Comportamento pró-ativo de uma pessoa ou organização

COLA

Profa. Maria Helena Michel

Professora Universitária

Licenciada em Letras, MBA em Gestão Estratégica, Mestre em Ciência da Informação

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Uma coisa é clara: não dá mais para sermos pais como nossos pais foram, não dá mais para sermos chefes como nossos chefes foram. O mundo atual é outro, caminha em outro ritmo, criou novas exigências, abandonou valores antigos, gerou novas cobranças. Todos nós, tanto as pessoas em seus diversos papéis sociais e profissionais, como as organizações (aqui, entendidas em todas as suas possíveis formas: empresa, família, igreja, clubes, etc.), precisamos aprender a ler cenários, rever posturas e nos adequar a novas exigências.

Até as últimas décadas do século passado, vivendo em ambientes previsíveis e pouco ameaçados, pessoas e organizações valorizavam a tradição, as normas, a prática segura, o foco no processo, o controle sobrepondo-se à inovação. Hoje, estamos sendo submetidos a uma verdadeira lavagem cerebral pregando o desenvolvimento do espírito empreendedor, arrojado, inquieto, irreverente, insatisfeito e disposto a mudar o hoje e o agora. Enquanto o primeiro valoriza a estabilidade, o segundo pede mudanças a qualquer preço. Nessa linha, espera-se que pessoas e organizações sejam empreendedoras e assumam decisões proativas. O que seria, então, essas forças que comandam a REAÇÃO e a PROAÇÃO nas pessoas e nas organizações?

Em síntese, podemos dizer que decisões proativas são aquelas tomadas a partir de planejamento, reflexão, previsão, análise crítica, antecipação de problemas. Já as decisões reativas são aquelas tomadas a partir do surgimento do problema. Ressalte-se, aqui, que o conceito de reação não está sendo empregado com a conotação de “fornecer respostas”, mas no sentido de “fazer reagir, provocar reação, ser levado a buscar alternativas de solução”.

O comportamento proativo de um indivíduo ou de uma organização é caracterizado pelo desenvolvimento da visão estratégica, sistêmica da organização, seus processos e problemas; pela preocupação constante em desenvolver as pessoas e sistemas, e pelo planejamento, reflexão e críticas constantes, desenvolvimento de sistemas de informação, avaliação de custos, manutenção preventiva de equipamentos, e outros.

Na vida pessoal, o comportamento proativo é caracterizado pela atenção, cuidado, pensamento analítico, crítico e focado que a pessoa dispensa aos seus interesses, às suas ações e atitudes, às pessoas que a rodeiam, às reações e interesses dessas pessoas, à reflexão que dispensa aos eventos da sua vida, aos “sinais” de alerta e perigo que esta lhes dá, mesmo que aparentemente insignificantes ou pouco imperceptíveis.

Um indivíduo e/ou uma organização que treinam e praticam um comportamento proativo, obviamente, cultivam decisões proativas. Um comportamento proativo não impede, por si só, que ocorram problemas inesperados, imprevistos e que requeiram soluções e respostas urgentes; mas diminui significativamente as chances de eles ocorrerem.

Adotar um comportamento proativo significa, também, cultivar alguns hábitos e preocupações. Nas organizações, significa a preocupação em diferenciar tendências do mercado de fenômenos ocasionais, criar, implantar e controlar indicadores de desempenho em todos os níveis da organização. Proação é buscar o equilíbrio entre as diversas forças que compõem a organização através de acordos inteligentes, ao invés do uso da coerção, incentivar e cultivar decisões participativas, saber diferenciar a situação e o ambiente para o uso dos vários estilos de gerência. Nas pessoas, significa atenção ao ambiente, clara consciência de suas limitações e poderes, direitos e deveres, competências e deficiências. Além disso, implica numa atenção constante às reações das pessoas, cuidado no trato com o outro e consigo próprio.

O comportamento reativo nas organizações está