Cidadão consciente

ATD-1

Se entendermos que o currículo tem como função preparar um cidadão consciente, que domina um conjunto de conhecimentos fundamentais para a sua formação social e profissional, começamos a pensar no que esperamos da educação como um todo. Acreditamos que educar, como diz Freire (1983) é propiciar instrumentos para que o homem possa interagir na sociedade onde está inserido, de forma atuante e crítica. Porém, o modelo educacional que temos não corresponde a isso. O currículo, como instrumento de manutenção, reproduz como numa sinfonia bem ensaiada, o que o governo (o poder) espera do indivíduo em formação.

O currículo deve buscar propiciar condições igualitárias para que os indivíduos tenham acesso ao exercício de uma cidadania ativa. Infelizmente o que vemos na maioria de nossas escolas hoje é a manutenção de um ensino fragmentado, formando cérebros passivos, reproduzindo a inconsistência de um discurso muitas vezes dito diferente e atual. A história da Educação Brasileira tem sido uma constante busca de manutenção dos poderes políticos e sociais. A escola e o currículo já serviram aos ideais imperialistas, os militares e ditatoriais. No entanto devemos trabalhar e acreditar em um currículo que possibilita a interdisciplinaridade, que busca a pluralidade de saberes, que valoriza a diversidade e a consciência ética social de um povo. O currículo deve buscar a criticidade, entender a influência dele sobre a sociedade, e abrir as portas da escola para a realidade da comunidade ao seu entorno. Ele deve aceitar as diferenças, a diversidade. Como exemplo de construção curricular que deve se transformar diante das necessidades sociais, podemos usar uma comunidade; como algumas cidades do Acre que têm recebido uma grande quantidade de haitianos refugiados; como a escola precisa estudar as reais necessidades destes que estão chegando e ao mesmo tempo deve preparar a comunidade local para conviver e respeitar a cultura dos que chegam. A escola deve entender esta transformação social e saber lidar com este momento, trabalhos anti bullying, debates e pesquisas sobre o que aconteceu para que exista este grande processo imigratório, comidas típicas, hábitos religiosos, as diferenças entre a língua, como valorizar estas pessoas que estão passando por um momento tão difícil e quais as consequências deste fato para a sociedade, quais as alternativas, o que vai mudar em suas cidades... São vários os temas que a escola pode utilizar para fomentar o processo de inclusão social de respeito e valorização da diversidade.

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