de sociedade alternativa face aos horrores do fascismo e do stalinismo e á possibilidade de um pacto com a sociedade capitalista” (p.32).

“Esta revolução passiva permitiu, sem dúvida, uma plena expansão da economia, da técnica, do saber científico e do progresso, assim como introduziu uma melhoria real das condições materiais de vida das classes trabalhadoras, consagrou uma série de conquistas trabalhistas e produziu maior equidade social nos países capitalistas desenvolvidos” (p.34).

“A voz das bases trabalhadoras, a voz do coletivo, perdeu muito de sua importância á medida que um processo ativo de negociações sociais passou a operar via Estado e de forma corporativista” (p.35).

“[...] o usuário emerge com voz e voto na destinação e uso dos serviços sociais. O cidadão deixa de ter significado e expressão [...] o Estado-Providência introduziu igualmente um processo de solidariedade mecânica que substitui os processos naturais e espontâneos de solidariedade humana e social.” (p. 36).

“Observa-se [...] redução das margens de negociação dos diferentes compromissos institucionais, mas a emergência clara de antigos e novos oprimidos e excluídos.” (p. 37).

“Observa-se igualmente uma virada autoritária do Estado.” (p. 37).

“A modernização, o progresso e o fantástico desenvolvimento tecnológico são a outra face da moeda desta revolução passiva operada pela burguesia capitalista.” (p. 38).

“As novas condições de existência social criam uma complexidade e confusão que afetam diretamente o comportamento dos indivíduos.” (p. 38).

“A informática passa a ser (...) um poderoso instrumento político utilizado no controle e na formação do “consenso”.” (p. 40).

“3. A alienação contamina e sufoca a vida cotidiana (...).”[grifo do autor] (p. 41).

“A relação alienada entre os homens se transforma em relação entre estranhos e o próprio homem em estranho para si próprio. A sociedade deixa de ser um constitutivo de cidadãos e de vinculações coletivo-comunitárias, livres e solidárias, para se transformar em massa alimentada pela fetichização”(p. 41).

“O espaço deixa de representar segurança, liberdade, movimento descoberta e expansão, para se transformar em elemento de confinamento” (p.45).

“A queda do pacto de complementariedade; uma das características da vida cotidiana de nossos dias é a quebra do pacto de complementariedade entre as pessoas [...] esta quebra é explicada em razão da liberdade sexual, da liberdade alcançada pelas mulheres, etc... Em realidade, a dificuldade de manter um pacto de complementariedade duradouro é devida a valores e condições reforçadas na vida moderna” (p.46).

“O isolamento e a solidão são características marcantes na vida cotidiana moderna dos países desenvolvidos” (p.47).

“O

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