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Catequese

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Por:   •  16/3/2015  •  1.629 Palavras (7 Páginas)  •  550 Visualizações

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A necessidade de envolver a família inteira no processo catequético vem sendo sentida desde muito. A Igreja sempre afirmou que a família é o berço da fé, que os pais são os primeiros catequistas.

Com tantas mudanças, a família nem sempre acompanha a catequese assim tão de perto. Muitos catequistas se preocupam demais com isso.

Concordamos plenamente que os pais são os primeiros catequistas dos filhos. Mas eles são “primeiros” em ordem cronológica e não em ordem de primazia. Ou seja, os pais com sua vida familiar, com seu amor, seu afeto, sua fé, transmitem à criança as primeiras noções importantes sobre o mistério da vida e o mistério de Deus. Mas a fé que eles transmitem não é uma fé particular, apesar de ela ser assumida pessoalmente, de forma livre e consciente. Eles transmitem a fé da Igreja. Então, em termos de primazia, a catequese dos filhos é primeiramente tarefa da Igreja e não dos pais. É tarefa dos pais também porque eles são Igreja. Mas ela é tarefa da paróquia. Os catequistas da comunidade são a Igreja evangelizando; eles cumprem sua missão em nome da paróquia; é a Igreja quem os envia. Por isso eles não dão catequese em seu nome, nem por iniciativa própria, nem de um jeito que eles inventaram, nem transmitem uma fé particular. Eles transmitem a fé da Igreja, como Igreja e na Igreja. A catequese é paroquial. Ela proporciona a experiência eclesial. Ela ajuda a fazer a experiência de Igreja, de pertença, de fé celebrada e vivida, e não só de fé professada no seio familiar. Os catequistas ajudam a criança a dar o passo em direção à vida da comunidade. A vivência familiar proporciona a primeira experiência de Deus. Mas é preciso não ficar só nisso e dar o segundo passo. Entendemos que qualquer experiência que envolva a família não deve suplantar a catequese na comunidade. O catequista, sem a pretensão de substituir os pais, age em nome da Igreja. Por meio dos catequistas, a Igreja exerce a sua missão de dar aos fiéis a formação na fé. A família é apenas o primeiro passo dessa formação. Famílias e catequistas devem atuar, cada qual fazendo a sua parte.

Pensamos que o ministério dos pais, como educadores dos seus filhos, se difere do ministério dos catequistas, como mistagogos, ou seja, como quem ajuda os catequizandos a fazerem a experiência de Deus no ambiente eclesial. Ambos são importantes – pais e catequistas – e devem ser incentivados a atuar do melhor modo. A catequese na comunidade nos parece de fundamental importância. Até porque mostra que a Igreja é um espaço mais amplo que a própria família.

A participação dos pais pode ocorrer de outras formas, valendo sempre a criatividade. Algumas paróquias têm convidado os pais para participar de celebrações juntamente com os catequizandos. Tem dado certo. Ou fazem eventos especiais evolvendo a família. Pode ser uma saída. Mas lembramos que os pais costumam andar cansados de reunião. Na maioria dos casos, marcamos reuniões com os pais sem saber direito do que se vai tratar, só com o pretexto de envolvê-los na catequese. E a reunião fica muito cansativa. Com a vida corrida que levamos, ninguém tem mais paciência para participar de reuniões enfadonhas e sem objetivos claros.

Uma ideia que damos é realizar festas e convidar os pais. Então, se os filhos forem apresentar um teatro ou algum número artístico ligado às reflexões e experiências catequéticas, os pais irão com boa vontade. Principalmente se os filhos forem crianças. Em celebrações animadas, os pais também costumam acompanhar os filhos. Há experiências boas, nesse sentido.

Incentivamos é se organizar visitas as famílias dos catequizandos, seja para convidar as pessoas para a catequese, seja para comemorar o aniversário dos catequizandos, seja para confortar em momentos difíceis, Isso estreita os laços de fraternidade.

Queríamos dizer, além disso, que o fato de os pais estarem distantes da catequese não significa o fracasso do processo catequético. A família vem se transformando também no modo de viver a fé. Já vimos casos em que os pais dos catequizandos frequentavam outra Igreja. E mesmo assim a criança ou adolescente foi parar na catequese católica a convite de algum colega. Os pais não iam às reuniões, mas respeitavam a liberdade do filho de frequentar a catequese católica. Vejam que sinal de abertura e de respeito à liberdade religiosa por parte dos pais não católicos! Vamos aprender a lidar com o pluralismo religioso. Então, mesmo valorizando a família, vamos acolher as situações diversas que vão aparecendo.

Quanto ao acompanhamento das famílias, lembramos ainda a importância da pastoral familiar. Na paróquia é papel da pastoral familiar oferecer aos casais um incentivo específico para a vida familiar.

A nossa catequese será familiar se valorizar a família, atuando em conjunto com a pastoral familiar. E será familiar compreendendo as mudanças ocorridas na família e respeitando a história familiar de cada catequizando, sem ficar exigindo uma padronização que não existe.

É preciso ressaltar que, nos últimos anos, a Igreja vem se preocupando em solidificar um caminhar junto e de mãos dadas da Catequese com a Pastoral Familiar. Uma catequese que se preocupa em iniciar a criança, e o adolescente a vida Cristã, tornando-a Igreja presente e atuante no mundo, não estaria cumprindo sua missão de uma forma integral, se não atentar que paralelamente a iniciação da criança e do adolescente, sua família (pais e irmãos) deverão também, na maioria dos casos, serem iniciados. Em vão uma catequese de iniciação, que acontece geralmente durante duas horas por semana na Igreja, conseguirá fazer frente ao restante do tempo que a criança, e o adolescente estão fora alimentando-se de contra valores daquilo que é vivido na catequese. Em outras palavras, os catequizandos vão assimilando o conteúdo das catequeses como algo didático, que não valem para seu dia a dia, pois o exemplo em família e diante da sociedade são mais intensos dos que meros duas horas por semana de catequese. Se os pais não caminharem juntos com as crianças, a recepção dos sacramentos será o fim e não o meio da criança e do adolescente ao uma vida plena em Jesus Cristo.

A grande pergunta que se faz, é como fazer este conjunto de trabalho, onde a Pastoral Familiar atua junto ao catequista num trabalho de evangelização da Familia.

Primeiramente devemos considerar que tanto a Catequese como a Pastoral Familiar atuam sistematicamente dentro das suas diretrizes, e que em ambos os casos o trabalho não se confunde, ou seja, cada qual atua de maneira a enriquecer o trabalho do outro e vice versa. Algumas atividades em conjunto são fundamentais para este processo.

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