CULTURA INDIGENA
Dissertações: CULTURA INDIGENA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 3/12/2014 • 8.180 Palavras (33 Páginas) • 1.147 Visualizações
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 01
2 CULTURA INDIGÍNA 02
3 RELIGIÃO E CRENÇAS 03
4 COSTUMES, PRODUÇÃO, ARTES E HABILIDADE 05
4.1 PINTURA 06
4.2TECIDOS 06
4.3 CANOAS 07
4.5 CESTARIA 07
4.6 CERÂMICA 08
4.7 MÚSICA 09
5 CURIOSIDADE SOBRE O ÍNDIO: HÁBITOS “ESTRANHOS”: 09
6 OS ÍNDIOS DO MARANHÃO 10
6.1 GRUPOS INDÍGENAS DO MARANHÃO 11
6.2 POLÍTICA INDIGENISTA 12
6.3 SAÚDE E EDUCAÇÃO NA REALIDADE INDÍGENA 12
6.4 MOVIMENTO INDÍGENA 14
6.5 CIMI 14
7 HERANÇAS CULTURAIS INDIGÍNAS 15
8 CONCLUSÃO 16
9 REFERÊNCIAS 17
RESUMO
A importância de encontrar a identidade cultural, que foi sufocada mediante a tantas imposições sofridas pelo nosso índio, primeiramente pelos portugueses e no decorrer da história por tantos outros povos, é o objetivo principal desse trabalho, além de informar como se deu tal processo de imposição de outra cultura sobre a indígena. A forma de vida, a língua, os hábitos em geral, devem ser bem estudados e repassados como conhecimento a ser adquiridos, nas comunidades indígenas ainda existentes e preservadas no Brasil, além das não-indígenas também. A forma como as políticas públicas, tanto nacionais como internacionais veem essas comunidades, que estão tentando um resgate cultural em um mundo capitalista, é importante para entender a ideologia proposta por nossa realidade político-econômica. Todos esses dados nos ajudam a compreender os caminhos percorridos por nossos peles-vermelhas, na “Terra dos Papagaios”.
Palavras-chaves: Cultura Indígena; Os Índios do Maranhão;Heranças Culturais Indígenas.
INTRODUÇÃO
O antropólogo ClydeKluckhohn (1905-1960) observa em Antropologia - Um espelho para o homem que cultura é "a vida total de um povo, a herança social que o indivíduo recebe de seu grupo, ou pode ser considerada a parte do am¬biente que o próprio homem criou".
Por sua vez, BronislawMalinovski (1884-¬1942), outro antropólogo, ensina que a cultura compreende "artefatos, bens, processos técni¬cos, ideias, hábitos e valores herdados".
A aquisição e a perpetuação da cultura, portanto, é um processo social, resultante da aprendizagem. Cada sociedade transmite às novas gerações o patrimônio cultural que recebeu de seus antepassados. Por isso, a cultura é também chamada de herança social.
Nas sociedades em que não há escolas, a transmissão da cultura se dá por intermédio dá família ou da convivência com o grupo adulto. Nesse caso, diz-se que a educação é informal ou assistemática.
Quando há escolas, estas se encarregam de completar a transmissão da cultura iniciada na família e em outros grupos sociais. Nesse caso, a educação é formal ou sistemática, isto é, obe¬dece a uma organização previamente planejada.
Não há, portanto, um modelo único, uma forma exclusiva de educação. A carta dos indí¬genas norte-americanos ao governo de Virgínia revela que a cultura de uma sociedade é trans¬mitida das gerações adultas às gerações mais jovens por meio da educação. Educar, pois, étransmitir aos indivíduos os valores, os conhe¬cimentos, as técnicas, o modo de viver, enfim, a cultura do grupo.
Cada sociedade elabora sua própria cultura aolongo da história e recebe a influência de, outras culturas. Todas as sociedades, desde as mais simples até as mais complexas, têm sua própria cultura. Não há sociedade sem cultura.
Desde que nasce, um indivíduo é influen¬ciado pelo meio social em que vive. Com exce¬ção do recém-nascido e dos raros indivíduos que foram privados da possibilidade de con-vívio humano, não há pessoas desprovidas de cultura.
A cultura pode ser definida também como um estilo de vida próprio, um modo de vida particular que todas as sociedades desenvol¬vem e que caracteriza cada uma delas. Assim, os indivíduos que compartilham a mesma cul¬tura apresentam o que se chama de identidade cultural. É essa identidade cultural que faz com que a pessoa se sinta pertencendo ao grupo, é por meio dela que se desenvolve o sentimen¬to de pertencimento a uma comunidade, a uma sociedade, a uma nação, a uma cultura.
Por exemplo, as comunidades indígenas, são realidades culturais diferenciadas em rela¬ção à sociedade dita "civilizada". Como tal, são capazes de reproduzir regras, valores e estilos próprios de organização. Os indivíduos que per¬tencem a elas desenvolvem um forte sentimen¬to de identidade cultural, como vimos na carta dos chefes indígenas ao governo de Virgínia.
A realidade indígena suscita discussões no que diz respeito às condições de saúde e educação em que se encontram. Dessa forma, convém ressaltar que a desassistência nessas áreas traduz a fragilidade e a ineficiência das organizações responsáveis pela garantia desses direitos.
Essa situação se agrava, sobretudo, pela inexistência de uma política indigenista efetiva que não apenas garanta, mas sistematize e implemente ações voltadas para a atenção à educação, habitação e saúde dos povos indígenas, facilitando assim o acesso.
Outro agravante dessa realidade é a discriminação e o desrespeito sofridos pelos indígenas no enfrentamento da questão social e na autoperpetuação física e cultural do seu povo. Esse fato desencadeia uma série de violências e problemáticas como assassinatos, abusos sexuais, disseminação de drogas e suicídios com explicações desconhecidas, mas que se originam a partir do descaso e omissão do poder público.
Além disso, percebe-se a incansável luta em prol da demarcação de suas terras e a implementação das políticas públicas garantidas pela Constituição Federal – esses fatores revelam os principais desafios atuais dos povos indígenas.
2 CULTURA INDIGÍNA
O contato com o branco, desde o início da colonização, sempre foi prejudicial ao índio e à cultura indígena em geral, pois funciona como elemento destribalizador, provocando perda das terras e dos valores culturais. Com o tempo, perdeu-se a imensa diversidade cultural que as tribos representavam sem que chegassem a ser estudadas. Por outro lado, adaptados ao seu meio ambiente, não possuindo defesas contra as doenças da civilização, muitos sucumbiram pelas gripes, sarampo, sífilis e outras doenças. Assim, dos milhões que aqui habitavam na época do descobrimento do Brasil, somam hoje 350 mil.
Foram 500 anos onde houve escravidão, catequização, miscigenação e dizimação. Qualquer coisa que se diga sobre os índios do Brasil será pouco. A dívida do branco civilizado para com o indígena é alta e pesada demais.
Mas um fator é positivo e devemos nos orgulhar dele. Um estudo recente do geneticista brasileiro Sérgio Danilo Pena mostrou que 70% dos brasileiros que se dizem brancos têm índios ou negros entre seus antepassados. Ou seja, a maioria de nós tem sangue mestiço.
Se não justifica, pelo menos o peso de nossa consciência se torna mais leve, pois somos um povo que trás no sangue a herança das minorias ou indígena ou negra.
De acordo com Rocha (1994) a cultura etnocêntrica é uma cultura que considera que seus valores são naturais, que seus valores são o certo. E acha que só existe uma forma certa de fazer as coisas (a sua). Ele tenta desenvolver essas ideias no primeiro capitulo (Pensando Em Partir) da forma mais obvia e clara possível, falando que o etnocentrismo nasce do choque cultural, das comparações entre as culturas.
Explica que o etnocentrismo surge no contexto da colonização da America, e usa como justificativa ideológica para muitas das atitudes formadas. Quando a civilização ocidental conheceu a “outra” cultura, conheceu de forma etnocêntrica. Grandes partes das atitudes tiveram justificativas, como a ideia que era preciso levar a cultura européia para civilizações, para torná-las melhores.
Rocha (1994) conta uma estória sobre o pastor que foi conhecer e conviver com os índios e comprou diversas coisas para levar para os integrantes da tribo. Para ele, comprou um relógio dos mais modernos e cheio de funções. Chegando à tribo ele distribuiu seus presentes, e durante alguns meses em que ele já estava lá convivendo, um índio se interessou pelo seu relógio. Após muita insistência o pastor acabou cedendo e dando o relógio para o índio.
Em um determinado momento o índio chamou o pastor e mostrou o relógio dele pendurado em um galho cheio de ornamentos, servindo de enfeite.
O pastor certo tempo depois, em seu escritório, olhou para parede de seu escritório que estava cheio de arcos, cocares etc. Nesse momento ele se lembra do índio e da um grande sorriso pelo que o índio tinha feito com o seu relógio, “que índio bobo” pensou.
Esse foi um tipo de etnocentrismo “leve”, o pastor riu do índio, e não percebeu que ele tinha feito a mesma coisa. O padre não percebe essa atitude, ou seja, para ele, o arco do índio pode ser deslocado da cultura dele e colocado com o enfeite, porem o relógio dele não, porque o relógio dele é “melhor”.
O que ele não percebeu, é que os objetos mudaram de sentido na cultura de ambos. Assim, a nossa cultura além de ser etnocêntrica (como toda cultura), ela é colonizadora. Ela coloca o etnocentrismo como motivo para tomar/dominar as outras culturas, até mesmo usando a força para valer o nosso etnocentrismo.
3 RELIGIÃO E CRENÇAS
As crenças religiosas e superstições tinham um importante papel dentro da cultura indígena. Fetichistas, os indígenas temiam ao mesmo tempo um bom Deus – Tupã – e um espírito maligno, tenebroso, vingativo – Anhangá, ao sul e Jurupari, ao norte. Algumas tribos pareciam evoluir para a astrolatria, embora não possuíssem templos, e adoravam o Sol (Guaraci – mãe dos viventes) e a Lua (Jaci – nossa mãe).
O culto dos mortos era rudimentar. Algumas tribos incineravam seus mortos, outras os devoravam, e a maioria, como não houvesse cemitérios, encerrava seus cadáveres na posição de fetos, em grandes potes de barro (igaçabas), encontrados suspensos tanto nos tetos de cabanas abandonadas como no interior de sambaquis. Os mortos eram pranteados obedecendo-se a uma hierarquia. O comum dos mortais era chorado apenas por sua família; o guerreiro, conforme sua fama, poderia ser chorado pela taba ou pela tribo. No caso de um guerreiro notável, seria pranteado por todo o grupo.
4 COSTUMES, PRODUÇÃO, ARTES E HABILIDADE
Nossos índios foram dizimados. Vitimados por doenças trazidas pela civilização, ou simplesmente incorporados à nossa cultura. No entanto, a própria preservação de nossas matas e florestas dependem dele, pois ninguém melhor do que o índio sabe viver em harmonia com a natureza tirando dela o melhor proveito sem com ela sucumbir. As sociedades indígenas são diferenciadas entre si; línguas distintas, traços de caráter, mitos. Essas diferenças não podem ser explicadas apenas em decorrência de fatores ecológicos ou razões econômicas. Podemos estimar a ex: Os grupos indígenas do Brasil foram classificados em 11 áreas culturais: Norte-Amazônica; Juruá-Purus; Guaporé; Tapajós-Madeira; Alto-Xingu; Tocantins-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraná; Paraguai; Nordeste e Tietê-Uruguai.
Como sabemos os indígenas tem costumes bem diferentes dos costumes de nós urbanos, um deles é morar em ocas ou malocas, que medem mais ou menos 20 metros de comprimento por 10 metros de largura e 6 metros de altura. Fazem uma espécie de parede dupla com um espaço entre ambas o que permite uma ventilação adequada, tornando o ambiente, no seu interior bastante agradável, seja no frio ou no calor. Uma aldeia é composta de várias malocas, onde habitam várias famílias. Cada maloca possui um chefe daquele grupo, que quando reunidos formam uma espécie de "colegiado".
Outro costume que os índios têm de diferente de nós, é o modo de viver deles: eles da caça, da pesca e coleta de vegetais silvestres, obedecendo aos ciclos de atividades de subsistência da Floresta Tropical, chuvas, enchentes, estiagem e seca. Reúne-se em grupos que podem ser: de casais, consanguíneos (parentesco), intercasamento e relações de servidão. Na maioria dos grupos o casamento pode ser dissolvido. Preservam a infância da mulher que só pode se tornar esposa após a primeira menstruação (acompanhada de ritual especial, de acordo com a tribo). Não existem padrões morais de virgindade ou adultério, tudo se resolve com conversas entre parentes próximos e com acordos entre as famílias. Temos tribos matriarcais, patriarcais, monogamia (um só esposo ou esposa - com uniões que podem ser dissolvidas) e poligamia (um esposo com várias esposas, ou uma esposa com vários maridos).
Eles também costumam construir seus próprios acessórios, como suas armas, fabricam arcos perfeitos, instrumentos cortantes feitos com bicos de aves, enfeites plumarios, eles costumam usar diversos tipos de cocares, braceletes, cintos, brincos, pilão que é muito utilizado na maioria das tribos, a maneira de socar varia, algumas índias socam de pé, outras de joelho.
Hábeis artesãos, os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotidianas e rituais, que assumem, hoje, o importante papel de gerador de recursos financeiros, beneficiando as Comunidades com uma renda complementar. Assim surgem fantásticos trançados que tomam a forma de cestos, bolsas e esteiras, moldam a cerâmica que dá origem a panelas e esculturas, entalham a madeira da qual nascem armas, instrumentos musicais, máscaras e esculturas, além das plumárias e adornos de materiais diversos como cocos, sementes, unhas, ossos, conchas que, com habilidade e tecnologia, são transformados em verdadeiras obras de arte.
A produção de variados objetos da cultura indígena, como material, ferramentas, instrumentos, utensílios e ornamentos, com os quais um grupo humano busca facilitar sua sobrevivência, está ligada à escolha e utilização das matérias-primas disponíveis; ao desenvolvimento da técnica adequada de manufatura; às atividades envolvidas na exploração do ambiente e na adaptação ecológica; à utilidade e finalidade prática dos objetos e instrumentos produzidos.
4.1 PINTURA
Os índios pintam seu corpo, sua cerâmica e seus tecidos com um estilo que podemos chamar “abstratos”. Observam a natureza, mas não a desenham, mas ao contrário do que se pensa, não devemos chamá-la de primitiva. Partem do elemento natural para torná-lo geométrico.
Usam diversos tipos de cocares, braceletes, cintos, brincos. Geralmente não matam as aves para comer, usam apenas suas penas coloridas, que guardam enroladas em esteiras para conservar melhor, ou em caixas bem fechadas com cera e algodão.A Arte Plumária é exuberante e praticamente restrita aos homens. Nas tribos, onde as mulheres usam penas, são discretas, colocadas nos tornozelos e pulsos, geralmente em cerimônias especiais.
4.2 TECIDOS
Alguns índios, como os Vaurá, plantam algodão e fazem vários enfeites, como os usados em seus pentes. Usam uma tinta preta extraída do suco de jenipapo.
As vestimentas usadas pelos índios estão relacionadas às necessidades climáticas, à observação da natureza e aos seus ritos e festas. Esta é a razão de usarem quase nada para se cobrirem, uma vez que vivemos em país tropical. A sua vestimenta não está associada àaspectos morais. Algumas tribos como a dos índios tucuna (praticamente extintos) na região do Acre, recebiam correntes frias dos Andes e usavam o "cushmã" uma especie de bata (as índias eram ótimas tecelãs).
Em algumas tribos como a dos VAI-VAI (transamazônica) as mulheres tecem e usam uma tanga de miçangas.
4.3 CANOAS
O indígena usa o leito dos rios ou o mar para transportar com rapidez, navegando em canoas ou em jangadas. As canoas maiores são construídas de troncos de árvores rijas e chamam-se igaras, igaratés ou igaraçus. As canoas ligeiras – ubás –era feitas de grossas cascas vegetais, e movidas a remo de palheta redonda ou oval ou ainda a vela. As jangadas, pequenas e velozes, constituíam-se de vários paus amarrados uns aos outros por fibras vegetais.
Madeira talhada: Fazem remos, bancos de madeira, máscaras de madeira pintada com dentes de piranha.
4.4 CESTARIA
As sociedades indígenas no Brasil são detentoras das mais variadas técnicas de confecção de trançados, utilizando-se delas para a confecção de cestos, que estão entre os objetos mais usados, pois estão associados a vários fins.
A cestaria produzida e utilizada por uma determinada sociedade indígena está associada à sua cultura, principal característica humana.
A cestaria diz respeito ao conhecimento tecnológico, à adaptação ecológica e à cosmologia, forma de concepção do mundo daquelas sociedades. O conjunto de objetos incorporados à vivência de uma determinada sociedade indígena expressa concretamente significados e concepções daquela sociedade, bem como a representa e a identifica. Enquanto arte, em cada peça produzida existe também uma preocupação estética, identificando o artesão que a produziu e aquela sociedade da qual ela é cultura material.
Para uso e conforto doméstico, podem-se citar os cestos-coadores, que se destinam a filtrar líquidos; os cestos-tamises, que se destinam a peneirar a farinha e os cestos-recipientes, que se destinam a receber um conteúdo sólido ou armazená-lo, sendo tambémutilizados para a caça e a pesca, para o processamento da mandioca, para o transporte e para a guarda de objetos rituais, mágicos e lúdicos.
Os cestos cargueiros, como diz o nome, destinados ao transporte de cargas, apresentam uma alça para pendurar na testa e têm o formato paneiriforme, com base retangular e borda redonda, sendo conhecido pelo nome de aturá. Também são muito utilizados os cestos- cargueiros de três lados, jamaxim, que dispõem de duas alças para carregar às costas, tipo mochila. Em geral, esse cesto suporta até dez quilos de mandioca.
4.5 CERÂMICA
No contato manual com a terra, o homem descobriu o barro como forma de expressão. A confecção de cerâmica é muito antiga e surgiu ainda no período Neolítico, espalhando-se, aos poucos, pelas diversas regiões da Terra.
Tradicionalmente, a produção da cerâmica, entre os povos indígenas que vivem no Brasil, é totalmente manual.
A argila (composto de sílica, alúmen e água) é a matéria-prima básica empregada na confecção da cerâmica. A técnica mais usual para produzir os vasilhames é a da união sucessiva de roletes (feitos manualmente), utilizando-se instrumentos rústicos, bem variados, para auxiliar na confecção das peças, como cacos quebrados de potes antigos para ajudar a alisar os roletes, pincéis feitos com penas de aves ou com raízes para pintar a superfície, etc.. O tratamento dado à superfície das peças varia muito de povo para povo e de acordo com o uso que será dado a cada objeto. A superfície pode apresentar-se tosca, alisada, polida, decorada (com pinturas ou de outras maneiras) e até mesmo revestida por uma outra camada de argila especialmente preparada para este fim, a que se dá o nome de engobo. Finalmente, a louça de barro, como é comumente conhecida, pode ser queimada ao ar livre (exposta ao oxigênio), ficando com uma coloração alaranjada ou avermelhada, ou pode ser queimada em fornos de barro, fechados, que não permitem o contato com o oxigênio, o que deixa uma coloração acinzentada ou negra.
Desta forma são produzidos objetos utilitários (como potes, panelas, alguidares, etc.), objetos votivos ou rituais, instrumentos musicais, cachimbos, objetos de adorno e outros.
Entre as sociedades indígenas brasileiras, a cerâmica é, geralmente, confeccionada pelas mulheres. Todas aprendem a fazê-la mas, como em qualquer outra atividade, há aquelas com mais habilidade e/ou criatividade. Atualmente, algumas já se utilizam de tintas e instrumentos industrializados para produzir sua cerâmica. Nem todos os povos indígenas produzem cerâmica e alguns, que tradicionalmente produziam, deixaram de fazê-lo, após o contato com não índios e com o passar do tempo. Entre alguns povos ceramistas, os objetos produzidos são simples. Entre outros, são muito elaborados e valorizados pelos membros da sociedade.
4.6 MÚSICA
São amantes da música, que praticam em festas de plantação e de colheita, nos ritos da puberdade e nas cerimônias de guerra e religiosas. Os instrumentos musicais são: toró (flauta de taquara), boré (flauta de osso), o mimbi (buzina) e o uaí (tambor de pele e de madeira).
Podemos comparar o homem indígena com o homem pré-histórico, pelo fato de eles terem sua própria maneira de viver, de construir seu próprio mundo, assim como o homem pré-histórico o índio constrói seus próprios adereços e etc.
Eles também não tem obrigação de se casar, podem ter varias mulheres ao mesmo tempo (em algumas aldeias), criam suas próprias tintas para fazer suas pinturas tanto no corpo como em suas roupas, fazem suas próprias roupas, panelas, armas e etc.
5 CURIOSIDADE SOBRE O ÍNDIO: HÁBITOS “ESTRANHOS”:
Os homens usavam o cabelo curto na testa e longo na nuca, nas orelhas e nas fontes. As mulheres o deixavam crescer até a cintura e o prendiam quando trabalhavam. Homens e mulheres tatuavam o corpo, que pintavam (com jenipapo e urucum) e untavam (com óleos). Furar o lábio inferior para colocar objetos de pedra, osso ou madeira era um símbolo de masculinidade. Os homens usavam colares de búzios, de ossos de animais e dentes de inimigos e enfeitavam-se com penas de aves. As mulheres usavam enfeites no pescoço, nos braços e nas orelhas. Homens e mulheres raspavam os pêlos do corpo – barba, sobrancelha, pêlos pubianos, etc..
A tranqüilidade relativa com que os brasis aceitavam a homossexualidade masculina e feminina escandalizou os lusitanos. Para os europeus, era também motivo de espanto que os tupinambás assumissem tendencialmente papéis sociais segundo suas inclinações sexuais profundas. Algumas mulheres tupinambás comportavam-se como aldeões e eram tratadas como tal. Vivam com suas esposas nas residências coletivas, participavam das discussões masculinas, iam à guerra, etc..
6 OS ÍNDIOS DO MARANHÃO
No século XVII, a população indígena no estado do Maranhão, era formada por aproximadamente 250.000 pessoas. Faziam parte dessa população, cerca de 30 etnias diferentes; a maioria delas, hoje, não existe mais. Povos indígenas como os Tupinambás que habitavam a cidade de São Luís, os Barbado, os Amanajós, os Tremembé, os Araioses, os Kapiekrã, entre outros, foram simplesmente exterminados ou dissolvidos social e culturalmente. Outras etnias existentes na época, como os Krikati, Canela, Guajajara-Tenetehara e Gavião, continuam presentes até hoje. São notórias as causas do desaparecimento de cerca de 20 povos indígenas no Maranhão: as guerras de expedição para escravizar, as doenças importadas, a miscigenação forçada, a imposição de novos modelos culturais, entre outras causas.
A população atual dos povos indígenas no estado do Maranhão soma cerca de 20.000 pessoas e está em progressivo aumento. Isto vem se dando a partir de uma série de fatores, entre eles certa melhoria das condições de vida, uma maior qualificação dos próprios índios em gerirem a educação, a saúde, as atividades agrícolas e uma determinante vontade de viver segundo seus costumes.
Outro fator importante foi à demarcação de suas terras que, embora invadidas, conferiram à população indígena maior autoconfiança e segurança em sua perspectiva de autoperpetuação física e cultural. Tudo isto não significa que não haja problemas e carências estruturais entre os povos indígenas do Maranhão. O estado, hoje, não consegue, ou não quer garantir os direitos mínimos consagrados na Constituição de 1988. Como se observa nos artigos seguintes:
Art. 2º - Aos povos indígenas, às comunidades e aos índios se estende a proteção das leis do País, em condições de igualdade com os demais brasileiros, resguardados os usos, costumes e tradições indígenas, bem como as condições peculiares reconhecidas nesta lei.
Art. 8º - Os índios são brasileiros natos e a eles são assegurados todos os direitos civis, políticos, sociais e trabalhistas, bem como as garantias fundamentais estabelecidas na Constituição Federal.
Atualmente, parece não haver mais “guerras justas ou santas” contra os pagãos e selvagens índios, mas pouco se tem feito para superar e extirpar os preconceitos disseminados na sociedade brasileira, e as inúmeras formas de racismos contra os índios. Hoje, não se planejam mais etnocídios oficiais, mas procura-se introduzir nas aldeias os mais novos e sofisticados modelos culturais, econômicos e religiosos, que ameaçam a coesão e a identidade étnica dos povos indígenas. Isso ocorre como consequência necessária para a expansão do capitalismo.
Além disso, as invasões das terras indígenas e os saques ao rico patrimônio indígena por partes de grandes grupos econômicos nacionais ressuscitam um moderno colonialismo explorador, que só se diferencia do antigo pelo seu grau de sofisticação, mas permanece igualmente brutal e desumano.
6.1 GRUPOS INDÍGENAS DO MARANHÃO
Os povos indígenas presentes no Maranhão são distribuídos em dois grandes grupos: o Tupi-Guarani e os Macro-Jê.
DIFERENÇAS
Tupi-Guarani Macro Jê
Habitação Vivem nas florestas tropicais, às margens de grandes rios ou igarapés Vivem na região dos cerrados
Adaptação Sabem acolher e se adaptar às mudanças sociais e culturais trazidas de fora Estão rigorosamente alicerçados em regras e normas bem definidas que regulam as relações sociais entre eles.
Misticidade São extremamente místicos, mas não se manifestam de forma explícita, através de muitas cerimônias e festas. Possuem mitos, crenças e organização sociais próprias. Manifestam sua cultura de forma mais explícita e visível
Disposição das casas As casas estão dispostas de forma quase que desordenada, numa grande rua, uma em frente da outra. As casas estão dispostas em forma perfeitamente circular, como se fosse um grande sol e inúmeros raios que ligam as casas com o centro, o pátio central.
Povos do tronco linguístico-cultural Tenetehara/Guajajara, Ka’apor, Awá-Guajá. Existem índios Guarani, na área indígena Pindaré e Tembé/Tenetehara na área indígena Alto Turiaçu Krikati, Pukobyê (Gavião) Rankokamekrá e Apaniekrá (Canela), KrepumKateyê (Timbira) e algumas famílias Timbira (Krenyê) na área indígena Alto Turiaçu.
6.2 POLÍTICA INDIGENISTA
Cabe-nos fazer uma análise sobre a política indigenista. Não pelos acontecimentos que marcaram a relação Estado-Povos indígenas e sim, pelo sentido que fez emergir as causas e consequências de omissões, opções administrativas e descasos oficiais que chegam às raias do crime político para com os povos que ainda sofrem uma grave fragilidade social.
A questão indígena é estratégica, mas não prioritária. Embora superficialmente, a questão indígena no Brasil nesses últimos anos, é a ausência de um eixo político norteador, inovador e aglutinador da política indigenista federal como um todo.
Um segundo ponto essencial na avaliação da politica indigenista é o descaso com relação à demarcação/homologação de terras indígenas imemoriais onde a regularização é feita, apenas, em ultima instância. No entanto, a realidade mostra-nos a inconstitucionalidade da lei, uma vez que, no Artigo 64 do Estatuto do Índio:
Fica assegurado aos povos e comunidades indígenas o direito de executar a demarcação das terras por elas ocupadas tradicionalmente e em seguida apresentar ao órgão indigenista federal os documentos comprobatórios necessários.
6.3 SAÚDE E EDUCAÇÃO NA REALIDADE INDÍGENA
Em 2010, o número de denúncias de desassistência na área de saúde aumentousignificativamente, pois surge um quadro muito precário da saúde indígena em todas as regiões do país e em todos os níveis. Falta atendimento, consultas são negadas, pacientes recebem apenas medicamentos paliativos em vez de um tratamento adequado, falta transporte para os pacientes, faltam médicos nas aldeias e nos postos de saúde, e assim por diante. São recorrentes as denúncias de falta de medicamentos e materiais, falta de pagamentos ao pessoal da saúde, falta de médicos e desvios de recursos.
No Maranhão, dezenas de crianças awá-Guajá, da terra indígena Caru, sofreram com surtos de diarréia. Elas foram tratadas, mas nada foi feito para descobrir e eliminar a fonte das infecções.
Esse atendimento precário se deve à terceirização da saúde, que embora tenha funcionado em outros estados, não funciona bem no Maranhão, devido à falta de experiência das organizações responsáveis pelo atendimento nas áreas dos povos indígenas; uma vez que a responsabilidade pela saúde indígena foi assumida por organizações pouco sólidas e pelas próprias prefeituras que, historicamente, têm conflitos com os indígenas maranhenses.
A infecção pelo HIV/Aids também é um agravo que tem ameaçado um grande número de comunidades, onde os índios infectados pelo vírus vem aumentando consideravelmente com o passar dos anos, isto se deve à falta de informações entre os índios sobre os modos de transmissão do vírus e prevenção da doença, bem como as limitações de ordem linguística e cultural para a comunicação com eles.
Nota-se, também, o aparecimento de novos problemas de saúde relacionados às mudanças introduzidas no seu modo de vida e, especialmente, na alimentação: a hipertensão arterial, o diabetes, o câncer, o alcoolismo, a depressão e o suicídio são problemas cada vez mais frequentes em diversas comunidades.
A deficiência do sistema de informações em saúde, que não contempla, entre outros dados, a identificação étnica e o domicílio do paciente indígena, dificulta a construção do perfil epidemiológico e cria dificuldades para a sistematização de ações voltadas para a atenção à saúde dos povos indígenas.
A atual Politica Nacional de Atenção à Saúde dos povos indígenas tem como propósito garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura.
O princípio que permeia todas as diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas é o respeito às concepções, valores e práticas relativos ao processo saúde-doença próprios a cada sociedade indígena e a seus diversos especialistas. A articulação com esses saberes e práticas deve ser estimulada para a obtenção da melhoria do estado de saúde dos povos indígenas.
As políticas públicas para Educação Escolar Indígena foram formuladas a partir da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu uma nova postura de reconhecimento e valorização dos povos indígenas por parte do Estado brasileiro.
Ao implantar essas políticas, os Sistemas de Ensino levaram em conta princípios, ideias e práticas educativas discutidos no movimento social indígena. Desse importante movimento surgiu o conceito de educação escolar indígena como direito, caracterizada pela afirmação das identidades étnicas, recuperação das memórias históricas, valorização das línguas e conhecimentos dos povos indígenas.
Muitos avanços ocorreram a partir dessas mudanças, mas os direitos educacionais dos povos indígenas ainda encontram obstáculos na organização dos Sistemas de Ensino no Brasil, especificamente no Estado do Maranhão.
Dessa forma, os povos indígenas reivindicam a oferta da educação básica em seus territórios, para que a escola forme crianças, jovens e adultos comprometidos com os projetos comunitários de melhoria das condições de vida, com afirmação das identidades étnicas.
6.4 MOVIMENTO INDÍGENA
Ao longo destes quinhentos anos os povos indígenas foram encontrando maneiras criativas e diversas de resistir à opressão e às tentativas de extermínio. Nas últimas três décadas surgem de maneira articulada inúmeras formas de organizações, articulações, mobilizações que constituem hoje o Movimento Indígena. Este movimento é instrumento de luta na defesa dos direitos indígenas, é espaço para a construção de propostas comuns e para a consolidação das alianças. O CIMI (Conselho Indigenista Missionário) atua como parceiro nas lutas do movimento indígena, informando, discutindo possibilidades e caminhos e apoiando as suas iniciativas.
6.5 CIMI
A ação prioritária do CIMI constitui-se no apoio à luta dos povos e comunidades indígenas pela recuperação, demarcação e garantia da integralidade de seus territórios. Nesta perspectiva, o CIMI assume como bandeira de luta a proteção dos territórios de todos os povos indígenas, inclusive daqueles que permanecem sem contato com a sociedade brasileira.
O compromisso na defesa da vida e dos direitos indígenas implica em um projeto de transformação ampla da sociedade brasileira. Dessa forma, é fundamental consolidar alianças na perspectiva de construção de uma nova ordem social, baseada na solidariedade, no respeito à dignidade humana e à diversidade étnica e cultural. O CIMI visa, a partir de sua atuação, estabelecer alianças com setores da sociedade civil, organizações latino-americanas, grupos e entidades de solidariedade e cooperação internacional no sentido de assegurar aos povos indígenas as condições para a conquista de sua autonomia.
A atuação do CIMI nas dimensões da saúde, educação e auto-sustentação tem como base o reconhecimento e a valorização das formas próprias de cada povo conceber e construir sua vida. Neste sentido, é necessário conhecer, compreender em profundidade e respeitar radicalmente as diferentes cosmovisões, construindo com os Povos Indígenas, e a partir de seus próprios sistemas, ações diferenciadas de atendimento à saúde, escolas específicas e propostas auto-sustentáveis. A atuação do CIMI tanto nas aldeias quanto nas esferas do poder público assume esta perspectiva como condição para a concretização dos projetos de futuro de cada povo indígena.
7 HERANÇAS CULTURAIS INDIGÍNAS
O cupuaçu, o caju e a farinha de mandioca são algumas das influências culturais indígenas na sociedade brasileira.
Mesmo depois de os povosindígenasterem passado pelo processo de conquista e extermínio, eles nos deixaram diversas práticas culturais. Os povos indígenas deixaram para a sociedade brasileira uma diversidade cultural que foi importante para a formação da população brasileira.
Segundo o folclore brasileiro, existia a lenda do curupira (ser habitante das florestas brasileiras), cuja principal atribuição seria proteger animais e plantas. Sempre recorrente nas lendas, o curupira tinha os pés com calcanhares para frente para confundir os caçadores. Conforme o historiador Sérgio Buarque de Holanda, o curupira não existiu, mas os indígenas tinham o hábito de andar para trás, para confundir os europeus e bandeirantes.
A vontade de andar descalço foi outro hábito que herdamos dos indígenas. Geralmente, quando chegamos em casa após um dia inteiro de trabalho ou estudo, a primeira coisa que fazemos é retirar o calçado e ficar certo tempo descalços. Muitas pessoas têm o hábito de sempre andar descalças quando estão em suas casas.
O costume de descansar em redes é outra herança dos povos indígenas. Quase sempre os índios dormem em redes de palha que se encontram dentro de suas ocas (suas habitações nas aldeias).
A culinária brasileira herdou vários hábitos e costumes da cultura indígena, como a utilização da mandioca e seus derivados (farinha de mandioca, beiju, polvilho), o costume de se alimentar com peixes, carne socada no pilão de madeira (conhecida como paçoca) e pratos derivados da caça (como picadinho de jacaré e pato ao tucupi), além do costume de comer frutas (principalmente o cupuaçu, bacuri, graviola, caju, açaí e o buriti).
Além da influência indígena na culinária brasileira, herdamos também a crença nas práticas populares de cura derivadas das plantas. Por isso sempre se recorre ao pó de guaraná, ao boldo, ao óleo de copaíba, à catuaba, à semente de sucupira, entre outros, para curar alguma enfermidade.
A influência cultural indígena na sociedade brasileira não para por aí: a língua portuguesa brasileira também teve influência das línguas indígenas. Várias palavras de origem indígena se encontram em nosso vocabulário cotidiano, como palavras ligadas à flora e à fauna (como abacaxi, caju, mandioca, tatu) e palavras que são utilizadas como nomes próprios (como o parque do Ibirapuera, em São Paulo, que significa, “lugar que já foi mato”, em que “ibira” quer dizer árvore e “puera” tem o sentido de algo que já foi. O rio Tietê em São Paulo também é um nome indígena que significa “rio verdadeiro”).
A nossa herança cultural, desenvolvia através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade. O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural. Podemos entender o fato de que indivíduos de culturas diferentes podem se facilmente identificados por uma série de características. O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência denomina etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade. Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciação negativa dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.
8 CONCLUSÃO
O estudo realizado sobre a realidade dos povos indígenas no Maranhão facilitou a percepção da atuação do Poder Público e de determinadas organizações como a Funai, que foram criadas com o objetivo de prestar assistência às comunidades indígenas e constantemente ignoram seus apelos, seus protestos e seus projetos de vida. Atropelam, sobremaneira, os seus direitos demonstrando, dessa forma, sua falha na proteção dessas comunidades.
A ação ineficiente e omissa dessas organizações é compreensível no quadro da política desenvolvimentista do Governo Federal que, ao invés de defender os direitos dos povos indígenas, estimula a penetração capitalista nos territórios indígenas.
Percebe-se, desse modo, que a falta de uma ação eficaz e efetiva do Estado possibilitou, ao longo dos anos, assassinatos, espancamentos, ameaças de morte, invasão e depredação de suas terras.
A problemática enfrentada pelos índios atualmente requer, portanto, a construção de políticas públicas mais adequadas. Logo, nota-se que, no âmbito governamental há uma necessidade de determinar e propor, em diálogo com os povos indígenas e outras instituições, ações políticas que venham reconhecer efetiva e definitivamente o papel cidadão (direitos e deveres) de sociedades culturalmente diferenciadas.
Todo o assunto que foi exposto serve para entender a importância de respeitarmos e valorizarmos a identidade cultural do índio brasileiro. O genocídio observado neste texto, serve de exemplo para que culturais não sejam mais perdidas ou vistas com menor importância.
O Brasil possui o slogan: “Brasil país de todos”, então o respeito deve ser algo indispensável, por meio da educação podemos transformar nosso país em algo melhor. Sem tantos preconceitos e individualidades, responsáveis por toda essa discriminação que vemos. O respeito pelo índio, que não é e nunca foi um personagem folclórico, deve estar presente na continuidade da busca por esse conhecimento de sua forma de vida anterior ao mundo capitalista, ou que ainda esta sendo vivenciado na atualidade por comunidades que ainda preservam os hábitos indígenas tão fortemente. Assim podemos concluir que, apesar de muita gente pensar que o índio é uma espécie de homem bicho, eles merecem respeito de todos nós como cidadão.
9 REFERÊNCIAS:
BORGES, Vavy Pacheco. O que é história. 2º ed.ver. São Paulo: Brasiliense, 1993.(coleção primeiros passos; 17)
CHIAVENATO, Júlio José. As lutas do povo brasileiro: do “descobrimento” a canudos. São Paulo: Moderna, 1998. (coleção polêmica)
D’ APREMOUT, Bernardin& GIOLLONNAY, Bruno de. Comunidades indígenas brasileiras, polonesas e italianas no Rio Grande do Sul (1896-1915). Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brinds. Caxias do Sul: universidade de Caxias do Sul,1976.
FAUSTINO, Rosângela Célia, GILBERTO, Paula C.B. Delgado; MELO, Sandra Aparecida; RODRIGUES, Isabel Cristina. O papel da educação escolar na defesa da cultura indígena. Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-história-CCH/Universidade Estadual de Maringá. Out/Nov/Dez 2001.
LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil colonial. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1981.
MONTE, NiettaLindenberg. E agora, cara pálida: Educação e povos indígenas, 500 anos depois. Universidade Federal Fluminense. Comissão Pró-Índio do Acre,
REZENDE, M.V. Não se pode servir a dois senhores: História da Igreja no Brasil- período colonial.
ROMANELI, Otaíza de Oliveira. Historia da Educação no Brasil. 30° ed. Editora vozes, 2006.
SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação. Editora Autores Associados.SECCHI, Darci. Política de Educação Escolar Indígena: Nos Caminhos da Autonomia. : Estado e Política Educacional / n.05 (UFMT).
...