Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável
Tese: Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vivi_ribeiro2003 • 27/5/2014 • Tese • 1.605 Palavras (7 Páginas) • 509 Visualizações
Revisão de literatura
Para o World Business Council for Sustainable Development – WBCSD (1996) a ecoeficiência é a produção de bens e serviços que atendam as necessidades e satisfação humana, visando a redução do impacto ambiental por eles gerados durante todo o seu ciclo de vida. Ou, ela significa criar mais valor com impacto ambiental reduzido ou, ainda, simplesmente fazer mais com menos. Mais precisamente, Schmidheiny (2000, p.4) afirma que a ecoeficiência pode ser alcançada por meio “da disponibilização de bens e serviços a preços competitivos, que, por um lado, satisfaçam as necessidades humanas e contribuam para a qualidade de vida e, por outro, reduzam progressivamente o impacto ecológico e a intensidade de utilização de recursos ao longo do ciclo de vida, até atingirem um nível, que, pelo menos, seja compatível com a capacidade de renovação estimada para o planeta Terra”.
Segundo Holliday Jr. et al. (2002) a ecoeficiência significa produzir mais produtos e serviços, tendo como base à redução dos recursos energéticos utilizados, visando a minimização dos resíduos gerados. Por seu lado, Vellani e Ribeiro (2009) atestam que a ecoeficiência implica em integrar os desempenhos econômico e ambiental, de modo que o termo “eco” signifique tanto a economia como a ecologia. Pereira (2005) definiu ecoeficiência como sendo um conceito de gestão no qual se pode relacionar competitividade e desenvolvimento sustentável, integrando desempenho ambiental e econômico. Sissino e Moreira (2005) definem empresas ecoeficientes como sendo aquelas que alcançam benefícios econômicos, obtendo benefícios ambientais por meio da redução de resíduos que são gerados durante o processo produtivo. Para Schmidheiny (2000) as empresas que possuem o conceito de ecoeficiência implementado em suas atividades, estão propícias a gerar produtos e serviços com maior valor agregado, tendo em vista a maior redução do consumo de recursos e menor geração de fatores poluentes.
Assim, para melhorar a sua ecoeficiência, as empresas deveriam estabelecer, como objetivos, ações como a redução na intensidade do uso de materiais, a diminuição na intensidade do uso da energia consumida, a redução na dispersão de substâncias tóxicas no meio ambiente, o aumento da reciclabilidade, a maximização na utilização de recursos renováveis, a extensão da durabilidade dos produtos fabricados e o aumento da intensidade dos serviços (Schmidheiny, 2000). Entretanto, o que se pode verificar na realidade das indústrias condiz com Sissino e Moerira (2005), pois o conceito de ecoeficiência ainda tem sido pouco aplicado no setor industrial.
Também é sabido que organizações que visam crescimento econômico, alinhado a projetos ambientais sustentáveis, estão propícias a serem reconhecidas como portadoras de diferencial competitivo (Kraemer, 2005). Outro fator importante para as organizações se manterem competitivas, são as estratégias utilizadas como diferencial de projeto, tanto de processo como de produto. Devido à preocupação com a preservação ambiental, se tornou um grande desafio para as organizações desenvolver projetos de produtos e de seus respectivos processos de produção que minimizem a geração de resíduos ambientais durante sua concepção e o impacto ambiental durante o seu ciclo de vida. Ou seja, projetos que incrementem a sua ecoeficiência (Luttropp, Lagerstedt, 2006). Por outro lado, a ecoeficiência utiliza-se de uma série de ferramentas que propiciam às organizações a otimização do ciclo total de materiais, de material virgem, material acabado, componentes, sobras de material e descarte final (Gianeti et al. 2003 ; Graedel, Allemby, 1995). Dentre esses instrumentos, tem sido dado destaque relevante ao Projeto para o Meio Ambiente (Design for the Environment – DfE), que para Knight e Jenkins (2009) representa a integração sistemática de considerações ambientais no projeto do produto e do seu respectivo processo de fabricação. Para Giannetti et al. (2003), o DfE, é uma ferramenta da ecoeficiência utilizada para analisar todo o ciclo de vida de um produto, a fim de propor alterações no seu projeto e no processo de produção, de forma a minimizar o impacto ambiental, desde sua concepção e até o seu descarte final. Seu objetivo é prevenir a poluição e minimizar a utilização de recursos energéticos durante a criação e fabricação de um determinado produto. Segundo o WBCSD (2003) o DfE usa conceitos e práticas que encorajam a responsabilidade social e simultaneamente reduzem custos, promovem a competitividade e incentivam a inovação.
Para De Mendonça e Baxter (2001), o projeto para o meio ambiente se tornou a ferramenta mais promissora dentre as existentes, tais como: projeto para fabricação e montagem (Design for Manufacturing and Assemby – DFMA), engenharia simultânea (Concurrent Engineering– CE) e projeto para desmontagem (Design for Disassembly – DFD), pois por meio do DfE seria possível reverter décadas de negligencia ambiental, com o foco na minimização do impacto ambiental durante a fabricação. De fato, o DfE se tornou mais importante como uma maneira essencial para aumentar o desempenho ambiental e econômico de produtos, processos e sistemas (Erol, Thoming, 2005; Donnelly et al. 2006; Lim et al. 2013). Para poder verificar se o DfE pode efetivamente contribuir com o aumento da performance ambiental gerando ao mesmo tempo vantagens econômicas, este trabalho procurou aplicar essa ferramenta da ecoeficiência em um processo de usinagem discreta de peças de grande porte no qual o projeto para o meio ambiente foi aplicado e os resultados, tanto ambientais como econômicos, foram avaliados.
Metodologia
Para alcançar os objetivos propostos pelo presente trabalho, realizou-se uma pesquisa de abordagem quantitativa já que as variáveis consideradas foram mensuradas por valores quantificáveis (Martins, 2012). Ainda, como se procurou mostrar como a atuação do DfE contribui coma melhoria do desempenho econômico e ambiental das empresas, pode-se estabelecer que, do ponto de vista do objetivo, o presente estudo trata-se de uma pesquisa explanatória (Marconi, Lakatos, 2010).
Como método de pesquisa decidiu-se por utilizar a pesquisa-ação, pois no presente estudo, ao se aplicar o DfE a um processo discreto de usinagem, realizou-se um trabalho com um pequeno grupo, motivado, interessado, com conhecimento adequado e com o objetivo de resolver um problema e gerar conhecimento cientifico (Zumber-Skerrit, Fletcher, 2007).
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