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CURSO DE LATIM

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Por:   •  24/5/2013  •  7.524 Palavras (31 Páginas)  •  563 Visualizações

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LIÇÃO VIRTUAL N. 1

1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO LATIM

O latim deriva de línguas arcaicas faladas no Lácio e em Roma, consolidando-se gramaticalmente a partir do século III a.C. Do local de sua origem (Lácio – região da Itália central = Latium, no idioma deles) provém o nome LATIM.

Teve seu período clássico entre os anos 81 a.C e 17 d.C., época dos principais escritores latinos: Cícero, César, Vergílio, Horário, Ovídio, Tito Lívio, dentre outros.

O apogeu do Império Romano e as guerras de conquistas levaram o latim popular, falado pelos soldados romanos, para outras regiões da Europa, onde interagindo com idiomas locais, deu origem às línguas neolatinas.

Como acontece em todo idioma, havia a língua gramaticalmente correta dos literatos e a língua popular, falada pelo povo de pouca instrução e sem preocupação com a correção gramatical. Foi esta última que se espalhou pela Europa e, no caldeirão dos dialetos regionais, comandou a formação das linguas neolatinas, inclusive o português.

O português foi o resultado da mistura do latim com o galego, principal lingua falada na região do Condado Portucalense, que hoje corresponde à região de Portugal. Foi uma das linguas derivadas que mais demorou a se formar, sendo provavelmente este o motivo de ser o português tão semelhante ao latim.

O latim literário continuou a ser adotado e utilizado durante muitos séculos pelos escritores cristãos, mesmo depois de não ser mais falado como linguagem corrente na sua região de origem. Por influência dos monges, o latim era utilizado também como idioma dos intelectuais, filósofos e cientistas, que escreviam suas obras em latim, pela facilidade de serem lidos em qualquer parte da Europa. Somente a partir do século XVII, a literatura filosófica e científica passou a ser produzida em lingua vernácula.

Atualmente, o latim é a língua oficial da Igreja Católica, utilizado na produção dos documentos oficiais do Vaticano, seja da Cúria Romana, seja das entidades agregadas. As Universidades Pontifícias de Roma, por exemplo, expedem seus Diplomas em latim ainda hoje. Os documentos oficiais da Igreja Católica, originalmente escritos em latim, são imediatamente traduzidos no próprio Vaticano e distribuídos pelos diversos países já no idioma vernáculo.

Para não citar apenas exemplos distantes, nos anos de 1969/1970,no Seminário dos Frades Capuchinhos do Ceará, estudei filosofia em livros escritos em latim, editados na Itália.

Fora das instituições eclesiásticas, a língua latina continua a ser adotada na notação científica dos seres vivos, além de ter uso esporádico no ambiente forense.

LIÇÃO VIRTUAL N. 2

2. ALFABETO LATINO: COMPOSIÇÃO E PRONÚNCIA DAS LETRAS

O alfabeto latino primitivo era composto de 21 letras, ou seja, o mesmo alfabeto do português atual, excluindo-se o J, o V e o Z, mas incluindo-se o K. As letras I e U tinham valores ora de consoante, ora de vogal, conforme o contexto fônico do vocábulo. Por exemplo, o I e o U tinham valor de consoante quando vinham precedendo uma vogal, em qualquer posição na palavra. Nos demais casos, tinham valor de vogal. Daí encontrarem-se expressões do tipo: SVB VMBRA ALARVM TVARVM ou invés de SUB UMBRA ALARUM TUARUM. (Sob a sombra de tuas asas).

O sinal K foi logo no início aceito, por influência do grego. Também por essa mesma influência, a fim de facilitar as transcrições literárias, foram incorporados os sinais Y e Z. Mais tarde, lá pelo século XVI, foram incorporados à escrita latina também os sinais J e V, certamente por influência das próprias linguas neolatinas, então já existentes. Este assunto, no entanto, não é ponto pacífico entre os gramáticos.

Outra que é motivo de controvérsias é a pronúncia do latim. A mais difundida, na época do ensino do latim no Brasil (até a década de 60), era a pronúncia eclesiástica, com forte acento italiano, por influência dos padres da Igreja Católica.

Os estudiosos da gramática comparativa, na área de linguística, tentaram construir uma pronúncia do latim mais original, sendo esta chamada de pronúncia restaurada. Há ainda a pronúncia aportuguesada, que também era utilizada no Brasil na época do ensino do latim nas escolas.

Essas informações têm aqui apenas caráter ilustrativo, já que não iremos praticar a pronúncia. Para efeitos práticos, sugiro que se adotem os mesmos valores fonéticos das letras na pronúncia portuguesa, observando-se as seguintes particularidades:

a) as vogais mantêm sempre seu som original, em qualquer posição que ocupem no vocábulo, evitando-se pronunciar o “o” como “u” e o “e” como “i” no final das palavras;

b) os ditongos “ae” (æ) e “oe” pronunciam-se como “e”;

c) a sílaba “ti”, quando não for tônica nem precedida por “s”, será pronunciada como “ci”;

d) a letra “x” tem sempre o som de “ks”, como na palavra “fixo”;

e) o grupo “ch” tem sempre o som de “k”;

f) os conjuntos “qu” e “gu” pronunciam-se sempre como se houvesse um trema no “u”;

g) o grupo “ph” tem o som de “f”.

Não se usavam acentos gráficos em latim, porém em alguns livros se usavam os mesmos acentos do português, a fim de facilitar a leitura. Como regra geral, atente-se para o fato de que não existem palavras oxítonas em latim, a não ser aquelas de uma sílaba só. Havendo dúvida, deve-se consultar um dicionário.

Convém observar que há divergências entre os gramáticos quanto a algumas das informações acima expostas. Vocês poderão encontrar pequenas variações, dependendo do autor da gramática que pesquisarem. Isso é bastante compreensível, uma vez que não se sabe exatamente como era pronunciado o latim, porque a pronúncia original não foi conservada, mas sofreu influências ao longo dos séculos.

LIÇÃO VIRTUAL N. 3

3. EXPLICAÇÕES GERAIS SOBRE A ESTRUTURA DA LÍNGUA LATINA

(DECLINAÇÕES, DESINÊNCIAS E CASOS)

DECLINAÇÃO - O latim é uma língua decclinável. Isto significa que é fundamentada na sintaxe e por isso a terminação das palavras muda de acordo com a sua função dentro da frase. Da mesma como os verbos assumem uma forma diferente para cada pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles), os substantivos, adjetivos, numerais,

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