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Carnavais, Malandros E Heróis - Para Uma Sociologia Do Dilema Brasileiro

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Por:   •  2/5/2013  •  1.463 Palavras (6 Páginas)  •  1.927 Visualizações

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Carnavais, malandros e heróis – Para uma Sociologia do Dilema Brasileiro. DaMatta, Roberto. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997, p.181- 248.

O jeitinho brasileiro: a arte de ser mais igual que os outros. Barbosa, Lívia. Rio de Janeiro: Campus, 1992, p. 31- 81.

Estudando os costumes e hábitos do Brasil, DaMatta propõe neste capítulo de seu livro Carnavais, heróis e malandros, a frase: “você sabe com quem está falando?" que segundo ele, expressa hierarquia e autoritarismo, além de representar autoridade e poder, o sujeito deixa de lado o papel de indivíduo e passa a ser uma identidade. No livro “o jeitinho brasileiro” escrito por Lívia Barbosa, nota-se o lado cordial, a solução invocada pela pessoa que usa o jeitinho jamais é a hierarquização do “você sabe quem está falando?”.

As duas situações são mostradas como algo que acontece com frequência em nosso cotidiano no meio social. O indivíduo tenta usar sua identidade social para conseguir algo, exercendo certo autoritarismo frente às outras pessoas, esquecendo o seu aspecto de indivíduo diante a sociedade dando um jeitinho bem brasileiro, ou impondo sua autoridade de você sabe com quem está falando? Entende-se que, no “O jeitinho brasileiro” a autora encara o jeitinho como um procedimento inevitável em todos os níveis de relação. O jeitinho brasileiro surgiu como uma instituição, um instrumento para auxiliar no difícil dia-a-dia do brasileiro, uma prática social realizada por todas as classes, algo que se situa entre favor e corrupção, o tão falado só se consegue com um jeitinho. Dessa forma, o jeitinho é sempre uma forma “especial” de resolver alguns problemas, ou seja, é uma solução criativa em situações difíceis ou de muita urgência. Nem todos podem usar essa “identidade” no seu lugar, o jeitinho pode ser utilizado por todos, sem ter que lançar mão de sua identidade social.

Outro aspecto é que, enquanto no jeitinho determinada situação pode terminar anônima, no você sabe com quem está falando essa possibilidade não existe. Como por exemplo, um cliente de banco que para ser atendido logo, exprime a expressão do você sabe com quem está falando? ou usa o “jeitinho brasileiro” para se beneficiar na fila de espera. Além do jeito, existem, o favor, que é algo positivo, e a corrupção que é extremamente negativa, são três categorias distintas. O favor para a maioria das pessoas é uma reciprocidade direta, já o jeito tem que haver sempre que surgi uma oportunidade dai as pessoas dão um jeitinho umas as outras. A diferença ente jeito e favor, é que o jeito pode se pedir a qualquer um desconhecido e o favor tem que haver confiança na pessoa. E outra diferença do jeito é que quase sempre acontece uma infração.

O que mais chama a atenção no texto é que não há nada que não possa da um jeitinho, como na vida familiar, emocional, financeira, apesar de que existe algumas situações que seria muito difícil dar um jeito, como em caso de enfermidades, a morte e acidentes, pois esses fatos não tem como impedir que aconteçam. Por isso existe o ditado popular que fala “na vida só não há jeito para a morte”. E em outros domínios em que é difícil se dar um jeito seria aqueles em que contatos pessoais diretos estariam excluídos, como no vestibular, concursos, e o fato de que teria que trabalhar para sobreviver. Sempre que há situação envolvendo relações diretas, o jeito e expressões afins surgem com grandes possibilidades.

Assim sendo, para ter um bom sucesso com o jeitinho, é preciso envolver emocionalmente as pessoas que você precisa para resolver o “seu problema” naquele momento. Por isso, é preciso sempre apelar para a “boa vontade” e “bons sentimentos” das pessoas para “situação” que precisa. Entretanto, compartilhar os problemas pessoais da vida de cada um é prática em todos os segmentos sociais. Porque tomas conhecimento dos problemas que afligem terceiros, as pessoas envolvidas se sentem constrangidas, culpadas em não leva-las em consideração. Embora o jeitinho seja usado e principalmente “pensado” como universal na sociedade brasileira, existe um personagem que é considerado o usuário dessa nossa instrução que é o malandro, concebido como a personificação do espírito que permeia o jeitinho, levando nos a compreender que uns dos sinônimos mais comuns do jeitinho é a malandragem, pontos de referência para promover a ligação em dois mundos distintos: o legal, honesto e positivo, com o ilegal, desonesto e negativo.

Já a “expressão sabe com quem está falando?” é o reflexo ritualizado e quase dramático de uma separação social que nos coloca bem longe da figura do “malandro” e dos seus recursos de sobrevivência social que contradiz as principais características do povo brasileiro. Cita o autor “é a negação do “jeitinho”, da “cordialidade” e da “malandragem” que define o nosso modo de ser”. Todavia, vivemos numa sociedade com características universais e cordiais, porém, com valores particulares e hierarquizados. Convivemos enquanto sociedade com dois fatos de realidade de integração e cordialidade, e outra é a visão do mundo como fruto de categorias exclusivas, colocadas numa escala de respeito e diferenças.

Em análise da teoria e da prática da expressão, a distinção entre indivíduo e pessoa foi bem marcada diante de algumas situações que indicam o uso da expressa pelos brasileiros. Assim, o “jeitinho” nada mais é que uma variante cordial do “sabe com quem está falando?” e outras formas mais que permitem fraudar a lei ou nela abrir uma honrosa exceção que a confirma socialmente. Mas o uso do “jeitinho” e do

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