História, Cultura Indígena E Afro-brasileira
Monografias: História, Cultura Indígena E Afro-brasileira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luaasatine • 8/4/2013 • 491 Palavras (2 Páginas) • 1.278 Visualizações
No quadro acima delineado podemos reconhecer a cultura universitária como um setor
privilegiado, isto é, protegido e incrementado quer pelos grupos particulares, que dele fazem um
investimento, quer pelo Estado, que arca, no Brasil, com boa parte do ônus da instrução superior.
A cultura universitária, meta prioritária dos jovens das classes alta e média, tem uma força de
auto-reprodução só comparável, hoje, à das grandes empresas de comunicação de massa. Para
alguns, ela é, mesmo, um dos apoios fundamentais do aparelho do Estado enquanto a
Universidade não cessa de produzir pessoal habilitado para as carreiras burocráticas ou
burocratizáveis do país.
É importante, por isso, analisá-la mais de perto para verificar como nela operam certas tendências
que se cristalizam como visões da realidade, e que cortariam toda a cultura brasileira.
A primeira observação diz respeito ao decréscimo rápido e talvez irreversível dos estudos
humanísticos tradicionais (Grego, Latim, Filologia, Francês), hoje acantonados em um ou outro
currículo de Letras. O resultado dessa restrição é o desaparecimento de um certo tipo de
formação letrada clássica, que tinha, uns quarenta anos atrás, prestigiosa presença no ensino
médio além de constituir o fundo comum do clero e da magistratura, dois estratos cuja posição na
sociedade era preeminente. A relação íntima entre cultura clássica e status social desapareceu na
sociedade contemporânea. E a Universidade, coerentemente, foi abandonando o ensino daquelas
disciplinas, seguida, a curto prazo, pela Igreja.
O aprendizado de Grego, Latim, Filologia Clássica e Vernácula, Francês, Direito Romano e
matérias afins foi deslocado na sua posição chave de formador dos mestres secundários, dos
sacerdotes e dos juristas. Essas disciplinas viraram especializações, sendo ministradas sem a
aura que outrora as circundava, e despossuídas, portanto, do poder que então as investia.
Uma conseqüência notável desse esvaziamento foi, durante a década de 60 sobretudo, uma
tendência a considerar estrutural e acronicamente a cultura lingüística, literária, jurídica e, até
mesmo, religiosa. Quer dizer: o sentimento de que as Letras, as Leis e os Ritos atravessaram
fases e estilos diversos foi cedendo lugar a uma abordagem a-histórica que se restringia à análise
de textos a que se aplicavam categorias formais supostamente universais. Perdendo-se a
sensibilidade
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